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RFID - IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA (13) |
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Autora: Sandra Regina Matias Santana |
CONCLUSÃO
As redes locais sem fio já são uma realidade em vários segmentos,
principalmente nos que requerem mobilidade dos usuários. As aplicações são as
mais diversas e abrangem desde a área médica (visita a vários pacientes com
sistema portátil de monitoramento), até escritórios e fábricas.
O Brasil
começa a se preparar para uma verdadeira revolução na maneira de registrar,
identificar, acompanhar e rastrear produtos em toda cadeia de suprimentos.
A tecnologia de radiofreqüência, ou RFID (Radio Frequency Identification)
deverá num futuro próximo, atuar paralelamente ao código de barras ou até
mesmo substituí-lo, em situações que permitam e justifiquem sua aplicação.
Passa a ser analisada como solução de médio e longo prazo para indústria e
comércio, possibilitando a identificação de produtos à distância e a troca de
informações por meio de ondas de rádio, com ganhos inquestionáveis em
agilidade na transmissão e também na qualidade dos dados que trafegam pelo
sistema.
As RFIDs serão capazes de reduzir o desperdício, manter os níveis conservados
em estoque ao mínimo, encurtar tempos de ligação e permitirão que alguns
varejistas obtenham preços mais baixos, eliminando o custo em todos os níveis.
Em lavanderias, cartões de identificação para a segurança do empregado,
posição dentro dos escritórios, dados da equipe de funcionários para programas
da fidelidade do cliente, veículos guiados automaticamente em linhas de
montagem, sistemas automatizados de bagagem de linhas aéreas, o uso será quase
universal através de todas as indústrias.
Por oferecer grau elevado de
controle e fiscalização, as etiquetas inteligentes devem ser aplicadas em
quase tudo, desde roupas, carros, eletrodomésticos até embalagens de xampu.
Esse monitoramento em tempo real é a febre na indústria da segurança e uma
arma contra seqüestros.
E poderá ser usado pelos fabricantes de armas para
controlar o uso de seu arsenal, implantando sob a pele da mão do policial um
chip que emitirá ondas capazes de desbloquear o gatilho da arma. Já nas mãos
de bandidos e crianças, a mesma arma não funcionaria.
Dentro em breve, ela ganhará as prateleiras. Será o fim das filas no caixa do
supermercado.
Quando atravessar um portal, tudo o que estiver no carrinho será
computado, sem que se remova um único produto. Por fim, o valor será debitado
na conta corrente do cliente.
Apesar da simplicidade aparente, há muitas
questões essenciais que ainda precisam ser solucionadas para que o sistema
seja amplamente adotado.
A limitação do alcance do sinal emitido e capturado
para assegurar a leitura correta de acordo com cada situação. Se, por exemplo,
utilizarmos os mesmos parâmetros de identificação do conteúdo de um caminhão
no ambiente de check-out de uma loja, será impossível identificar o conteúdo
do carrinho de diferentes consumidores em uma fila, ou mesmo separar as
informações dos produtos num carrinho e nas gôndolas próximas.
Cada país
utiliza diferentes freqüências de rádio e, cada um deles, tem normas próprias
de uso, algumas privativas da polícia, outras de emissoras de rádio, etc.
Ainda não existem normas globais para reger o uso do RFID na identificação de
produtos, para unificar sistemas de emissão e leitura dentro de determinadas
faixas.
A estrutura das informações codificadas necessita de padronização, pois é o
chip que terá capacidade definida para os registros delas, em bits. Se cada
empresa definir quais informações colocar em cada espaço do chip, ou mesmo a
ordem em que serão introduzidas, as utilizações da tecnologia estarão
limitadas a soluções individuais. É este o momento, existem diversos
fornecedores de soluções completas de RFID, há oportunidades promissoras,
desde a logística até a segurança do consumidor, mas as vantagens serão
maiores quando existirem normas globais que regulem os diferentes aspectos dos
equipamentos e de seu uso. Essas normas já estão sendo desenvolvidas, sob
coordenação da EAN.UCC internacional, por meio do EPC Global Inc.
Em contrapartida, surgem discussões enormes sobre a privacidade pessoal e o
desvio de dados onde todo tipo de informações poderia ser transmitido sobre um
indivíduo, sem seu conhecimento ou consentimento, por Tags em suas camisas,
sapatos, luvas, correias, assentos do carro, cartões de crédito e assim por
diante. A privacidade é o maior problema (MESQUITA: 2003).
(1)
Pode-se vislumbrar uma nova indústria do crime construída em torno do roubo,
não apenas de pessoas, mas também da falsificação de sinais eletrônicos de
todo tipo de produto.
Há ainda um longo caminho para ser percorrido, pois a tecnologia de
Identificação por Radiofreqüência não é somente uma questão tecnológica, mas
também uma questão de padronização mundial, o reconhecimento por todos os
mercados comuns.
As vantagens virão com certeza, mas para isso é necessário que todos utilizem
o mesmo padrão, que toda a cadeia produtiva e comercial esteja sintonizada na
mesma freqüência.
(1) MESQUITA, R.
“Executivos Foram Rastreados em Evento na Suíça”. Reportagem Revista Plantão
INFO, 16 dez. 2003, Disponível em:
http://www.batori.com.br/noticcon.asp?arquivo=seg03121602.htm