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26/12/13
• Orlando Barrozo: "Campanha pela TV Digital" + Cristina de Luca: "Antena UHF: ainda, de fato, o calcanhar de Aquiles da TV Digital" + Ginga
Olá, "WirelessBR" e
"telecomHall Brasil"!
Continuo no esforço de trazer temas para meditação nas "férias e festas"...
:-)
01.
Faço minha visita rotineira ao
Blog do jornalista
especializado em tecnologia Orlando Barrozo.
Transcrevo mais abaixo o último "post" lá registrado:
Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[20/12/13]
Campanha pela
TV Digital - por Orlando Barrozo
Dois recortes sintetizam o conteúdo do "post":
(...) Na ausência de ação do governo e, pior ainda, de consenso entre as
emissoras sobre como agir, a Globo decidiu fazer tudo por sua conta. Filmes
publicitários já estão indo ao ar em seus canais, e haverá também publicidade em
revistas e jornais, além da internet.(...)
(...) Num momento em que quase todas as emissoras brasileiras estão
cortando gastos e demitindo funcionários, é bom saber que pelo menos uma delas
está olhando para o futuro. Ainda que seja aquela que, como já comentamos
aqui, é a
emissora que todos adoram odiar.(...)
02.
Sobre TV Digital, lembro que o website
TV Digital: Interatividade e Ginga do WirelessBRASIL está atualizado com as
notícias recentes.
Repito minha opinião:
No processo escandaloso em que a TV Digital foi imposta à população sem o devido
planejamento e à revelia dos estudos anteriores feitos pela Academia, a
possibilidade de multiprogramação e interatividade foi utilizada intensivamente
como justificativa tendo em vista uma suposta utilidade para a "inclusão
digital".
Batido o martelo, a multiprogramação foi proibida e a interatividade deu no que
deu: não havia e não há canal de retorno!
Hoje a projetada interatividade está devidamente atropelada pelo fenômeno da
"segunda tela".
Mas a TV Digital está aí, veio para ficar e agora é preciso fazer vingar, aos
trancos e barrancos.
A conferir.
03.
O "por do sol da TV analógica" ou "desligamento" ou "switch-off" no Brasil,
planejado a partir de 2016, "prevê o desligamento das cidades maiores, de acordo
com as possibilidades técnicas, até 2018, podendo expandir esse prazo
para 2020".
Este é um enorme "abacaxi" para os próximos governos, que espero não sejam do
PT... :-)
Esta notícia transcrita mais abaixo dá mais detalhes:
Leia na Fonte: Teletime
[03/09/13]
Cronograma do switch-off pode ser esticado para até 2020, admite Minicom -
por Bruno do Amaral
04.
Mas um dos maiores problemas da TV Digital quase não é comentado. É preciso
recorrer à um "post" de 2010 da jornalista Cristina de Luca, que é
"especialista" no acompanhamento do tema:
Leia na Fonte: IDG Now! - Circuito de Luca
[21/06/10]
Antena UHF: ainda, de fato, o calcanhar de aquiles da TV Digital - por
Cristina de Luca (transcrição mais abaixo)
05.
Dez emissoras públicas de TV foram selecionadas para receber um laboratório para
testar conteúdos e aplicações para o middleware Ginga, que permite a
interatividade na TV digital brasileira. Trata-se do Ginga.BR.Labs, que
integra o programa Ginga Brasil.
Dois já foram inaugurados: o primeiro na Fundação Universidade do Tocantins (Unitins)
e o segundo no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador.
Um artigo no website "ABF Digital" pergunta:
(...) A quem servem? TV Conectada Ou TV Digital aberta? (...) Para quem são
estes laboratórios? Qual o seu propósito? Banda Larga ou TV Digital? (...)
Mais aqui:
Leia na Fonte: ABG Digital
[20/12/13]
Ginga BR Labs. A quem servem? TV Conectada Ou TV Digital aberta?
06.
A bem da verdade o governo já testou a interatividade com celulares.
Registrei no WirelessBRASIL aqui:
Leia na Fonte: EBC
[25/03/13]
Banco Mundial apresenta resultados do Projeto Piloto Brasil 4D (não
transcrito aqui)
E Cristina de Luca repercutiu aqui:
Leia na Fonte: IDG Now! - Circuito de Luca
[30/08/13]
Brasil 4D comprova uso da interatividade na TV aberta em projetos sociais do
governo (não transcrito aqui)
Li bastante sobre este assunto. O teste não deixou de ser um esforço
interessante mas está muito distante de poder ser aplicado no mundo real.
07.
Voltemos ao Blog jornalista Orlando Barroso.
No "post" citado acima há referência à um artigo que também se refere à outro.
Ei-los, a título de "leituras de festas e férias", transcritos mais abaixo:
:-)
Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[04/06/12]
A TV que todos
amam odiar - por Orlando Barrozo
Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[03/06/12]
No reino das
laranjas podres - por Orlando Barrozo
08.
"Sobre"
Orlando Barrozo:
Orlando Barrozo é jornalista especializado em tecnologia desde 1982. Foi
editor de publicações como VIDEO NEWS e AUDIO NEWS, além de colunista do JORNAL
DA TARDE (SP). Fundou as revistas VER VIDEO, SPOT, AUDITÓRIO&CIA, BUSINESS TECH
e AUDIO PLUS.
Através da Vimarc Editora, lançou ainda uma série de livros sobre cinema no
século 20, escrita por Rubens Ewald Filho; a série “Guia do DVD”; o guia “Ídolos
do Pop/rock”, de Fabian Chacur; e a série “Guia Prático do Cinema em Casa”. É
também membro da Jazz Journalists Association, dos EUA.
Em 2011, lançou o livro “Os Visionários – Homens que Mudaram o Mundo através da
Tecnologia“, pela Event Editora.
Boas Festas! Ótimo 2014!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
Leia na Fonte: Blog de Orlando
Barrozo
[20/12/13]
Campanha pela
TV Digital - por Orlando Barrozo
Fernanda Lima e Thiago Lacerda serão os astros de uma campanha publicitária
produzida pela Rede Globo para estimular o acesso dos brasileiros aos canais de
TV Digital. Na ausência de ação do governo e, pior ainda, de consenso entre as
emissoras sobre como agir, a Globo decidiu fazer tudo por sua conta. Filmes
publicitários já estão indo ao ar em seus canais, e haverá também publicidade em
revistas e jornais, além da internet.
Segundo o site Tela Viva, a ideia partiu da constatação de que até o fim do ano
as lojas terão vendido um total de 13,3 milhões de televisores com capacidade de
captar o sinal digital; com isso, serão cerca de 50 milhões de aparelhos
instalados nas residências de todo o país, contra 110 milhões de modelos
analógicos. Até a Copa do Mundo, a Globo prevê que seu sinal digital estará
atingindo 70% desses domicílios. Mas, para viabilizar a TV Digital como negócio,
é fundamental que as pessoas troquem seus TVs o quanto antes.
Num momento em que quase todas as emissoras brasileiras estão cortando gastos e
demitindo funcionários, é bom saber que pelo menos uma delas está olhando para o
futuro. Ainda que seja aquela que, como já comentamos
aqui, é a
emissora que todos adoram odiar.
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Leia na Fonte: Teletime
[03/09/13]
Cronograma do switch-off pode ser esticado para até 2020, admite Minicom -
por Bruno do Amaral
Para que o leilão da banda de 700 MHz para uso na banda larga móvel aconteça,
primeiro é preciso fazer uma limpeza da faixa, atualmente ocupada com a TV
analógica. O cronograma do switch-off está sendo redesenhado pelo Ministério das
Comunicações no decreto 8061/13 para ser mais flexível, observando as novas
realidades do mercado, levando em consideração o uso da frequência para LTE e
colocando de maneira escalonada o desligamento do sinal. Mas o órgão reconhece
que o plano pode ter o prazo esticado para até 2020, contrário ao deadline de
2018.
Um dos desafios é lidar com a transição de 12 mil canais oficiais, além de mais
8 mil "não-burocratizados" por toda a extensão territorial do País. "É um
trabalho hercúleo, não encontrei nenhuma referência fora do Brasil que trate
dessa quantidade de canais", declarou o coordenador geral de engenharia de
outorgas do Minicom, João Paulo Saraiva de Andrade, durante Conferência
Latino-americana de Espectro 2013 em São Paulo nesta terça, 3.
A partir de 2016, o cronograma prevê o desligamento das cidades maiores, de
acordo com as possibilidades técnicas, até 2018, podendo expandir esse prazo
para 2020. "O decreto atual prevê isso (a data de 2018), mas estimamos que possa
alongar um pouco mais sem prejuízo a ninguém". Atualmente, o Ministério das
Comunicações define 724 cidades com desligamento obrigatório, mas, no estudo
teórico, prevê redução para 630 municípios.
Nesta semana, o ministério estuda o caso do Norte, Nordeste, Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, que juntos somam cerca de 800 canais. Na próxima semana, será a
vez de Minas Gerais; e na seguinte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De
acordo com Andrade, o estudo será finalizado ainda em setembro e os resultados
serão entregues em outubro.
Ele explica que há a possibilidade de realizar já em 2015 o switch-off em cerca
de 3.500 cidades (possivelmente 4 mil, segundo estimativa dele) que não possuem
problema de espectro somente com a reorganização de canais, confirmando a ideia
proposta de começar o desligamento "de baixo para cima", conforme explicou na
semana passada o presidente da Anatel, João Rezende. A ideia é deslocar canais
que estão acima da faixa de 700 MHz para baixo. "Este é o segundo cronograma, no
qual estou trabalhando há quatro meses; e a decisão de levar adiante foi há
cerca de 20 dias", disse Andrade. O ministério pretende fazer "no mínimo" dois
pilotos em 2015, em regiões opostas no País.
Capitais específicas
Dentro desse universo de cidades sem problemas de ocupação da faixa, destacam-se
todas as capitais do Norte e Nordeste, exceto Fortaleza, Recife e Salvador.
Nessas, é preciso aprofundar mais os estudos para estabelecer o switch-off,
puxando então o deadline para 2018 entre as capitais, justamente as maiores na
região. "É por causa do espectro: as redes buscam a implantação da TV onde
houver maior possibilidade de audiência", explica o coordenador do Minicom. Ou
seja: como há maior demanda, há maior consumo de canais no espectro,
impossibilitando uma simples reorganização.
Já em Palmas, o problema é da característica de terreno local. "Acho que dá para
resolver lá porque nosso sistema ISDB-T é mais forte do que imaginávamos",
declara. Na capital do Tocatins há problema de localização de torres de
transmissão fora do raio de 2 km, fora de colocalização, mas que pode ser
resolvido com solução técnica. "Em São Paulo funciona, temos transmissores com
mais de 2 km de distância e funcionam muito bem."
Por parte das emissoras, a TV Globo afirma já ter cobertura digital entre 50% da
população brasileira. "A extensão da TV analógica levou 50 anos para chegar a
98% da população. A TV digital está muito mais rápida, mas não consegue fazer em
um tempo tão reduzido assim (a tempo do cronograma do switch-off para 2016)",
declara a diretora de engenharia da TV Globo, Liliane Nakonechnyj. "A dinâmica
do mercado de TV é diferente das telecomunicações, que têm investimento e
receitas intensivos", diz ela. A executiva compara ainda que a mudança de
tecnologia (que permite o ajuste a novas infraestruturas) para o consumidor
avança de forma diferente: enquanto um celular tem vida útil curta (cerca de
dois anos), a de um televisor é de cerca de dez anos.
Incentivo
Terminando o replanejamento de canais, o Minicom discutirá com o Fórum de TV
Digital a definição do cronograma de trabalho "para desenrolar" o switch-off. O
governo também começa a considerar campanhas para educação sobre o serviço de TV
digital (benefícios, maneiras de conseguir acesso), bem como possibilidade de
utilizar o CadÚnico ou o Bolsa Família para estimular crédito na compra de novos
televisores equipados com o receptor digital. "Estamos estudando a segmentação
do CadÚnico para aqueles que sequer teriam condições de adquirir (o aparelho)
mesmo parcelado. A esses, o governo atenderia com set-top boxes", define João
Paulo de Andrade.
Carro na frente dos bois
Argumentando pendências técnicas, o diretor de planejamento e uso de espectro da
Abert, Paulo Ricardo Balduíno, diz que pode não haver tempo suficiente para que
o edital do LTE nessa faixa saia entre abril e maio, como deseja o governo. Não
que seja por falta de aviso, segundo ele afirma. "A gente tem colocado
insistentemente para a Anatel e o Minicom que o cronograma político é
incompatível com o cronograma físico para resolver os problemas de interferência
e para o próprio switch-off", declarou. "Esse descasamento é arriscado e
entendemos que não há razão alguma para essa pressa para a licitação da faixa de
700 MHz." O diretor de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Giacomini,
discorda. "Não vejo problema, pode ser a qualquer momento. As obrigações é que
precisam estar compatíveis", condiciona.
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Leia na Fonte: IDG Now! - Circuito de Luca
[21/06/10]
Antena UHF: ainda, de fato, o calcanhar de aquiles da TV Digital - por
Crisitina de Luca
Tenho visto os jogos da copa em uma LG com receptor HDTV interativo que, por
enquanto, só sintoniza o sinal da Globo. Explico. Apesar de morar em Moema, no
lado dos pássaros, entre as avenidas Ibirapuera e Santo Amaro e entre o
aeroporto de Congonhas e o Parque Ibirapuera, o sinal aqui não é dos melhores
para a antena uni direcional interna da Ebcom emprestada por um amigo.
Sofri mesmo para sintonizar o sinal da Globo. Tive que usar a opção manual de
sintonia de canais, esperar o tráfego de aviões parar e, pasme, abrir a a porta
de alumínio da varanda. Com o sinal da Globo em alta definição perfeito na tela
de 42 polegadas, desisti de tentar outras posições para a antena, ao menos
durante a Copa. Mas o farei, antes de tentar o uso de uma antena interna mais
potente ou de uma antena externa. por hora, enfrento apenas alguns segundos de
interferência, com imagem quebrada em pixels, sempre que uma das rotas de subida
de aviões os obriga a passar aqui em cima do prédio.
Já ouvi de muitos especialistas que, de um modo geral, a antena interna nunca
terá uma boa recepção para todos os canais. Também sei que há muitos
espertalhões vendendo antenas “especiais para TV Digital”, especialmente em
lojas da Santa Efigênia, pouco eficientes. As antenas que devemos usar são as
para UHF. De preferência, uma antena TODA BANDA, adequada para recepção dos
canais de 14 a 69. Dependendo da cidade, pode ser uma antena banda IV, para
recepção dos canais 14 a 32 ou banda V, para os canais de 33 a 69.
Minha experiência pessoal mostra o quanto ainda temos que avançar no modelo de
TV Digital no país. Não à-toa muitas emissoras, como a própria Globo, já
investem no uso de ‘gap-fillers’ para melhorar a cobertura, mesmo em grandes
cidades como Rio e são Paulo, onda há áreas de sombra.
Onde o sinal é melhor, cheio, por estar em linha reta com a antena da Globo ou
de outras emissoras, o telespectador que tem em casa uma antena UFH das mais
antigas e liga seu conversor (os mais modernos dizem já ter antena interna),
pode até pegar algum canal digital. Mas apenas os canais baixos.
Em alguns edifícios a antena coletiva está instalada e até pode-se colocar um
misturador de RF para as duas antenas UHF e VHF, mas deve-se checar se o cabo
utilizado é para as duas faixas de frequência e um cabo de boa qualidade, pois
para baratear o serviço muitas empresas colocam cabos mais baratos de malha
simples (de preços inferiores). Mas este cabo tem que atender a faixa de
frequência de 54 Mhz a 806 Mhz.
Hoje, a maioria das antenas coletivas dos condomínios ainda é VHF (recebem dos
canais 2 a 13), inadequadas portanto para a TV Digital. Tem mais: o cabo coaxial
usado nessas instalações também não chegam aos 470MHz de frequência necessários
para o UHF. Não chegam aos 250MHz. A maioria dos cabos instalados hoje não passa
o sinal digital. Portanto, não raro, além da troca da antena, é necessário
também a troca de todo o cabeamento e tomadas.
Alguns trabalhos já forma feitos pelo Fórum SBTVD para tentar criar regras para
instalação de TV digital em condomínios. Mas é uma tarefa inglória. Normalmente
o condomínio opta pela instalação mais barata e não pela de melhor qualidade.
O Fórum SBTVD chegou a desenvolver um documento que foi distribuído para a
associação das administradoras de condomínio, para que elas por sua vez
distribuíssem para os condomínios conveniados, dizendo que para TV Digital é
preciso a instalação de uma antena UHF. É só com ações desse tipo, informando
corretamente a população, que vamos começar a resolver problemas de instalação.
Precisamos massificar as informações.
Entre as informações mais relevantes, por exemplo, está a de evitar a
demodulação do sinal no alto do prédio para posterior distribuição entre os
apartamentos. Parece bom mas, na prática, a longo prazo, privará todos os
apartamentos de outros recursos da TV digital, como a interatividade.
Muitos antenistas amplificam o sinal UHF e ao mesmo tempo pegam esse sinal UHF
de novo lá em cima, demodulam, remodulam e combinam os dois, de modo a
distribuí-los juntos. Assim, o morador que tenha uma televisor de tubo com sinal
SD, recebe apenas o SD. Quem tem um diplay HD sem conversor, recebe apenas o
sinal SD. E quem tem os conversores, recebe HD e full HD. Nesse caso é preciso
garantir que o sinal original UHF está de fato chegando a todos os apartamentos,
para que a TV digital não perca todas as suas vantagens (vídeo HD full, som 5.1,
interatividade e o que mais oferecer).
Fato é que a Copa do Mundo está sendo um senhor teste para a TV Digital. E não
falo pela questão do delay (atraso no sinal) pequeno para o sinal HDTV aberto e
bem maior para o sinal HDTV da TV paga. O brasileiro começou a descobrir que
alta qualidade de som e imagem tem preço. E, infelizmente, não vejo entre a
maioria dos participantes do Fórum SBTVD (exceto entre os integrantes do Módulo
de Promoção) a preocupação de evitar que o sistema caia no descrédito absoluto,
com a população comprando o conversor, levando para casa e não conseguindo usar
por conta de total desinformação. O despreparo é grande até mesmo entre os
vendedores, que não informam corretamente a ninguém, na hora da compra, sobre a
necessidade de uso de uma antena diferente daquela que tem em casa.
É preciso fazer algo, e já.
Hoje, por exemplo, o assessor especial da casa Civil e membro do Fórum de TV
Digital, André Barbosa, se reúne com fabricantes de eletroeletrônicos, na
Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos – Eletros, para
apresentar uma proposta de incentivos fiscais (redução de PIS e Cofins,
principalmente, como no bem sucedido programa Computador para Todos, do Governo
Federal) para convencer as empresas a fabricarem conversores externos. Até aqui,
grandes fabricantes têm apostado mais na fabricação de TVs com conversores
embutidos. E os pequenos fabricantes de Manaus que optaram pela produção de
conversores externos, sofrem com a falta de fornecimento de chips em função da
troca de geração, especialmente por parte da STi Microeletronics.
Faria bem o governo se incentivasse também a produção de antenas UHF para TV
aberta, capazes de sintonizar dos canais 14 ao 69 (470Mhz a 806 Mhz), como os
conversores externos, igualmente difíceis de encontrar no mercado, como estava
previsto no plano inicial de implantação do sistema.
Ah! Mais dois detalhes importantes:
1 – lembre-se que o cabo da antena é o condutor desse sinal. Portanto deixe-o
passar livremente. Adquira cabos de boa qualidade (RGC59, RGC6, etc);
2 – quando o sinal no local não é suficiente, a TV Digital mostra uma tela azul
como a das TVs a cabo, sem nenhuma imagem. Nem mesmo chuviscos.
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Leia na Fonte: ABG Digital
[20/12/13]
Ginga BR Labs. A quem servem? TV Conectada Ou TV Digital aberta?
Um centro tecnológico do Ginga BR Labs foi inaugurado nesta quarta-feira no
Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador. O novo laboratório irá desenvolver
principalmente aplicações de TV digital terrestre voltadas para agricultores
familiares( que precisarão ter banda larga em casa ).
Este é o segundo centro do Ginga BR Labs a ser inaugurado. O primeiro, em
atividade há menos de um mês, fica na Fundação Universidade do Tocantins (Unitins).
No total, dez emissoras públicas, selecionadas por meio de edital, receberão
laboratórios e 40 profissionais serão capacitados pela Rede Nacional de Ensino e
Pesquisa (RNP).
Os centros tecnológicos estarão conectados a um repositório de conteúdos, que
funcionará como uma central de aplicativos.
O Ginga BR.Labs faz parte do programa Ginga Brasil, que tem o objetivo de
incentivar a produção e a difusão dos aplicativos interativos para a TV digital
conectada.
A pergunta que nao quer calar: este projeto visa a interatividade com o Ginga
voltado para WEB TV, Broadband TV, OTT ou VOD? Sim, porque o Ginga utilizado e o
Ginga perfil A, o mesmo que esta nos televisores objeto da PPB de 2011 que
obrigou o embarque do middleware nos conversores digitais embutidos nos
televisores digitais fabricados a partir de 2011 e 2012 e dai por diante.
Na verdade, o Ginga para TV aberta, sem conexão com a Internet e o Ginga C,
ainda nao homologado no Forum da TV Digital por pressão da industria de recepção
que quer a todo custo seus projetos globais de SMART TV, com suas lojinhas on
line. Este modelo de negocio, cuja massificação e de êxito duvidoso (veja
matéria da WIRED, ed. de dezembro de 2012.."it's sucks"..) norteou a escolha do
Ginga no Brasil.
Assim, este projeto alvissareiro e cuja capacitação estará a cargo da OS RNP,
cuja especialidade em desenvolvimento são redes IP, deve acompanhar a linguagem
HTML que suporta os aplicativos daquelas lojinhas e próprias para o ambiente
WEB.
O que queremos e o Ginga HTML ao lado do desenvolvimento das outras camadas do
Ginga , especialmente a que permite Interatividade na TV aberta com canal de
retorno 3G e a linguagem HTML conjugada com a linguagem audiovisual, típica dos
ambientes de produção para TV e que esta sendo testada pelo projeto BRASIL 4D da
EBC em parceria com universidades, empresas publicas, privadas, ministérios,
prefeituras e governos estaduais.
Este projeto que tem sua sequência no Distrito Federal a partir de 15 de
fevereiro, terá como foco 300 famílias cadastradas no cadastro único do Governo
Federal que receberão conversores e antenas UHF para receber o sinal digital da
TV Brasil e poder participar do programa de conteúdos interativos pela TV
Digital interativa e assim ingressar no mundo da inclusão social.
Se estes laboratórios nao trabalharem com o perfil C do Ginga que permite o
recebimento destes serviços audiovisuais, estão distantes das população ainda
muito expressiva da população que não tem banda larga e colocando os aplicativos
HTML sem uso.
Para quem são estes laboratórios? Qual o seu propósito? Banda Larga ou TV
Digital?
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Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[04/06/12]
A TV que todos
amam odiar - por Orlando Barrozo
Terminei de ler “O Livro do Boni”, autobiografia de José Bonifácio de Oliveira
Sobrinho, o Boni, que durante 21 anos (1977-1998) dirigiu a Rede Globo. Tanto o
tema quanto o personagem são ótimos, e por isso o livro é altamente recomendado.
Para quem, como eu, trabalha com comunicação e gosta de estudar o assunto, é
leitura obrigatória. Curiosamente, o livro foi lançado num momento em que a
Globo atrai sentimentos os mais contraditórios, por ser o veículo de mídia mais
importante do país, aquele que todos, especialmente os políticos, gostariam de
ter sempre a seu lado.
Não é de hoje que está na moda criticar a Globo. A emissora causa polêmica desde
quando entrou no ar, em 1965, apoiada num esquema suspeito com a editora
americana Time-Life. Era, e ainda é, ilegal no Brasil um veículo de comunicação
financiado por estrangeiros. Com o sucesso, principalmente a partir de 1969,
aumentaram não apenas a audiência e o faturamento, mas também as críticas,
vindas de setores que não conseguem ser agraciados com a cobertura global.
Embora seja o maior grupo de comunicação do país e pague os melhores salários
(talvez até por esses mesmos motivos), a Globo continua sendo atacada, agora nas
redes sociais, como responsável por quase tudo de ruim que acontece (leiam
este artigo).
O livro de Boni ajuda a entender, em parte, como a emissora fundada por Roberto
Marinho chegou a esse estágio. É, ao mesmo tempo, campeã de audiência (absoluta,
desde 1972) e campeã de comentários negativos na imprensa e, nos últimos tempos,
em blogs, sites, Facebook, Twitter etc. O ex-diretor-geral reconhece os
problemas em relação à Time-Life, embora na época o Congresso tenha realizado
longa investigação e chegado à conclusão de que o negócio não era ilegal
(Congresso também suspeito, diga-se). Aponta ainda vários outros erros da
emissora ao longo de sua trajetória, como a parcialidade na eleição de 1982,
quando Leonel Brizola tornou-se governador do Rio de Janeiro; a má avaliação do
movimento Diretas-Já, em 1984, que a emissora se recusou a cobrir (por ordem
expressa de Marinho); e a distorção proposital, na ilha de edição, do célebre
debate entre Fernando Collor e Lula, na eleição presidencial de 1989.
Como protagonista de todos esses episódios, Boni narra detalhes nunca antes
divulgados, e só por isso o livro merece ser apreciado. Foi, sem dúvida, o
principal responsável pelo chamado “padrão Globo de qualidade”, expressão que
ele jura ter sido inventada fora da emissora. “Ao contrário da TV americana, que
herdou talentos e técnicas de Hollywood, a TV brasileira nasceu e se desenvolveu
com gente do rádio, do teatro e do circo”, conta Boni, detalhando como a falta
de estrutura e de dinheiro obrigou os pioneiros a improvisar e apelar para a
criatividade. Ele começou em 1952, aos 17 anos, na TV Tupi, fundada dois anos
antes, e – além de passar por quase todas as outras emissoras importantes
(Excelsior, Bandeirantes, TV Rio) – foi também sócio de uma agência de
publicidade e de uma das primeiras produtoras de vídeo do país.
Para mim, como leitor, a descrição desses primórdios da televisão é o melhor do
livro. A lista de verdadeiros gênios que abriram o caminho para as realizações
da Globo é enorme. Assim como Boni, muitos aprenderam nas outras emissoras os
segredos para construir a primeira grande rede nacional de televisão. Nesse
caminho, houve muita intriga, fofoca, brigas de poder, traições. Lamentável,
para o país, é que nenhuma das concorrentes da Globo jamais conseguiu chegar
sequer próximo, tanto em audiência quanto em qualidade da programação. Não foi
por falta de dinheiro nem de apoio do governo, como muitos insinuam. Pura
incompetência.
E incompetência, como diz Boni no livro, é algo que nunca foi admitido na Globo.
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Leia na Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[03/06/12]
No reino das
laranjas podres - por Orlando Barrozo
Nunca antes neste país foi tão fácil criticar e denunciar. E os políticos, de
longe a classe com piores índices de credibilidade, estão descobrindo, com
auxílio da tecnologia, uma forma eficaz de rebater as críticas sem ter que,
necessariamente, abandonar suas práticas, digamos, menos louváveis. De uns
tempos para cá, presidentes, ex-presidentes, ministros, governadores, prefeitos,
parlamentares e seus respectivos grupos de apoio vêm terceirizando o trabalho de
atacar seus críticos. E tem sido fácil conseguir mão de obra para isso.
As escolas de Jornalismo despejam na praça, todo ano, milhares de jovens
dispostos a virtualmente quase tudo para entrar no mercado. Ao mesmo tempo,
outros milhares de jornalistas já formados não conseguem mais emprego nos
veículos tradicionais, seja por falta de competência (do próprio profissional ou
das empresas), por arranjos políticos ou porque é de fato menor a necessidade de
mão de obra na mídia em geral (este um fenômeno mundial). Há ainda aqueles que,
já a caminho do fim da carreira, descobrem nos políticos, quem sabe, patrões
melhores que os donos de empresas jornalísticas tradicionais. E se vendem
miseravelmente, em troca de patrocínios, comissões, cargos em emissoras públicas
e sabe-se lá mais o quê.
Como um exército em treinamento intensivo, esses profissionais têm missões a
cumprir, frequentemente disfarçados de “blogueiros” ou “colunistas”. Depois que
Barack Obama venceu e eleição americana, em 2008, utilizando espertamente as
novas mídias, políticos do mundo inteiro constataram que não podiam mais
desprezar essa arma. No Brasil, figuras como José Sarney, Paulo Maluf, Anthony
Garotinho e ACM há anos mantinham suas redes de bajuladores, formadas por
jornalistas pagos para disseminar informações a seu favor. Salvo engano, foi
Sarney quem sistematizou a prática no campo digital, a partir de 2009, quando um
de seus filhos conseguiu que a Justiça censurasse o jornal O Estado de S.Paulo.
Com a repercussão ruim do episódio, o velho coronel montou sua rede de apoio. Em
pouco tempo, surgiram na internet dezenas de blogs dedicados a, de um lado,
divulgar notícias positivas sobre Sarney e seu grupo e, de outro, atacar o
Estadão e outros veículos.
Hoje, a praga dos “laranjas digitais” está institucionalizada. Com a agravante
de que, na internet, o anonimato é mais regra do que exceção, e plenamente
aceito, já que não há leis para coibi-lo. E, curiosamente, o alvo mais frequente
de agressões é a própria mídia. O sr. ministro foi pego de braços com um
empreiteiro que financiou o partido? Não há problema: blogs e redes sociais são
infestados de “notícias” para desviar o foco. O governador viajou no jatinho de
uma empresa que executa obras no estado? É prá já: mostrem-se as “realizações”
do homem e espalhem-se calúnias sobre o repórter autor da denúncia. O
ex-presidente teve encontro secreto com um juiz e tentou chantageá-lo? Na mesma
hora, informe-se ao distinto público que o jornal ou revista onde saiu a
informação está comprometido com este ou aquele contraventor, ou tomou dinheiro
emprestado deste ou daquele banco.
Os fatos, em si, perdem importância – valem mais suas versões digitais,
instantaneamente replicadas. Trava-se um tipo de jornalismo de guerrilha, em que
o publicado hoje pode ser tranquilamente deletado, ou “atualizado”, para não ser
lido amanhã. Isso vale para meras insinuações, acusações sem prova, transcrição
pura e simples de press-releases ou documentos vazados pelas partes
interessadas, citação de estatísticas a esmo, sem esclarecer a fonte, confusão
deliberada entre o público e o privado, distribuição de dossiês ou pesquisas de
opinião encomendadas. Distorcem-se fatos históricos com a mesma sem-cerimônia
com que se pirateiam textos, músicas e filmes. O nome técnico de tudo isso é
“novas mídias”.
É nesse ritmo que se engalfinha hoje a imprensa brasileira, tomada de assalto
(literalmente) pelos donos do poder. No passado, os chamados “barões da
imprensa” defendiam ou criticavam os governantes ao sabor dos ventos políticos.
Chefões como Roberto Marinho, Assis Chateaubriand, Otavio Frias e Julio de
Mesquita Neto, só para citar alguns, eram eles mesmos os portavozes daquilo que
presidentes e governadores queriam ver publicado. E, quando não concordavam,
isso ficava claro. Hoje, a imprensa virou uma espécie de laranjal a serviço
daquela que certamente é a pior geração de políticos que já tivemos. Não é
preciso mais ser dono de um jornal ou concessionário de uma emissora; basta um
blog.
O consolo – se é que a palavra cabe – é que tudo isso faz parte do jogo
democrático. Ainda não tivemos nenhum grande órgão de imprensa fechado, ou
levado à falência, pelos governantes, como vem acontecendo, por exemplo, na
Argentina e na Venezuela. Pequenos jornais do interior continuam sofrendo as
pressões de sempre, e o número de jornalistas assassinados nos últimos meses só
vem provar que a laranja é uma fruta cada vez mais perigosa. Em sites e blogs,
nota-se que não falta quem deseje a volta da censura. Mas as artimanhas para
calar a imprensa são praticadas na surdina, e esporádicas, pois ninguém tem
coragem de defender abertamente essa ideia.
Melhor assim. Que cada um exerça sua liberdade de opinar e “denunciar”, quando
for o caso, ainda que atuando como fantoche de políticos e até de criminosos. Se
um advogado de prestígio pode defender nos tribunais um contraventor e ser pago
com dinheiro advindo do crime, por que um jornalista não tem o direito de vender
suas opiniões a bandidos tão repugnantes quanto? Cabe ao cidadão leitor,
telespectador ou internauta cobrir-se de cuidados, mais ou menos como fazemos
todos ao passar por uma rua escura. Desconfiar, sempre, daquilo que se ouve e se
lê; procurar fontes diversas para se atualizar sobre cada assunto; comparar
opiniões divergentes. Não é fácil hoje em dia, com a overdose de informações a
que somos submetidos. Mas é a única maneira de não se perder no laranjal.
Feliz ou infelizmente, o velho adágio cabe bem à mídia atual: o preço da
liberdade é a eterna vigilância.