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Leia na Fonte: Convergência Digital
[16/05/13] Oi deve firmar o primeiro TAC com Anatel
- Luís Osvaldo Grossmann
Bateu nesta quinta-feira, 16/5, no Conselho Diretor da Anatel uma grande fatia
do que virá a ser a “mãe de todos os TACs” – ou seja, o processo que deu origem
à ideia de um regulamento específico para os Termos de Ajustamento de Conduta
entre agência e teles quando houver descumprimento de obrigações. Na verdade,
trata-se do primeiro pedido formal de celebração de acordo com o objetivo de
trocar multas por investimentos.
O caso específico envolve uma dívida de R$ 215 milhões em multas devidas pela Oi
por interrupção sistêmica de telefonia fixa na região Norte do país. É o maior
de uma série de casos semelhantes, mas não o único. Há pelo menos outro processo
que envolve algo como R$ 100 milhões e uma série de outros na casa dos R$ 20
milhões a R$ 30 milhões. São quase uma centena de casos. Todos candidatos ao
mesmo TAC.
São falhas graves, com processos, os quais na prática trazem vários outros
apensados. Em comum, o tipo de problemas – a reiterada queda de serviço para
assinantes fixos no Norte. Em pelo menos uma das cidades afetadas, a soma das
interrupções já deixou os moradores sem telefone por seis meses. A Anatel já tem
até uma dimensão razoável do dilema: a Oi precisa substituir cerca de 2 mil
centrais telefônicas na região – em muitos casos equipamentos com três décadas
que foram levados para lá quando o Sul/Sudeste foi modernizado.
O tema ganhou o público nesta quinta-feira quando o conselheiro Marcelo Bechara
explicitou o pedido da Oi por um TAC e como a agência vai proceder diante do
fato de que o regulamento que vai balizar esse tipo de acordo acaba de voltar da
consulta pública – portanto, deve levar mais uns quatro meses para ser
efetivamente aprovado. A saída: alongar um pedido de diligência por 180 dias.
O adiamento só não foi formalmente chancelado por falta de quórum – havia apenas
três conselheiros na reunião e um deles, o atual substituto Marcos Paolucci, não
pode votar nesse caso específico. De qualquer forma, relator de parte das
questões da Oi no mesmo assunto, Bechara já sinalizou que se trata de “um típico
caso de TAC, porque ajustaria uma conduta reiteradamente irregular”.
Um TAC para esse acervo de casos de interrupção sistêmica foi pedido formalmente
pela Oi e tem apoio da (então) Superintendência de Serviços Públicos da Anatel –
cujo cerne das tarefas migrou para a nova superintendência de Controle de
Obrigações. Mas foi justamente para que a agência não desse a impressão de
solução específica para essa operadora que foi decidido trabalhar um regulamento
geral para os Termos de Ajustamento de Conduta.
O acordo é defendido pela área técnica em grande medida porque as soluções
tentadas até aqui não resolveram os problemas – ou seja, as pessoas afetadas
continuam sofrendo interrupções no serviço. A então SPB chegou a determinar
medida cautelar contra a Oi, mas o efeito foi pequeno. O prazo dessa cautelar
foi prorrogado, mas isso tampouco adiantou. A torcida é que, com um acerto para
investir na infraestrutura, a situação melhore.