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Fonte: Convergência Digital
[16/10/13] Redes do governo terão caráter de
‘segurança nacional’ para evitar licitação - por Luís Osvaldo Grossmann
As redes de comunicações do governo vão ser tratadas como questão de segurança
nacional e será esse o caminho legal para a contratação direta da Telebras, por
exemplo, para fornecer o serviço aos órgãos públicos. A ideia já fora sugerida
no desenho original do Plano Nacional de Banda Larga e foi recuperada por conta
das denúncias de espionagem.
Daí que o Decreto que estabelece a reestruturação das redes, bem como a
obrigação de que os órgãos da administração federal utilizem o ‘e-mail seguro’
do Serpro, tenha que passar primeiro pelo Conselho de Defesa Nacional, como
explicou nesta quarta-feira, 16/10, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
“Chegamos a sugerir que a parte que não precisa passar pelo Conselho de Defesa
Nacional fosse assinada antes, mas saíra tudo junto. Segundo a Casa Civil, o
Conselho vai tratar desse assunto ainda nesta semana”, afirmou o ministro, após
participar de audiência pública sobre a Lei das Antenas na comissão especial da
Câmara que discute o projeto.
É a mesma lógica que dispensou de licitação o uso da Telebras na operação do
satélite geoestacionário – projeto compartilhado com o Ministério da Defesa. Ou
seja, pela possibilidade aberta pelo artigo 24 da Lei 8.666/93, que dispensa o
procedimento “quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
nacional”.
Cautelosamente, o secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano
Martinhão, ressaltou que “neste momento esse tratamento será dado somente às
comunicações de dados, ficando telefonia fixa e móvel de fora”. Em 2010, quando
a Telebras foi reestruturada, as operadoras já se queixavam da possibilidade de
o governo deixar de contratar os serviços privados.