Telebrás e PNBL
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Eletronet
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Página inicial sobre a Eletronet
Com "Resumo" e "Relação Geral (links)
das notícias sobre a Eletronet
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Notícias de 2004 a
2009
(Ver
transcrições mais abaixo)
2009
Leia na Fonte: Teletime
[07/01/09]
Serviços governamentais são primeiro alvo da Telebrás
2008
Leia na Fonte: Teletime
[24/06/08] Justiça
aceita pagamento em títulos por ativos da Eletronet
Leia na Fonte: Teletime
[17/06/08]
Julgamento sobre ativos da Eletronet é suspenso novamente
Leia na Fonte: Teletime
[03/06/08]
Justiça do Rio começa a decidir futuro da infra-estrutura da Eletronet
Leia na Fonte: Teletime
[09/01/08]
Telebrás recebe R$ 200 mi para gerir programa de inclusão
2007
Leia na Fonte: Teletime
[12/12/07]
Negociação entre governo e teles atinge ponto crítico
Leia na Fonte: Teletime
[06/11/07]
Projeto de universalização de acesso em escolas anda devagar
Leia na Fonte: Teletime
[09/10/07]
Decisão sobre troca de PSTs sai hoje, diz Costa
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[02/10/07]
Presidentes de teles dizem que governo sabe a solução para desafios
Leia na Fonte: Teletime
[02/10/07]
Governo segue em busca de alternativas para rede de inclusão digital
Leia na Fonte: Teletime
[10/09/07]
Projeto prevê empresa mista para inclusão digital
Leia na Fonte: Teletime
[09/07/07]
Para Costa, concessionárias sub-avaliaram investimentos
2005
Leia na Fonte: Teletime
[23/05/05]
Eletronet e Lucent formalizam acordo de manutenção
2004
Leia na Fonte: Teletime
[01/10/04]
Eunício desmente reativação da Telebrás como operadora
Leia na Fonte: Teletime
[14/06/04]
Falência da Eletronet deverá ser definida no STJ
Leia na Fonte: Teletime
[14/01/04] Não
há apoio do governo ao consórcio das teles
Transcrições
2009
Leia na Fonte: Teletime
[07/01/09]
Serviços governamentais são primeiro alvo da Telebrás
Segundo apurou este noticiário junto a fontes qualificadas, a idéia de
revitalizar a Telebrás tem muitos seguidores dentro do governo e seu maior
defensor agora faz parte da estatal. O secretário de logística e tecnologia
da informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, assumiu em
dezembro de 2008 cadeira no conselho de administração da empresa. Segundo
fontes do governo, a entrada de Santanna não deixa nenhuma dúvida de que a
reativação da estatal continua forte nos planos do Estado.
A proposta ainda seria colocar a Telebrás como gestora de uma futura rede
pública de Internet em alta velocidade. O primeiro passo é a exploração das
fibras apagadas da Eletronet, empresa do grupo Eletrobrás em processo de
falência e que possui aproximadamente 6 mil km em fibras óticas.
Outro ponto da estratégia é jogar para esta rede o tráfego de informações
governamentais. O fato de hoje as comunicações de governo serem dependentes
de redes administradas por empresas privadas (concessionárias de telecom)
continua incomodando a administração pública, daí a estratégia de começar
deste ponto a reativação da Telebrás. Em um segundo passo, há planos de
ampliação do escopo da estatal, que poderia vir a fechar acordos no futuro
com outras detentoras de redes (distribuidoras de energia elétrica, por
exemplo) para gerir o acesso a essa infraestrutura. O Executivo, contudo,
faz grande esforço para afastar a interpretação de que a Telebrás concorrerá
com as concessionárias e demais empresas de telecomunicações, mas o fim da
contratação das teles privadas para a prestação de serviços ao governo, por
si só, já terá impacto significativo no mercado
Eletronet
A grande pendência para que o projeto decole, agora que o aporte de R$ 200
milhões já foi feito, continua sendo a falência da Eletronet. Mas o governo
já teria encontrado uma saída para o caso. Usando uma cláusula contratual, o
governo conseguiu uma liminar assegurando à Telebrás a gestão provisória das
fibras até que o caso seja concluído em definitivo. A decisão tomada pelo
Tribunal Regional Federal (TRF) 2, do Rio de Janeiro, resguarda os serviços
que hoje usam a rede da Eletronet, que ficarão de fora da gestão da
Telebrás.
A decisão ainda não foi cumprida pela justiça da primeira instância que está
cuidando do processo, mas o governo está otimista: acredita que em pouco
tempo a emissão de posse será assinada em favor da Telebrás, permitindo que
ainda neste ano a estatal volte novamente à ativa.
Sempre viva
Para além dos planos traçados pelo governo para a Telebrás, a estatal
manteve-se bastante viva nesses 11 anos de privatização das telecomunicações
se for considerado o quadro de profissionais da entidade. Na contagem mais
recente, de 30 de novembro de 2008, a Telebrás possuia 232 funcionários,
sendo que apenas quatro trabalham na sede da empresa e um representa a
estatal no sindicato do setor.
Os outros 227 profissionais estão espalhados por órgãos públicos, em
especial na Anatel. Ao todo, 187 funcionários trabalham na agência
reguladora, diversos em posições importantes como superintendentes e
gerentes. Outros 19 profissionais estão no Ministério das Comunicações.
Existem ainda funcionários cedidos à Presidência da República, Abin,
Ministério do Planejamento e Ministério dos Transportes.
Assim, mesmo que o projeto de reativação da Telebrás não decole de fato, a
manutenção da estatal é considerada importante para o governo uma vez que
sua liquidação traria danos especialmente para os quadros da Anatel. Nesse
aspecto, a reativação efetiva da estatal poderá no futuro corrigir
discrepâncias salariais existentes hoje na agência reguladora entre os
especialistas admitidos por concurso e os funcionários cedidos pela
Telebrás.
Mariana Mazza
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2008
Leia na Fonte: Teletime
[24/06/08] Justiça
aceita pagamento em títulos por ativos da Eletronet
O governo, por meio de processo aberto pelas companhias de energia estatais
Eletronorte, Chesf, Eletrosul e Furnas, obteve uma vitória parcial na briga
pelos ativos da Eletronet, nesta terça-feira, 24. A 4ª Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve o efeito suspensivo que
permite o pagamento da indenização em títulos públicos, modificando a
decisão de 1ª instância, que determinava o pagamento em espécie. "Os
credores querem o dinheiro. Mas há um recurso no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) que tenta invalidar a decretação de falência da Eletronet. Se
a falência for revogada, não haveria devolução de ativos. Por isso, achei
melhor que a indenização fosse feita em títulos", justificou a este
noticiário o desembargador Paulo Maurício Pereira, redator do acórdão. Por
outro lado, contrariando o que pediam as companhias de energia, ficou
mantida a decisão de 1ª instância de que a rede de fibra óptica instalados
pela Eletronet não fará parte do pacote de ativos a serem devolvidos a elas.
A rede continuará de posse da massa falida. Também ficou definido que as
companhias de energia elétrica poderão contratar a própria Eletronet para
terceirizar a exploração de serviços com os ativos de telecom devolvidos, em
vez de serem obrigadas a contratar funcionários da Eletronet, como
determinava a decisão de 1ª instância. As elétricas alegaram que, por serem
empresas públicas, não poderiam contratar diretamente os funcionários da
Eletronet sem que fosse realizado um concurso público.
Todas essas determinações fazem parte do efeito suspensivo concedido pela
Justiça. O mérito do agravo em questão ainda será julgado pela 4ª Câmara
Cível. O advogado André Chame, que representa a Lucent, uma das credoras da
Eletronet, adiantou a este noticiário que irá recorrer ao STJ contra o
pagamento em títulos caso a 4ª Câmara mantenha essa decisão quando julgar o
mérito.
Complexidade
O julgamento desta terça-feira foi marcado pela complexidade: os próprios
desembargadores e advogados presentes na sessão tiveram dificuldade em
entender qual era o resultado final. Foram proferidos três votos diferentes,
um por sessão, ao longo de um mês. O primeiro, do desembargador relator,
Sidney Hartung, foi proferido em sessão no começo de junho e dava provimento
total ao recurso das companhias de energia elétrica. O segundo, do
desembargador Paulo Maurício Pereira, proferido na semana passada, dava
provimento parcial: aceitava o pagamento em títulos e a contratação da
Eletronet, mas pedia pela manutenção da rede junto à massa falida. O
terceiro e último, do desembargador Horácio Ribeiro Neto, proferido na
sessão desta terça-feira, 24, dava provimento apenas ao pedido de
contratação direta da Eletronet para a prestação dos serviços de telecom. No
fim, acabou valendo o chamado "voto médio", do desembargador Paulo Maurício
Pereira, que foi uma espécie de meio termo entre os outros dois votos.
O agravo regimental movido pela Lucent que apontava supostas falhas formais
no agravo de instrumento movido pelas elétricas foi indeferido por dois
votos a um.
Histórico
O backbone da Eletronet é composto por mais de 16 mil Km de fibras ópticas
que correm pela rede de distribuição de energia elétrica. A empresa é de
capital misto: quando fundada, 51% pertencia à AES Bandeirante e 49% à
Lightpar, subsidiária da Eletrobrás. Em 2003 a Eletronet declarou falência e
agora há essa disputa judicial em torno de seus ativos. De um lado, estão as
distribuidoras de energia citadas acima, que reclamam a posse dos ativos. De
outro, estão credores, como Furukawa e Lucent (hoje, Alcatel-Lucent), que
querem receber o que a Eletronet lhes deve.
Fernando Paiva
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Leia na Fonte: Teletime
[17/06/08]
Julgamento sobre ativos da Eletronet é suspenso novamente
O julgamento de um recurso sobre o futuro dos ativos da Eletronet que
tramita na 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi
suspenso novamente nesta terça-feira, 17. A votação está empatada em um a
um. A suspensão se deve ao fato de o terceiro e último desembargador a votar
ter pedido vistas do processo.
O processo em questão foi movido por distribuidoras de energia que pleiteiam
o direito de usar certificados financeiros do tesouro como forma de
pagamento de uma indenização de R$ 217 milhões pela devolução dos ativos de
telecomunicações da Eletronet. Em meados de maio, o desembargador relator do
recurso, Sidney Hartung, havia concordado com o pedido e concedido efeito
suspensivo. Porém, credores da Eletronet e a própria massa falida, que hoje
é administrada por um síndico, entraram com agravos regimentais. Duas
semanas atrás, iniciou-se o julgamento desses agravos. Hartung votou contra
ambos os agravos e o desembargador Paulo Pereira pediu vistas. Nesta
terça-feira, 17, o desembargador Pereira votou dando provimento parcial aos
agravos, o que empatou a votação. Em seguida, o desembargador Horácio
Ribeiro Neto pediu vistas, suspendendo o julgamento.
Vale lembrar que há outros recursos em segunda instância movidos pela massa
falida e pela LT Bandeirante (nova razão social da AES Bandeirante, sócio
privado da Eletronet). Esses recursos também são relatados por Hartung e
aguardam a decisão do processo que está em julgamento. A briga só deve
terminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), acreditam fontes.
Histórico
O backbone da Eletronet é composto por mais de 16 mil Km de fibras ópticas
que correm pela rede de distribuição de energia elétrica. A empresa é de
capital misto: quando fundada, 51% pertencia à AES Bandeirante e 49% à
Lightpar, subsidiária da Eletrobrás. Em 2003 a Eletronet declarou falência e
agora há essa disputa judicial em torno de seus ativos. De um lado, estão as
distribuidoras de energia Chesf, Eletronorte, Eletrosul e Furnas, que
reclamam a posse dos ativos. De outro, estão credores, como Furukawa e
Lucent (hoje, Alcatel-Lucent), que temem que a devolução dos ativos às
elétricas inviabilize o pagamento do que lhes é devido pela Eletronet.
Fernando Paiva
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Leia na Fonte: Teletime
[03/06/08]
Justiça do Rio começa a decidir futuro da infra-estrutura da Eletronet
O desembargador Sidney Hartung, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro, negou provimento a dois recursos regimentais impetrados por
credores da Eletronet e pela massa falida da empresa contra sua recente
decisão favorável à reintegração dos ativos da companhia para distribuidoras
de energia. Foi o primeiro voto, mas com o pedido de vistas, a questão ainda
não está decidida.
O voto de Hartung, relator do processo, foi proferido em julgamento
realizado nesta terça-feira, 3. Outros dois desembargadores que compõem a 4ª
Câmara, porém, pediram vistas dos autos. A votação só deve ser completada
dentro de 15 dias, após mais duas sessões de julgamento dessa câmara.
Hartung justificou seu voto em razão do "alto grau de interesse público"
nesse processo, pelo fato de envolver paralelamente o serviço de transmissão
de energia elétrica (cuja rede dá suporte à infra-estrutura de
telecomunicações que compõe a rede da Eletronet). A explicação parece
referir-se ao argumento das elétricas de que dependem da rede de
telecomunicações da Eletronet para o fornecimento de informações sobre a
geração de energia nas usinas e sobre o transporte da energia, além de
alertas sobre possíveis problemas técnicos que ocorram durante a
transmissão. Um advogado que representa os credores, contudo, discorda desse
entendimento: "não se trata de serviço de energia elétrica, mas de serviço
de telecomunicações", argumentou a este noticiário.
Uso da rede
No momento, segue valendo o efeito suspensivo que Hartung aprovou em meados
de maio, que garante a reintegração dos ativos de telecomunicações da
Eletronet a Eletronorte, Chesf, Eletrosul e Furnas, todas empresas estatais.
O desembargador aceitou que a indenização à massa falida seja feita com
certificados financeiros do tesouro no valor de R$ 217 milhões, seguindo um
novo laudo pericial por ele solicitado. Foi o terceiro laudo feito até o
momento no âmbito dessa disputa judicial, cada um com valores diferentes. A
intensão do governo é usar a rede da Eletronet para projetos de implantação
de políticas públicas, como segurança e educação. Como a rede da Eletronet
tem grande capacidade, parte dela ficará disponível para ser oferecida ao
mercado, segundo fontes do governo. Mas está, por enquanto, descartada a
hipótese de criar uma empresa competidora em telecomunicações.
Mais dois votos
Ainda faltam os votos dos demais desembargadores, além do julgamento de
outros recursos em segunda instância movidos pela massa falida e pela LT
Bandeirante (nova razão social da AES Bandeirante, sócio privado da
Eletronet). A briga só deve terminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo um advogado que acompanha o caso, devido a trâmites burocráticos,
dificilmente os ativos serão reintegrados antes da conclusão da votação
desse atual recurso na 4ª Câmara Cível.
Para o presidente de um dos credores, uma decisão judicial favorável à
reintegração dos ativos da Eletronet às distribuidoras elétricas estatais
não seria justa. "Não sobrará nada para os credores", afirmou. E
acrescentou: "Soa estranho que o governo receba o ativo de uma empresa
falida que ele mesmo operava".
Histórico
Em 1999, a Chesf, a Eletronorte, a Eletrosul e Furnas firmaram com a
Lightpar um acordo para que esta alugasse a infra-estrutura de energia
elétrica delas e seus cabos de fibra óptica para um terceiro montar uma rede
de telecomunicações. A Lightpar, por sua vez, assinou contrato com a
Eletronet, para que esta fosse a administradora dessa rede de dados. A LT
Bandeirante (então chamada AES Bandeirante) tinha 51% do capital da
Eletronet e a Lightpar tinha 49%. Foram feitos fortes investimentos e a
Eletronet expandiu sua rede, alcançando 16 mil Km de extensão.
Em 2002, a Lightpar assumiu controle da Eletronet, após uma assembléia geral
extraordinária. Os advogados da LT Bandeirante, sócio privado da Eletronet,
dizem que a tomada do controle seria um "golpe" orquestrado pelo governo. "O
que o governo realmente pretende é fazer da Eletronet uma operadora de
telecom puramente estatal, excluindo, por completo, o investidor privado do
projeto", acusam os advogados da LT em uma de suas petições na Justiça
fluminense. Fontes do governo negam e dizem que a intenção é apenas usar a
rede para projetos de políticas públicas.
Em 2003, a Eletronet declarou falência. E a partir daí começou uma grande
disputa judicial, pois a empresa devia centenas de milhões de reais para
fornecedores, principalmente para Furukawa e Lucent. Contesta-se, inclusive,
se a Eletronet poderia ter declarado falência, já que ela pode ser entendida
como uma empresa pública.
Síndico
Com o processo de falência, a Justiça indicou um síndico para administrar a
massa falida e a Eletronet continuou funcionando e cumprindo seus contratos
para poder gerar caixa para pagar seus credores.
Em 2007, Chesf, a Eletronorte, a Eletrosul e Furnas entraram com um processo
na Justiça fluminense requerendo a reintegração de vários ativos da
Eletronet, a saber: cabos ópticos, torres, instalações de sustentação dos
cabos de fibra óptica, redes de acesso às regiões metropolitanas e
distribuidores ópticos. As empresas elétricas argumentaram que seu contrato
com a Ligthpar contém uma cláusula que previa a devolução desses ativos em
caso de falência da Lightpar ou de quem quer que houvesse contratado o
aluguel da rede com ela - neste caso, a Eletronet. Em troca, ofereceram para
a massa falida a garantia de R$ 270 milhões em certificados financeiros do
tesouro. As elétricas defendiam que se tratava de uma garantia, porque
exigiam ainda um laudo pericial contratado por elas para averiguar por quais
dentre aqueles equipamentos caberia pagar indenização à massa falida. Os
advogados da LT Bandeirante, por outro lado, argumentam que boa parte dos
cabos de fibra óptica da Eletronet foram instalados graças ao dinheiro do
sócio privado e não poderiam ser entregues às elétricas. Estas, por sua vez,
contra-argumentam que tinham cabos ópticos antigos instalados na rede e
estes foram substituídos por novos pela Eletronet.
Em janeiro de 2008, a Justiça fluminense decidiu, em primeira instância, a
favor do pedido das elétricas, mas elevou para R$ 380 milhões o valor a ser
pago à massa falida em caráter de indenização. Além disso, a Justiça
determinou que o pagamento deveria ser em espécie e que a devolução dos
ativos não incluiria os cabos ópticos instalados pela Eletronet.
Nenhuma parte parece ter ficado satisfeita com a decisão da primeira
instância. A LT Bandeirante recorreu pedindo a anulação da decisão,
argumentando "cerceamento de defesa", pois não pôde se manifestar sobre o
laudo que avaliou os ativos em R$ 380 milhões. Além disso, o sócio privado
da Eletronet afirmou que a empresa valeria, na verdade, R$ 600 milhões. O
pedido de liminar da LT Bandeirante foi negado, mas seu recurso aguarda
julgamento. O relator é o mesmo desembargador da decisão desta terça-feira,
3.
As elétricas, por sua vez, também recorreram da decisão, solicitando o
pagamento em títulos públicos. Foi este o recurso cujo efeito suspensivo foi
aceito por Hartung há duas semanas e cujo julgamento do mérito foi iniciado
nesta terça-feira.
Fernando Paiva
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Leia na Fonte: Teletime
[09/01/08]
Telebrás recebe R$ 200 mi para gerir programa de inclusão
Discretamente, a Telebrás acabou pondo fim à boataria sobre o seu
ressuscitamento em grande estilo para gerir a nova rede de banda larga do
governo federal. No fim do ano passado, a estatal recebeu um aporte de R$
200 milhões, em princípio, para "promover o restabelecimento do equilíbrio
econômico e financeiro da companhia". A confirmação da verba e os objetivos
da reestruturação do caixa foram apresentados em dois fatos relevantes,
publicados nas edições dos dias 20 e 21 de dezembro de 2007 de três jornais
e repassados aos acionistas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O documento datado de 21 de dezembro e assinado por Manoel Elias Moreira,
diretor superintendente e em exercício da chefia da área de Relações com
Investidores, é mais explícito e deixa claro que a verba tem como destino
reativar a estatal para gerir o programa de inclusão digital do governo
federal. De acordo como fato relevante, o aporte de R$ 200 milhões "objetiva
a capitalização da Telebrás, destinando-se a investimentos no sistema de
Operacionalização do Programa de Inclusão Digital e da Universalização da
Banda Larga no Brasil, bem como promover o restabelecimento do equilíbrio
econômico e financeiro da Companhia". Fonte do Ministério das Comunicações
explica que isso não significa que a estatal vá comprar ativos ou construir
uma rede. A capitalização viza dar fôlego para que a empresa possa ser
operacional. Para que? Para tocar o projeto de conectar todas as escolas do
país à Internet, o que será feito pelas concessionárias de telefonia fixa,
conforme acordo fechado com Lula no final do ano passado.
Na prática, o fato relevante avisa os acionistas que, sim, a Telebrás será a
gestora do grande backhaul, conforme havia sido divulgado pelo ministro das
Comunicações, Hélio Costa, em meados de novembro do ano passado. Os
comentários de Costa mexeram com o conjunto de ações da estatal, que tiveram
forte valorização no ano passado, levantando suspeitas por parte da CVM.
Para não gerar mais controvérsia, o ministro resolveu se calar. Mas, por
fim, a tese do ministro prevaleceu e a estatal já iniciou o ano com verbas
em caixa para funcionar.
O aporte foi validado por meio da Medida Provisória 405, publicada em edição
extra do Diário Oficial da União no dia 18 de dezembro de 2007. A MP abriu
crédito extraordinário para diversos órgãos da administração pública, entre
eles o Ministério das Comunicações, com a autorização para somar à
participação da União no capital da Telebrás o valor de R$ 200 milhões.
Sem Eletronet agora
Sem atividades no ramo de telecomunicações desde julho de 1998, quando suas
operadoras estaduais foram privatizadas, a Telebrás jamais foi efetivamente
liquidada, continuando a administrar pagamentos até os dias atuais. Já a
polêmica sobre o uso da estatal para cobrir o passivo de outra estatal, a
Eletronet, hoje na casa dos R$ 350 milhões, é assunto para depois. Primeiro
é preciso que a Justiça se pronuncie sobre a falência da Eletronet. Depois
se decide se a Telebrás ficará com a rede ou não. Os R$ 200 milhões não são
para isso, dizem fontes do governo.
Da Redação
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2007
Leia na Fonte: Teletime
[12/12/07]
Negociação entre governo e teles atinge ponto crítico
O sonho do governo de fazer um grande backhaul de banda larga para atender
todas as cidades do País virou um pesadelo para as empresas nas últimas
semanas. A negociação não vai bem e nessa quinta-feira, 13, pela manhã, uma
nova reunião, convocada pela Casa Civil, promete esquentar ainda mais o
debate. Desta vez, ao invés de encontrar-se com os assessores responsáveis
pelo projeto, a reunião será com a própria ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Rousseff, e com os ministros Hélio Costa (Comunicações), Paulo
Bernardo (Planejamento) e Franklin Martins (Comunicação Social).
De um lado, o governo exige mais contrapartidas das teles do que a colocação
do backhaul no lugar da instalação dos Postos de Serviço de Telecomunicações
(PSTs). De outro, as empresas recusam-se a aceitar as imposições e ameaçam
anular toda a negociação, recusando-se a assinar a alteração de contrato que
permitirá a troca de obrigações do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU).
A esperança das teles é que a negociação encontre um meio termo na conversa
com os ministros, já que, no campo técnico, os assessores têm se mostrado
irredutíveis.
Mais obrigações
O centro do embate é que, além do investimento na criação de um backhaul com
a verba economizada com o fim da exigência de instalação dos PSTs (pelas
contas do CPqD, cerca de R$ 1,2 bilhão), o governo quer que as teles
garantam tráfego gratuito em boa parte da capacidade atual das redes. A
exigência inclui acesso a 30% da capacidade em lambda (fibra acesa), 50% da
capacidade de rádio e mais o compartilhamento gratuito da infra-estrutura,
este último, com isenção dos custos de instalação dos equipamentos e
energia. Pelo alto custo, a proposta tem sido rechaçada pelas teles.
"O governo tem feito propostas como se só nós tirássemos proveito da
substituição dos PSTs por banda larga e fosse possível exigir mais do que
trocar seis por meia dúzia", afirma uma fonte das empresas. Mas a exigência
que tem arrepiado as empresas já foi ainda pior há poucas semanas. A idéia
original defendida por parte dos técnicos era de que a 30% das fibras
apagadas fossem de acesso livre ao governo. As teles argumentam que a oferta
de rede não é o negócio das concessionárias e, por isso, o governo estaria
extrapolando na negociação.
Já o governo pensa exatamente o contrário: instalando PSTs, as teles não
ganham nada. Trocando PSTs por backhaul, as teles ganham a chance de futuras
receitas, por um custo semelhante.
As teles argumentam que quase a totalidade da rede ociosa está nas mãos das
estatais elétricas - Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte, todas do grupo
Eletrobrás, cujas redes compõem a Eletronet -, o que exigiria que as teles
contratassem essa infra-estrutura para depois repassá-la sem custos à União.
Pelo cálculo das empresas, o gasto mensal com a contratação de rede da
Eletronet gira em torno de R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Como é que eu vou doar
isso para o governo?", questiona a fonte.
Benefícios
As teles admitem que a troca dos PSTs traz benefícios econômicos para o
setor, uma vez que está se substituindo uma obrigação incapaz de gerar
receita por outra potencialmente rentável como a oferta de banda larga. No
entanto, a contrapartida admitida pelas concessionárias é que o lucro com a
nova rede seja obrigatoriamente revertido para a melhoria ou ampliação do
próprio backhaul. Outra hipótese seria considerar esses ganhos no próximo
PGMU, previsto para 2010, permitindo ao governo fazer novas exigências de
universalização às teles.
Nova proposta
Já que o cenário não indica que o governo está disposto a aceitar apenas a
substituição da obrigação no PGMU, as empresas formularam uma proposta na
última reunião técnica com a Casa Civil, realizada na segunda-feira, 10. As
teles dispuseram-se a colocar conexões em banda larga em todas as mais de 14
mil escolas de ensino médio, com acesso gratuito pelo período de 12 meses,
no lugar da lista de exigências de acesso à rede. O investimento com a
conexão das escolas é da ordem de R$ 35 milhões. Caso o governo insista nas
obrigações de acesso à rede, as concessionárias estão dispostas a embargar a
negociação.
O trunfo das teles está em uma simples regra contratual do setor de
telecomunicações. Como a alteração no PGMU está sendo feita após o período
previsto na Lei Geral de Telecomunicações (LGT) para debater os novos
contratos e as novas obrigações, as empresas podem não aceitar a mudança.
Para oficializar a troca dos PSTs por banda larga, as concessionárias devem
ser chamadas para assinar um aditivo ao contrato e podem se recusar a
aceitar a nova obrigação. Na prática, optariam pela instalação dos PSTs,
como previsto originalmente, pondo fim aos debates sobre backhaul.
A lógica usada pelas empresas é bastante objetiva: a planilha de custos não
pode ultrapassar muito os R$ 800 milhões que seriam gastos com os PSTs,
pelas contas das empresas (que batem com as do governo excluídos impostos e
contribuição social). Qualquer valor acima disso por conta do aumento das
exigências torna automaticamente a instalação dos postos uma melhor
investida do que manter-se na negociação.
Já o governo deve jogar na mesa um último argumento: se as teles não
aceitarem ceder uma parte da rede, como está sendo proposto, elas terão que
instalar os PSTs, como está previsto nos contratos, mas perdendo a chance de
receitas futuras. Já o governo partirá para alternativas próprias para ter a
sua rede: a prioridade é a Eletronet (que depende de decisão judicial), ou
será feita uma licitação específica para isso.
Mariana Mazza
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Leia na Fonte: Teletime
[06/11/07]
Projeto de universalização de acesso em escolas anda devagar
Ao promover a alteração do Plano Geral de Metas de Universalização
possibilitando às concessionárias a troca da obrigação de instalação de
Postos de Serviços de Telecomunicações (PSTs) por infra-estrutura banda
larga em todos os municípios brasileiros a Anatel está, de certa forma,
colaborando com o projeto de universalização do acesso banda larga em
escolas desenhado no governo. Segundo o conselheiro da Anatel, Pedro Jaime
Ziller, não caberá às concessionárias de telefonia a obrigação de prover
acesso em última milha para escolas e postos de saúde. "Quem terá que fazer
isso é a iniciativa privada ou o governo, mas isso não pode ser uma
obrigação de universalização".
O projeto do governo para acesso banda larga em todas as escolas, por outro
lado, tem sido atropelado por outras urgências do Executivo. Uma decisão
final sobre qual caminho seguir deveria ter saído há cerca de 20 dias, mas
ainda está pendente. Há ainda outras discussões como o uso da rede da
Eletronet e a criação de uma empresa público-privada para esse fim. O acesso
a recursos do Fust e orçamento pelas empresas de telecomunicações, e o uso
da rede das companhias do sistema elétrico que não fazem parte, hoje, da
rede da Eletronet são outras pendências. Segundo cálculos do governo, cerca
de 50% das redes OPGW (redes de telecomunicações atreladas às linhas de
transmissão de energia elétrica) não fazem parte da Eletronet (que está
concentrada nas regiões mais ricas do País) e poderiam ser utilizadas para a
criação de uma infra-estrutura de universalização de acesso banda larga em
escolas, sobretudo em regiões mais carentes.
Samuel Possebon
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Leia na Fonte: Teletime
[09/10/07]
Decisão sobre troca de PSTs sai hoje, diz Costa
A troca dos PSTs por conexão em banda larga nas escolas deve ser decidida
ainda nesta terça-feira, 9, em reunião no Palácio do Planalto. Pelo menos é
esta a expectativa do ministro das Comunicações, Hélio Costa. "Deve decidir
hoje, até porque isso está para ser decidido há seis meses já", afirmou o
ministro. O governo corre contra o relógio para evitar o embaraço de fazer
uma nova prorrogação - o prazo para implantação do PST foi estendido duas
vezes no aguardo de uma definição por parte do governo sobre o projeto de
inclusão digital.
Mas o debate não ficará restrito à mudança dos postos por conexão banda
larga. Existem temas mais complexos, como a reabilitação da Eletronet e seu
uso para compor um grande backhaul. Segundo Costa, duas linhas principais
estão norteando o debate do grupo ministerial que voltará a se reunir com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça. "Não tivemos tempo de
decidir tudo", ressalvou. A primeira é a constituição do backhaul,
analisando a possibilidade de conciliar o uso das redes de fibras ópticas da
Eletronet e as estruturas pertencentes às empresas de telecomunicações.
O outro ponto estratégico é a definição de como se dará o acesso à última
milha tão logo essa grande estrutura seja montada. "O que nós chamamos de
última milha será licitada em cada cidade para que as grandes e pequenas e
médias empresas possam ter uma participação. As empresas de telecomunicações
vêm com a estrutura principal até a entrada nas cidades e o restante poderá
ser comercializado", explicou o ministro. "Onde as grandes empresas não
tiverem interesse, as pequenas terão. Os pequenos terão vez", completou,
argumentando que a intenção é não permitir monopólio nem oligopólio na
entrega do serviço ao consumidor.
Custos
A primeira ação dentro da nova política de inclusão digital deve ser a
validação da troca dos PSTs, como já havia sido anunciado pelo assessor
especial do Palácio do Planalto, Cézar Alvarez, durante a Futurecom. A
pendência que pode atrapalhar o início do processo ainda é o custo total de
implantação dos acessos banda larga nas localidades.
"Na verdade, temos um cálculo sendo feito pela Anatel que vai dar os números
reais do custo de implantação dos PSTs. Segundo as empresas, o custo é em
torno de R$ 500 milhões, mas nós imaginamos que possa ser mais. Pelos
números (prévios) da Anatel, achávamos que a troca custaria R$ 1 bilhão, mas
o valor deve fechar em R$ 700 milhões", detalhou Hélio Costa.
A definição de quantos serão os acessos obrigatórios implantados pelas
empresas é outro ponto que depende da validação do grupo ministerial
comandado pela Casa Civil. A idéia inicial do Minicom era a troca dos PSTs
por 143 mil pontos de banda larga espalhados pelo Brasil, com velocidade de
conexão de 256 Kbps. Costa afirma que, após negociação com as empresas, o
número de acessos passou para 208 mil e a velocidade também foi ampliada,
para 1 Mbps. A implantação se dará nos próximos três anos.
"Queremos que a internet chegue ao interior em condições de fazer
telemedicina, video-on-demand, educação à distância. Essa apreciação final
está sendo feita hoje com o presidente da República e com os ministros",
afirmou Costa. Além do Minicom e da Casa Civil, participam do debate os
ministérios da Ciência e Tecnologia, Educação, Cultura e Planejamento.
Mariana Mazza
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Leia na Fonte: Teletime
[02/10/07]
Presidentes de teles dizem que governo sabe a solução para desafios
Os presidentes das operadoras reagiram fortemente às declarações do ministro
das Comunicações, Hélio Costa, que na abertura da Futurecom, em
Florianópolis, lhes propôs um desafio em relação à universalização, redução
de preços e de remuneração de redes. Eles querem que o governo também dê sua
cota de sacrifício. �O governo sabe a solução�, respondeu o presidente da
TIM, Mario Cesar Araujo, nesta terça-feira, 2, referindo-se às isenções de
impostos para incentivar a massificação de produtos, a partir de 2005,
quando promulgou a Medida Provisória do Bem: houve isenção de 9,25% de PIS/Cofins
para que os preços de microcomputadores caíssem para menos de R$ 2,5 mil. A
iniciativa deu certo e pôs fim ao mercado pirata de PCs, disse o executivo.
Processo idêntico, com redução de IPI, foi adotado em relação aos veículos
com motores de mil cilindradas. O governo não perdeu receita, mas sim
aumentou a arrecadação, disse ele.
Também não foi bem-recebida a proposta do ministro para a retomada dos
investimentos na telefonia rural. �De vez em quando querem criar
dinossauros, Eletronet, e agora ouvi falar até em Ruralcel�, disse Araujo,
que classificou este serviço como �um escândalo, mais um golpe que querem
dar, com a transferência de receita.� Depois, desafiou: �Vamos trabalhar
juntos, não nos bastidores, querendo distribuir nossa receita.� Em sua
opinião, a universalização tem que ser via 3G. �O importante é que haja
equilíbrio; colocar tarifa que caiba no bolso do cliente, cobertura e
universalização. Oportunismo, não.�
Interconexão é o problema
�Nós baixamos nossa tarifa, o problema é baixar a interconexão�, resumiu
Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, levantando uma bandeira que incomoda
sobretudo as teles celulares puras, como a TIM. Mario Cesar Araujo,
presidente da TIM, emendou: �e tem que acabar com a assinatura básica.�
Surpreso, Falco reagiu com um enfático �não�, defendendo sua rede fixa. Em
sua opinião, as tarifas das chamadas só não caem mais porque, além da pesada
carga tributária, há uma distorção na VU-M. �Nas chamadas intra-rede nós já
cobramos R$ 0,10/minuto. O problema é nas chamadas fora rede, onde a incide
a VU-M".
Proposta ao governo
Falco desmentiu que tenha havido �trabalho de bastidores�. Explicou que
algumas teles, por meio da Abrafix � a entidade que representa as operadoras
fixas -, entregaram uma proposta à Casa Civil e ao ministro Hélio Costa,
pedindo, inicialmente, a renúncia de 100% dos impostos sobre as novas redes.
Se a medida for de fato aplicada, a rede cresceria em dois ou três anos, de
30% a 40%. Teoricamente, isto criaria um círculo virtuoso. Sem impostos,
haveria adesão massiva aos serviços e o volume de escala pressionaria mais
rapidamente a queda dos preços. E qual seria a contrapartida das teles? �A
construção da rede�, diz Falco. Depois, ele admite que, obviamente, a tele
ganha com isto. �Mas não sou o primeiro a ganhar.�
Na proposta ao governo constam também a troca da obrigação da implantação de
postos de serviços de telecomunicações (PSTs) por acesso em banda larga às
escolas. �Atender a 180 mil escolas é simples; complicado é chegar em 30
milhões de casas com a atual carga tributária�, reclamou. O executivo estima
que para levar 30 milhões de acessos em banda larga, em dez anos, o
investimento seria de R$ 14 bilhões, valor que pode baratear com a rede
wireless.
Carga tributária
O presidente da Vivo, Roberto Lima, foi irônico. �Estou 100% de acordo com o
ministro (sobre redução de preços). Tem mais de 40% de impostos nos
serviços. Se retirá-los, resolve.� O executivo afirmou que a arrecadação de
impostos cresceu inclusive percentualmente. Em 2000, os impostos sobre as
receitas de telecomunicações eram de 31,8%; em 2006, 41,2%; e em 2007, 44%.
Citou que na análise de 101 países, um estudo da Deloitte indicou que o
Brasil é o terceiro no ranking daqueles que cobram mais impostos na conta
por usuário, atrás da Turquia e Uganda. O surpreendente é que na lista estão
também o Japão, 23%; Reino Unido, 22%; e Hong Kong, 22%. Mas aí, ele
acredita que a causa é o impacto da rede 3G na conta das empresas, mas ainda
está analisando.
Já o presidente da Claro, João Cox, argumentou que para reduzir mais as
tarifas tem que ter 3G para aumentar a capacidade de rede. Quanto à extensão
de prazo dos atuais 180 dias para um ano para validade do cartão pré-pago,
Cox respondeu apenas que é �difícil�.
Ivone Santana, de Florianópolis
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[02/10/07]
Governo segue em busca de alternativas para rede de inclusão digital
Na próxima segunda-feira, 8, o governo irá debater as diversas idéias para a
criação de uma rede nacional de telecomunicações voltada a serviços públicos
e entre elas uma nova utilidade para a falida rede da Eletronet. O assessor
especial da Presidência da República, Cézar Alvarez, confirmou nesta
terça-feira, 2, o agendamento da reunião ministerial, mas frustrou as
expectativas de quem acreditava que este seria um encontro decisivo. Como já
havia sido publicado por este noticiário, a reunião servirá para confrontar
as diversas propostas de construção de uma rede de fornecimento de banda
larga dentro do projeto de inclusão digital do País. �Será uma reunião com
definições importantes, mas não definitiva�, ponderou Alvarez.
O debate havia sido divulgado por outro assessor especial da Presidência, o
coronel Oswaldo Oliva Neto, que tem propostas diferentes das de Alvarez.
Oliva defende a criação de um grande backhaul nacional, onde a Eletronet e
as demais redes de transmissão do setor elétrico seriam incorporadas pelo
governo, que garantiria o acesso à infra-estrutura para as empresas privadas
interessadas em fazer provimento. As empresas privadas poderiam ser
acionistas desta grande malha nacional.
Alvarez não chega a defender um projeto claramente. Para o assessor, que
comandou o exitoso projeto Computador para Todos, a combinação de diversas
iniciativas, incluindo até mesmo o uso da Eletronet, seria o caminho para a
criação desse backhaul público. Para Alvarez, é preciso considerar também a
criação de uma política pública estruturada e um conjunto de medidas
envolvendo o poder regulador concedente, o estímulo ao mercado consumidor e
aos fabricantes de equipamento, formando uma grande parceria para o
provimento da internet.
�Eu não tenho problemas com qualquer mix de moedas (de barganha). Aceito até
mesmo a regulatória, desde que seja feita em praça pública e chancelada por
quem é de direito, que é o Legislativo�, afirmou. �Nada pode ser descartado
a priori. Mas o que é preciso agora é hierarquizar as ações�. No topo da
lista está o aproveitamento da Eletronet e seus milhares de quilômetros em
cabos de fibra óptica. �Se eu tenho uma rede boa, não posso discutir o uso
dessa rede na inclusão digital que as empresas deveriam fazer? É claro que
posso�, declarou o assessor. Atualmente existem 16 mil km de redes
pertencentes a Eletronet.
PST
Outras questões que serão discutidas no encontro ministerial são a troca dos
PSTs (Postos de Serviços de Telecomunicações, previstos nos contratos de
concessão das teles) por conexão de banda larga nas escolas municipais, o
uso da terceira geração da telefonia móvel para expandir a conectividade e
mudanças no sistema regulatório. Desses três pontos, o mais engatilhado é a
mudança nos PSTs. A questão está próxima de ser resolvida e pode ser o único
item com definição durante a reunião da próxima segunda-feira.
O diretor do Departamento de Serviços de Universalização de Telecomunicações
do Ministério das Comunicações, Átila Souto, contou que a revisão do PGMU
que permitirá a troca dos postos pela banda larga foi finalizada no último
dia 21 de setembro e que nesta terça-feira estava sendo redigida a minuta do
decreto que será encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
agenda pré-definida pelo Minicom prevê que a proposta seja debatida com as
teles nos próximos dez dias. Após esse prazo, o texto deve ir a consulta
pública. A idéia é que, concluída a discussão, a proposta formal possa ser
encaminhada à Presidência da República em meados de novembro.
Mariana Mazza
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Leia na Fonte: Teletime
[10/09/07]
Projeto prevê empresa mista para inclusão digital
O projeto do governo para definir como as escolas públicas brasileras serão
atendidas por redes de banda larga começa a ser definida no dia 8 de
outubro, após reunião entre presidente Lula e um conjunto de ministros: Casa
Civil, Desenvolvimento, Comunicações, Planejamento, Educação, Ciência e
Tecnologia e também a Anatel. Algumas idéias serão discutidas e, de quebra,
o país poderá sair desta empreitada com uma grande rede de banda larga em
todos os municípios.
Entre as idéias em debate estão o uso da rede da Eletronet. Outra é a idéia
da associação Telebrasil, que basicamente propõe que o governo financie o
setor privado para atender com banda larga todas as escolas.
Mas a proposta mais original é a que está sendo desenhada pelo coronel
Oswaldo Oliva Neto, assessor especial da presidência da República.
Nesta quarta, 19, o coronel Oliva explicou que sua proposta prevê a criação
de um grande backhaul nacional que congregue não só a Eletronet e as redes
do setor elétrico que estejam nas mãoes do governo, mas também a
infra-estrutura de qualquer empresa privada.
Backhaul nacional
"O novo modelo prevê um backhaul de grande capacidade que chegue a todos os
municípios brasileiros com uma conexão de até 50 Mbps. O operador de
backhaul não deve vender o serviço, para não distorcer o mercado. Quem vende
o serviço é a iniciativa privada. O backhgaul, na verdade, pode ser uma
empresa de propósito específico, com Estado e empresas privadas participando
do capital. Isso pode ser criado. O Governo Federal detém uma rede
interessante, e todos os que possuem backhaul poderiam participar dessa
empresa, que seria uma empresa de mercado", explicou Oliva.
A estimativa de Oliva é que as redes existentes hoje cheguem a 2,8 mil
municípios. Os cerca de 3 mil que faltam seriam cobertos por links de
microondas e satélite, com acessos de até 200 Mbps. O investimento para a
construção desta rede e para prover o acesso a todas as 180 mil escolas é
estimado em R$ 5 bilhões em cinco anos. "A idéia é dar acesso banda larga
para todas as escolas com financiamento do governo".
A empresa não necessariamente seria de controle estatal. Tampouco seria uma
"Parceria Público Privado. "PPP prevê a concessão do Estado, o que não
aocntece aqui nessa proposta. Será uma empresa de propósito específico,
criada nos moldes da Lei de Inovação", explica Oliva.
Qualquer um que tenha backbones ou não poderia participar da empresa. E os
ativos da empresa poderiam ser reais, como as próprias redes dos acionistas,
ou virtuais, como o acesso a redes dos acionistas.
"Existem hoje 90 milhões de brasileiros excluídos da banda larga. Para
esses, se o acesso não for gratuito, não há viabilidade", diz.
Segundo Oswaldo Oliva, o conceito de universalização é contrário ao conceito
de mercado, e por isso o Estado precisaria participar. Já para a última
milha, o mercado é o melhor caminho, ressaltou o assessor da presidência.
Ele disse que essa é uma discussão pressupõe um novo modelo, cujos
questionamentos precisarim ser respondidos pelo Congresso Nacional.
O financiamento para o acesso poderia vir da própria viabilidade econômica
do serviço, ou de financiamento do estado ou mesmo de parcerias com o setor
publicitário. Os modelos econômicos, diz ele, estão ainda em estudo. O
modelo de gestão é como o da RNP, ou seja, uma rede neutra é entregue para
um prestador de serviço, que entrega o acesso.
Segundo Oliva, as aplicações que serão oferecidas nas escolas ficarão a
cargo do Ministério da Educação e eventualmente da Cultura. Já a
configuração dos computadores que serão usados nas escolas serão
especificados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
"O importante dos projetos que serão discutidos pelos ministros e pelo
presidente Lula é que todos atendam a uma premissa colocada: a inclusão
digital é uma questão essencial".
O Coronel Oliva esboçou os principais pontos de seu projeto durante a
Conferência Nacional Preparatória de Comunicações, realizada nesta quarta,
19, em Brasília.
Samuel Possebon
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Leia na Fonte: Teletime
[09/07/07]
Para Costa, concessionárias sub-avaliaram investimentos
Governo e concessionárias de telefonia fixa continuam as negociações para a
substituição dos Postos de Serviços de Telecomunicações (PSTs) pelo
provimento de conexões Internet em banda larga nas escolas públicas do país.
Um dos principais impasses diz respeito ao valor que as empresas terão que
investir no provimento do acesso banda larga. Segundo o ministro das
Comunicações, Hélio Costa, as empresas alegam que gastariam R$ 500 milhões
para implantar os PSTs e estariam dispostas a aplicar o equivalente nas
conexões. O cálculo do governo, baseado em estimativas da Anatel, aponta
para a necessidade de um investimento entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões.
�O governo acha que custaria, no mínimo, R$ 700 milhões. Como as empresas
dizem R$ 500 milhões, e o governo quer um pouco mais, não é uma questão de
ficar regateando o preço. O preço resultará de estudos do governo e será
apresentado às concessionárias�, disse Costa nesta segunda-feira, 9, após
participar de solenidade nos Correios, em Brasília.
Segundo o ministro, nos próximos dias, será publicado um outro decreto
presidencial que adiará, mais uma vez, a implantação dos PSTs. A previsão
inicial era de que eles fossem implementados a partir de janeiro deste ano.
No final de 2006, o Ministério das Comunicações determinou o adiamento por
seis meses. A nova data foi marcada para 1º de agosto de 2007. Agora, o
governo deverá adiar para 1º de janeiro de 2008. A instalação dos PSTs foi
uma obrigação estipulada no novo Plano Geral de Metas de Universalização,
vinculado aos contratos de concessão renovados em 2005.
Eletronet devagar
De acordo com Costa, um acordo entre governo e concessionárias pode vir mais
rapidamente do que uma solução para a utilização do backbone da falida
Eletronet, que ainda tem a Eletrobrás como acionista. O governo tem a
intenção de usar a rede da Eletronet para prover serviços de banda larga ao
próprio Executivo e também às escolas públicas. O ministro disse que ainda
existem várias dificuldades para uma eventual estatização da empresa. �Não
vencemos sequer a questão legal de como ter acesso a essa rede de fibra
óptica e, a partir daí, prover internet nas escolas. O que eu apostaria que
vai acontecer mais rapidamente é essa proposta de substituição PSTs�,
informou o ministro.
Cristiana Nepomuceno
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2005
Leia na Fonte: Teletime
[23/05/05]
Eletronet e Lucent formalizam acordo de manutenção
A Eletronet anunciou nesta segunda-feira, 23, que a Lucent fará a manutenção
das placas eletrônicas de sua rede. Os termos do contrato não foram
revelados. Apesar de a empresa não comentar, esse pode ser o primeiro passo
da Eletronet para tentar resolver sua situação, ou ainda, um voto de
confiança de um dos maiores credores da empresa em sua operação. A Eletronet
está em regime especial de falência, o que garante a continuidade de sua
operação. A empresa tinha, em meados do ano passado, uma dívida de R$ 600
milhões com seus fornecedores, entre os quais a própria Lucent, que é o
segundo maior credor, ao lado da Furukawa. O processo de falência da
Eletronet é contestado, pelos credores, no Supremo Tribunal de Justiça.
Com esse contrato, a Eletronet, que tem uma rede de cabos ópticos OPGW de 16
mil km de extensão, com atuação em 18 estados brasileiros, pretende cumprir
os níveis de disponibilidade de serviços (SLA) com seus clientes. Antes, a
manutenção da rede era feita pontualmente, por meio de contratações
isoladas.
Da Redação
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2004
Leia na Fonte: Teletime
[01/10/04]
Eunício desmente reativação da Telebrás como operadora
O ministro das Comunicações, através de sua assessoria de imprensa,
desmentiu hoje notícia veiculada pelo jornal �O Globo� nesta sexta, 1,
afirmando que o governo pretenderia reativar a Telebrás para operar
possíveis satélites geoestacionários estatais brasileiros e, eventualmente,
até a rede da Eletronet. Segundo o ministro, o destino da Telebrás (a
extinção) já está traçado na Lei Geral de Telecomunicações, especificamente
no artigo 189 da lei, e qualquer mudança, terá que ser feita através de
projeto de lei a ser enviado ao Congresso. Eunício de Oliveira ressaltou que
esta decisão caberá exclusivamente ao presidente da República. Já o
secretário executivo do ministério das comunicações, Paulo Lustosa,
confirmou a existência de estudos para o lançamento de satélites brasileiros
num futuro próximo, o que já havia sido cogitado pelo governo em outras
ocasiões, como forma de garantior a segurança e reduzir os gastos com
telecomunicações do próprio governo. O presidente da Agência Espacial
Brasileira � AEB, o engenheiro civil Sérgio Gaudenzi, afirmou que a proposta
de lançamento de um satélite geoestacionário brasileiro está sendo discutida
no âmbito da próxima conferência nacional a ser realizada no final de
novembro em que será feita a revisão do Plano Nacional de Atividades
Espaciais � PNAE.
Decisão estratégica
Na opinião do presidente da AEB, a decisão do Brasil voltar a ter satélites
estatais geoestacionários para prestar serviços de telecomunicações será do
próprio presidente da República, caso o PNAE inclua esta possibilidade entre
seus objetivos. Ele acredita que, mesmo considerando o excesso de capacidade
satelital disponível no país, haveria necessidade de uma satélite estatal
por questões de segurança: �quem detém as possibilidades de comunicação,
está à frente dos outros que não a possuem. A posse de instrumentos de
comunicação é vital não apenas sob o ponto de vista da segurança, mas também
do ponto de vista civil�, justificou. Além disso, a proposta em discussão na
AEB incluiria além da construção do satélite pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, que já constrói satélites de menor porte, a
viabilização de um veículo lançador de satélites operando a partir da base
de Alcântara no Maranhão, atividade que seria desenvolvida pelo Centro
Tecnológico da Aeronáutica � CTA. Comn isso, o ganho em desenvolvimento
tecnológico para o país seria muito grande, caso a decisão seja tomada,
sugere Gaudenzi.
Congresso Nacional
Sérgio Gaudenzi considera ainda que, pela importância da decisão, e pela
enormidade dos custos que ela envolve, o Congresso Nacional também será
chamado a opinar sobre a proposta. Uma vez tomada a decisão, seriam
necessários quatro anos, no mínimo para implementá-la, se a decisão for
fazer tudo no Brasil.
Desde o começo do governo Lula, especialmente por ocasião da crise da
Eletronet e no recente processo de venda da Embratel, surgem rumores sobre a
possibilidade do governo federal voltar a operar serviços de
telecomunicações. Nada leva a crer, porém, que estas decisões sejam tomadas
de afogadilho e sem ampla consulta à sociedade, especialmente ao próprio
Congresso Nacional que deve aprovar o orçamento da União. Apesar de toda a
defesa de um satélite exclusivamente nacional, o presidente da AEB não se
sentiu à vontade para criticar a privatização da Embratel: �eu não estava
aqui e nem lá para saber quais foram os argumentos que levaram o governo a
privatizar a empresa e seus satélites�, afirmou Gaudenzi.
Carlos Eduardo Zanatta
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Leia na Fonte: Teletime
[14/06/04]
Falência da Eletronet deverá ser definida no STJ
Depois de se arrastar por mais de um ano na Justiça Estadual do Rio de
Janeiro, a situação da Eletronet deve ser definida apenas no Superior
Tribunal de Justiça (STJ). A Furukawa, maior credora da Eletronet com quase
metade dos R$ 600 milhões que compõem a dívida atualizada da empresa com os
fornecedores, aguarda ainda o julgamento no próximo dia 22 de um agravo de
instrumento que pretende revogar a falência da Eletronet no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O último recurso da Lucent, segundo maior
credor, foi negado pelo TJRJ no último dia 8. �Acredito que dentro de duas
ou três semanas o caso já esteja no STJ�, disse o presidente da Furukawa no
Brasil, Foad Shaikhzadeh.
A desavença jurídica tem como origem o entendimento por parte dos credores
da Eletronet de que a empresa tem controle público, por meio da Lightpar
(holding ligada à Eletrobrás), e que, portanto, não pode sofrer processo de
falência, que neste caso foi solicitada pela própria estatal.
�A Eletronet sempre foi um projeto do governo para automação do setor
elétrico, e como não havia recursos, optou-se por uma parceria
público-privada (PPP)�, lembra Shaikhzadeh. Ele acrescenta que a rede de
energia elétrica no Brasil só funciona por causa da Eletronet. �O governo
criou a Eletronet e é o maior usuário. Se não está funcionando do jeito que
eles queriam, estamos dispostos a conversar�, argumenta. Segundo Foad
Shaikhzadeh, �tudo pode ser resolvido�, inclusive um corte nos juros da
dívida e parcelamento em dez anos. �Isso pode se arrastar na Justiça por
anos, e quanto mais demorar é pior para a imagem do governo frente aos
investidores internacionais. Se sentarmos e conversarmos, tudo se resolve.�
Da Redação
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Leia na Fonte: Teletime
[14/01/04] Não
há apoio do governo ao consórcio das teles
O impacto de uma eventual venda da Embratel é algo que, não é de hoje,
desperta apreensão entre membros do governo. Basta lembrar que o assunto foi
tema de reunião com a presença do próprio presidente Lula antes mesmo da
posse, ainda no período de transição. Mas, segundo fontes bem situadas no
Planalto, não há apoio de setores do governo à compra da empresa pelo
consórcio formado pela Telemar, Telesp e Brasil Telecom, como descreve a
reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta, 14. Segundo o jornal,
os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação e Gestão
Estratégica) estariam pressionando em favor do consórcio sob a alegação de
que a Embratel, sobretudo por conta de suas operações de satélite, deve
ficar sob controle nacional. Luiz Guilherme Schymura, inclusive, teria
perdido o cargo de presidente da Anatel por ser contrário ao consórcio.
Schymura, na verdade, vivia sob a ameaça de demissão desde o governo
Fernando Henrique, e caiu por uma série de fatores, entre os quais a
Embratel parece ser o menor.
�Isso é bobagem�, diz a fonte do Planalto. �Que vantagem que o governo teria
ao criar um quase cartel da longa distância, inviabilizando a única empresa
capaz de competir futuramente com as operadoras de telefonia local?�.
Outra fonte do governo diz que não cabe fazer antecipações na questão da
Embratel. É um negócio entre particulares fora do País, diz a fonte. Há,
segundo esse informante, dois palcos a serem observados: um é Washington e
outro é Nova York.
Em Washington deverá ocorrer o levantamento da concordata da MCI e a empresa
poderá até desistir da venda da Embratel (hipótese descartada por fontes
próximas à operadora).
Em Nova York, a peteca está com o banco Lazar Frère. �A partir do momento em
que o Lazar apresentar os planos de negócios dos proponentes, a União,
através da Anatel, e não o governo, poderá se pronunciar. Ninguém tem que
opinar até chegar o documento.�
Mas é inegável que o governo preocupa-se com as informações estratégicas que
trafegam pela rede da Embratel, como a banda X, utilizada pelo Exército e
que está nos satélites da empresa, e com a rede pública de rádio e
televisão. Por outro lado, o governo tem dívidas com a Embratel, sobretudo o
Exército, que nunca pagou pelo uso dos satélites. As alternativas em análise
diante de tantas "preocupações estratégicas" são várias e já passaram por
várias hipóteses, inclusive uma grande rede governamental com a
infra-estrutura de cabos ópticos da Eletronet e da Petrobrás.
Estrangeiros anyway
Outro ponto em discussão dentro do governo seria o fato de a compra da
Embratel pelo consórcio de operadoras representar uma "volta" da empresa ao
controle nacional. Analistas de mercado já têm informado investidores,
entretanto, que logo essa visão deve se desfazer. A Telefônica tem controle
espanhol; a Brasil Telecom tem forte presença do Citibank em seu capital.
Restaria apenas a Telemar com capital genuinamente brasileiro.
Sérgio Sister e Rubens Glasberg
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