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 [04/09/05] Cheiro de pizza na extinção da assinatura básica está no ar [21/08/05] Voltamos a idade das trevas? [07/08/05] Consumidores declaram guerra total a Anatel [31/07/05] Telcos querem legitimar mensalão disfarçado Cheiro
    de pizza na extinção da assinatura básica está no ar [04/09/05] 
          Nesta edição da coluna trago a público
          – ainda que a contragosto e estarrecida - um fato lamentável que
          ocorreu conosco e que sinceramente não o desejo a ninguém. Todavia,
          em consideração aos honrados leitores, colaboradores e apoiadores do
          site me vejo na obrigação moral de revelar essa ocorrência no mínimo
          assustadora. 
         
        
          Acontece que na semana passada o
          AliceRamos.com sofreu uma inaceitável e inacreditável ação de
          censura prévia, que foi perpetrada por quem jamais um veículo de
          imprensa poderia esperar. Não, dessa vez a agressão não partiu do
          governo, de políticos, ou de qualquer órgão público, e nem mesmo
          da justiça. 
         
        
          A atitude que, esta sim, nos fez
          relembrar os tempos de exceção do período de ditadura militar foi
          praticada – para nossa perplexidade – pelo Portal iG , do qual
          este site, através do iG Economia / Último Segundo / Mundo Virtual,
          era parceiro desde janeiro de 2003. O referido veículo de comunicação
          simplesmente nos tirou abruptamente do site Mundo Virtual, e só
          depois de dois dias, nos comunicou verbalmente ‘que não tinham mais
          interesse em prosseguir com a parceria’. 
         
        
          Enquanto o controle acionário do iG não
          foi alterado tudo estava bem, mas, após passar para as mãos de
          outros controladores, vemos agora o resultado. 
         
        
          Mas o real motivo para a aplicação de
          tamanha arbitrariedade foi (agora pasmem) o posicionamento do site, em
          relação ao conteúdo das duas últimas edições desta coluna:
          Telcos querem legitimar mensalão disfarçado e Consumidores declaram
          guerra total a Anatel. 
         
        
          Ambos os artigos analisam e denunciam as
          manobras orquestradas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
          que, em conluio com as telcos, estão tentando impedir que a população
          elimine a assinatura mensal do Serviço de Telefonia Fixo Comutado do
          próximo contrato de concessão e manter a população cativa, por
          mais 20 anos, a um pagamento compulsório para a telefonia fixa, que
          é, em última análise, uma tecnologia que já entrou em fase de
          obsolescência. 
         
        
          Além disso acena com supostos
          redutores, como o suspeitíssimo Fator X (em PDF), quando neste
          momento o Brasil poderá extinguir a cláusula a qual o Poder Judiciário
          diz dar sustentação à cobrança da assinatura. 
         
        
          Tanto é verdade que essas relações da
          Anatel com as operadoras são perigosas, e que há indícios de que
          mais um mar de lama virá à tona desta vez no setor de telecomunicações
          é que a Câmara dos Deputados aprovou no dia 17/8 a CPI da Anatel
          para apurar os contratos assinados pela agência entre 1997 e 2003. 
         
        
          Mas como essas verdades publicadas pelo
          AliceRamos.com atingem em cheio os interesses de muita gente
          importante, daí pode-se deduzir claramente que o ‘corte’
          repentino nas relações com o portal mencionado, tratou-se claramente
          de uma retaliação. Ou seja, por não encontrarem outra forma de nos
          atingir tentaram de forma autoritária nos calar. 
         
        
          Desta vez esbarramos fortemente nos
          interesses das telcos, pois acabamos por frustrar-lhes em parte suas
          intenções, pois logo em seguida à publicação desses textos vários
          movimentos e abaixo-assinados contra a assinatura começaram a se
          formar pelo país. Tanto que o presidente da Câmara se viu
          pressionado e colocou em andamento o Projeto de Lei 5476/2001 do
          deputado federal Marcelo Teixeira (PMDB-CE) - [leia a íntegra e os trâmites],
          que prevê o fim da assinatura. 
         
        
          E essa não foi a primeira agressão, já
          sofremos outras, de naturezas diversas, quando por exemplo nos
          posicionamos contra determinadas falácias do governo federal a
          respeito do software livre, como se o mesmo fosse uma questão
          meramente ideológica. 
         
        
          É bem provável que nosso
          posicionamento contra os atos do governo Lula já tenha sido motivo
          suficiente para estarmos em sua lista negra, assim como outros veículos,
          pois o próprio presidente tem acusado a imprensa de estar ‘tentado
          fazer a lama subir a rampa e chegar ao Planalto’. 
         
        
          Durante a ‘guerra contra a MP 232
          (leia o texto), o AliceRamos.com deu todo apoio ao movimento nacional
          contra o aumento de impostos, também foi contra o reajuste de salários
          dos parlamentares, sem visar nenhum tipo de recompensa que não fosse
          evitar que a nossa população já tão sacrificada fosse garfada mais
          uma vez. 
         
        
          Nós bem sabemos que para um veículo de
          imprensa assumir uma postura ética, de lisura e manter acesa a chama
          de idéias que beneficiem de verdade a população, paga-se um preço
          bem alto. Realidade que todo jornalista cioso de seu papel social
          conhece muito bem e que, mais cedo ou mais tarde, irá acabar se
          confrontando com interesses poderosos e até destruidores. 
         
        
          No entanto a gente sempre espera esse
          tipo de reação do governo, ou de políticos corruptos, do crime
          organizado (como no caso do Tim Lopes), ou de empresários
          inescrupulosos como aqueles que a todo o momento se apresentam às
          CPI’s, mas não de pares. 
         
        
          Mesmo assim, não deve restar dúvida
          que repercutiremos tal absurdo em todo Brasil, inclusive através de
          outros órgãos de imprensa que certamente não compactuam com esse
          tipo de golpe contra a liberdade de expressão, a democracia, e muito
          menos contra o povo. 
         
        
          A propósito disso, jamais pensei que
          uma frase de Lenin, que provavelmente já foi muito usada pelos
          ‘companheiros’ de Lula para acusar jornalistas, pudesse ser tão
          bem aplicada a essa conjunção carnal das teles com a Anatel, sob um
          governo de esquerda: “A liberdade de imprensa de uma sociedade
          burguesa consiste na liberdade dos ricos para fraudar, desmoralizar e
          ridicularizar sistemática e incessantemente as massas exploradas e
          oprimidas do povo”. 
         
        
          Nada como um tiro no próprio pé para
          os maiores interessados reconhecerem que a assinatura mensal da
          telefonia fixa pode sair pela culatra. 
         
        
          
			Consumidores
          declaram guerra total a Anatel 
        07/08/05 • Alice Ramos Mais uma batalha na guerra pela derrubada da assinatura básica da telefonia foi travada na semana passada. De um lado os algozes, com a Anatel liderando as operadoras de telecomunicações, do outro a sociedade brasileira que vem tentando a todo custo e sem sucesso se defender de uma rapinagem absurda. 
          No dia 1 de agosto a 2ª Vara Federal de
          Brasília considerou ilegal a cobrança e determinou que a Anatel
          informasse a todas as operadoras para cessarem a cobrança sob pena de
          multa de R$ 100 mil diários para cada uma das empresas caso se
          negassem a cumprir liminar concedida em favor do Instituto Nacional de
          Defesa do Consumidor (Inadec). 
         
        
          No dia 4 a Anatel impingiu nova derrota
          à população conseguindo derrubar a liminar. O pedido foi acolhido
          pela juíza substituta Lilia Botelho Neiva, da mesma Vara. 
         
        
          As argumentações da agência foram as
          de sempre. Só que desta vez, ao contrário das anteriores, a Anatel
          pode já não ter tanta certeza que vai conseguir manter essa vantagem
          para as concessionárias de telefonia. 
         
        
          Acontece que diversos setores da
          sociedade já deram sinais de que não vão recuar, e tudo indica que
          haverá novos confrontos e atacarão pelos flancos. Para quem ainda não
          sabe os pontos vulneráveis por onde a Anatel e todas as prestadoras
          de serviço de telefonia fixa comutado irão cair, terei o prazer de
          informar. 
         
        
          Em primeiro lugar, o mais importante de
          tudo vai além da discussão sobre semântica jurídica, se a
          assinatura é taxa, tarifa, ou tenha outro nome qualquer. O que vai
          valer a partir de 2006 será um novo contrato de concessão onde as cláusulas
          poderão ser alteradas. A nação não pode de forma nenhuma se tornar
          refém das operadoras por mais 20 anos, sendo algemada a uma imoral
          assinatura básica. 
         
        
          E não é só isso. 
         
        
          Não bastasse ser muito difícil prever
          quais serão as necessidades dos consumidores, e as demandas do
          mercado daqui a duas décadas, frente aos avanços tecnológicos que
          deverão ser imensos, a Anatel não fez absolutamente nada para tornar
          os contratos, por assim dizer, ‘escaláveis’, a fim de adaptá-los
          a cenários futuros em relação aos usuários. Pelo contrário, só
          trabalhou até agora no sentido de garantir tudo do bom e do melhor
          para as teles, em detrimento dos interesses e demandas da população. 
         
        
          Mas tanto a Anatel com as empresas de
          telecomunicações sabem que as coisas podem mudar especialmente por
          causa do projeto de lei que está tramitando na Câmara, do deputado
          Marcelo Teixeira (PMDB-CE), que prevê o fim da cobrança. 
         
        
          Chegou a hora da nação exigir dos
          parlamentares que aprovem incondicionalmente a extinção da
          assinatura na telefonia. O próximo contrato não precisa ter em suas
          cláusulas uma vantagem extremamente exagerada às operadoras,
          desequilibrando totalmente a relação com os consumidores, o que por
          força do Código de Defesa do Consumidor é nula de pleno direito. 
         
        
          Portanto essa conversa fiada de
          cumprimento de contratos que seriam, nas alegações das telcos, um
          ‘ato jurídico perfeito’, não encontra amparo em nenhuma lei.
          Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) continue decidindo a favor
          das operadoras, isso só vai continuar acontecendo enquanto essas cláusulas
          não forem extintas por uma nova lei, em um novo contrato, ou quando o
          STF começar a ser responsabilizado por comprometer a paz social, a
          estabilidade econômica, ou provocar profunda ruptura em todas as relações
          de consumo entre a população e as teles, tornando inviável a permanência
          de investimentos no setor. 
         
        
          Aliás, o panorama do mercado já
          caminha para essa degradação. A rejeição a essas práticas tem
          aumentado em escala geométrica. Não devemos esquecer que a função
          de fazer a leis é do Congresso Nacional, e não de outro poder. 
         
        
          Tanto é verdadeiro que essa conjuntura
          favorável às teles, que tem todo o aparato de estado a seu favor (só
          faltam incluir as Forças Armadas para defender essas empresas), já não
          mais se sustentará por muito tempo. 
         
        
          Percebendo isso representantes das
          operadoras e da Anatel resolveram que irão tentar negociar a
          assinatura básica nesta semana. Elas se reunirão com o presidente da
          Inadec, o deputado federal Celso Russomano para juntos tentarem achar
          uma solução para o impasse. O ministro das Comunicações Hélio
          Costa estará intermediando o encontro. 
         
        
          Embora seja interessante a idéia de
          Russomano de se criar uma Convenção Coletiva de Consumo, instrumento
          jurídico previsto no Código de Defesa do Consumidor, tentativas de
          negociação ou de redução da assinatura, nessas alturas do
          campeonato é GOLPE. 
         
        
          A Anatel e as operadoras jamais
          propuseram, ou sequer cogitaram, qualquer mudança nesse pagamento
          compulsório de valor pecuniário aos consumidores. Sempre que tiveram
          chance recorreram à Justiça contra a sociedade, alegando estarem
          cumprindo contratos, e nunca quiseram saber de conversa. 
         
        
          Agora que está chegando o momento
          previsto para se fazer um novo contrato, e o ministro das Comunicações
          se mostra contrário à perpetuação da cobrança, e o Congresso está
          propenso a aprovar o fim da assinatura, as teles querem NEGOCIAR? 
         
        
          A resposta é a mesma que foi para a MP
          232, para o Mensalão, ou para qualquer outra falcatrua deste país:
          um peremptório e sonoro NÃO! 
         
        
          NÃO para redução da assinatura. A
          população quer sua extinção. 
         
        
          NÃO para qualquer tipo de negociação
          nesse sentido. 
         
        
          NÃO para o monopólio privado ou
          estatal das telecomunicações. 
         
        
          Quando o governo quis fazer o Brasil
          engolir a força um aumento de impostos baixando a MP 232, foi
          poderosamente repelido pela sociedade. Quando viu que encontrou resistência,
          começou a fazer jogo sujo, tentando ‘negociar’, depois tentou
          sensibilizar os empresários, em seguida tentou seduzir parlamentares
          (quantos mensalões não devem ter pago, hein?). 
         
        
          Quando se viu acuado, o governo começou
          a fazer ameaças ao povo dizendo que o país não teria como custear
          os programas sociais. A sociedade assim mesmo disse NÃO. E não teve
          fisiologismo, mensalão, corrupção, lobby, manobras, propinas,
          aumento de salários de deputados que demovesse o Brasil de rejeitar a
          MP 232. 
         
        
          Ela foi derrubada e certamente muita
          gente no governo que contava com esse dinheiro para suas farras ficou
          desolada. 
         
        
          No final, descobriu-se que todas as ações
          do governo e do ministro da Fazenda não passaram de um monte de
          MENTIRAS. O mesmo acontece agora com a Anatel e as operadoras: estão
          MENTINDO. 
         
        
          O fim da assinatura não irá
          comprometer a estrutura de telecomunicações do país. O que vem
          trazendo transtornos ao mercado é a falta de competição que o Poder
          Judiciário continua ajudando a manter. A assinatura, entre outras
          coisas, colabora para isso. 
         
        
          Extinguir essa cobrança abusiva não
          afastará investimentos no setor. Se acontecer de alguma concessionária
          se desinteressar em continuar explorando os serviços de telecom, é só
          devolver a concessão. Isso abrirá espaço e oportunidade para que
          outras empresas mais arrojadas e competitivas entrem no mercado. 
         
        
          Não sentiremos falta de qualquer uma
          das marcas telefônicas caso elas queiram deixar de ser player, pois
          até o momento é a única coisa que elas significam para ao povo:
          meros logotipos. Diferem-se uma das outras apenas nisso. 
         
        
          Convém pontuar que os interessados em não
          pagar mais essa conta, não devem ter medo. O marketing do medo é uma
          das estratégias da Anatel e de ‘suas’ operadoras para tentar
          dissuadir a população da idéia de deixar as telcos sem mais essa
          mamata. 
         
        
          Suponhamos que a assinatura seja extinta
          amanhã. Será que uma Telemar, uma BrasilTelecom, uma Telefônica, e
          outras vão realmente querer abandonar o mercado e deixar, de mão
          beijada, de ganhar bilhões de reais diversificando serviços e
          produtos? 
         
        
          Tenho certeza que não. 
         
        
          Por isso é importante que seja iniciado
          imediatamente um movimento nacional pelo fim da assinatura básica no
          serviço de telefonia fixo comutado. A participação da nação é
          indispensável para pressionar sem tréguas os parlamentares para que
          aprovem logo a extinção da assinatura agora, e nos contrato futuros,
          e retire poderes da Anatel. 
         
        
          A agência reguladora até o momento não
          fez jus a independência que a ela foi concedida para regular o setor.
          Pelo contrário, se aproveitou dessa condição para se tornar o
          sindicato das empresas de telecom e impingir sacrifícios à população. 
         
        
          Minha proposta é que o Congresso
          Nacional submeta a Anatel ao controle de uma Comissão Técnica
          Nacional de Defesa do Consumidor, ou órgão equivalente, para que a
          agência não mais se julgue e haja como se estivesse acima da lei. 
        
          
			Telcos
          querem legitimar mensalão disfarçado 
        31/07/05 • Alice Ramos 
          O tratamento deste assunto chegou num nível
          tal de leviandade que qualquer veículo de imprensa que se preze, se
          julgue independente, tenha compromisso com a verdade e com seu público,
          não pode ficar impassível diante da multiplicação sistemática e
          crescente de argumentos jurídicos-econômicos, que pretensamente
          tentam justificar a perpetuação da cobrança da assinatura básica
          da telefonia, sem levantar severos questionamentos. 
         
        
          Justamente por isso não acho recomendável
          usar de imparcialidade para indevidamente me furtar de abrir o jogo
          com os leitores. Agora não é hora de sermos imparciais. O problema
          é grave demais para falarmos superficialmente a respeito de tema de
          tamanha importância para a nação. 
         
        
          Não se assuste com o que vai ler aqui,
          mas tenha em mente que depois que seus olhos forem abertos, você não
          conseguirá mais ser um inocente-útil. 
         
        
          Para começar, me reporto ao dia 8 de
          julho quando o ministro Hélio Costa assumiu o Ministério das
          Comunicações. Em seu primeiro pronunciamento ele declarou que
          lutaria pela redução do custo da assinatura básica da telefonia
          fixa. Sua afirmação causou um tremendo mal estar entre alguns
          agentes do mercado tanto financeiro, como principalmente o de
          telecomunicações. Dias depois, em 11 de julho, quando foi
          oficialmente empossado, ele reiterou sua disposição de questionar a
          referida tarifa. 
         
        
          Na sua argumentação, veiculada pela Agência
          Brasil, o ministro disse que não dava “para um trabalhador
          brasileiro que ganha dois salários mínimos pagar R$ 40 para ter
          telefone fixo em casa” e que “na época da privatização houve
          essa imposição das empresas para que não acabasse a tarifa básica.
          Isso foi uma exigência, está na lei, e chegou o momento de pelo
          menos rediscutir essa questão”. Falou ainda que o valor é o mesmo
          pago nos Estados Unidos e Europa, países com renda per capita muito
          superior à brasileira. 
         
        
          Até aqui o pronunciamento do titular do
          Ministério das Comunicações foi o mais sensato possível, não
          havendo nada de falso ou equivocado. 
         
        
          Mas bastou isso para que as operadoras
          de telecomunicações entrassem, como se diz, ‘com os dois pés’
          (para não dizer os quatro), valendo-se de um jogo pesado para tentar
          intimidar qualquer tentativa de mudança. O que elas fizeram? Dessa
          vez foram buscar ajuda da seguradora estadunidense Bear Stearns para a
          realização de um estudo que concluiu sabe o que? Adivinhem? 
         
        
          ‘Que a assinatura mensal da telefonia
          fixa vem ganhando cada vez mais importância na receita das operadoras
          do setor’. 
         
        
          Eu fiquei me perguntando como uma
          empresa dessas consegue sobreviver, e ainda fez a proeza de aumentar
          seu lucro no segundo trimestre de 2005, em 5%, atingindo uma receita
          de US$ 365 milhões, com essa capacidade incrível de descobrir o óbvio
          ululante? A resposta para mim foi uma só: trata-se de um estudo
          encomendado com objetivos meramente políticos. O que, convenhamos, um
          levantamento com um propósito desses tem menos credibilidade do que a
          aparição do E.T. de Varginha. 
         
        
          A razão pela qual os especialistas da
          Bear Stearns produziram esse relatório foi exatamente uma reação às
          palavras de Hélio Costa, encomendada – e certamente muito bem paga
          – pelas telcos. 
         
        
          Os analistas Rizwan Ali e Miguel Garcia
          da Bear Stearns, ainda confirmaram a real intenção do estudo quando
          disseram: "Não importa o quanto a idéia (de por um fim na
          cobrança da assinatura) pareça interessante aos políticos; o
          governo brasileiro não pode ignorar os contratos de concessão e o
          impacto no sentimento do país para investimentos e na lucratividade
          das operadoras de telefonia fixa”. 
         
        
          Destrinchemos então o teor da peça
          oratória anteriormente reproduzida: 
         
        
          1) Não importa o quanto a idéia pareça
          interessante aos políticos. 
         
        
          O fim da assinatura não foi concebido
          pelos políticos, mas sim pelas pessoas mais afetadas por essa cobrança
          arbitrária, e decidida à revelia do interesse público, ou seja, dos
          consumidores. Os primeiros projetos de lei começaram a tramitar na Câmara,
          e depois no Senado, em função do enorme volume de ações na justiça
          movida ora por usuários, ora por associações de defesa do
          consumidor questionando a assinatura. O que começa a ser interessante
          para os políticos, devido a crescente insatisfação da população,
          são os dividendos eleitorais dos quais eventualmente poderão
          usufruir nas próximas eleições. 
         
        
          Por esse motivo é que todas as pessoas,
          que tenham telefone ou não, devem começar a pressionar os políticos
          de suas localidades para votarem leis que extingam a cobrança desse
          ’mensalão da telefonia’. Quanto a propor uma compensação às
          operadoras, isso não é problema nosso. Quem deve fazer esse tipo de
          proposta é a Anatel junto com as operadoras e apresentá-las, com
          ampla divulgação, em audiências públicas e ao Congresso Nacional.
          Aliás, os atuais projetos de lei que estão tramitando na Câmara já
          prevêem essa compensação com a elevação das demais tarifas. 
         
        
          É importantíssimo ressaltar que se não
          houver mobilização séria, contumaz e sistemática da população em
          escala ainda maior do que aquela que derrubou a famigerada MP 232 no
          início do ano, não vai adiantar nada ficar perdendo tempo e dinheiro
          com processos na Justiça. 
         
        
          Sabem por que? 
         
        
          Porque embora algumas ações tenham
          sido vitoriosas aqui e ali, a tendência geral do Poder Judiciário
          tem sido a de zelar pela manutenção dos contratos de concessão e o
          Supremo Tribunal Federal (STF) não destoa dessa linha. O ministro
          Edson Vidigal já andou falando sobre isso, uma vez que ele é um dos
          maiores entusiastas da estabilidade jurídica dos contratos a fim de
          atrair os investidores estrangeiros. 
         
        
          O Judiciário não está errado. O que
          está errado é maneira como esses contratos foram negociados, e
          fechados à época da privatização do Sistema Telebrás. Se esses
          contratos respeitassem e considerassem o consumidor como parte
          importante no jogo do mercado, o STF também teria que zelar por seu
          cumprimento. Mas o que se viu durante a privatização da telefonia
          brasileira foram verdadeiras negociatas e manobras suspeitas, sobre as
          quais alguém apelidou seus articuladores de telegangues. 
         
        
          Não é nem preciso dizer que o
          interesse da sociedade não esteve em questão em momento algum, pois
          tudo foi feito à revelia da mesma. O resultado é que o país acabou
          assumindo arremedos de contratos que prejudicaram profundamente o
          povo. Os prejuízos foram muito maiores do que os benefícios, apesar
          de uns e outros atestarem o contrário. Então não restava aos
          tribunais superiores outra coisa a não ser confirmar o que foi
          tratado. 
         
        
          Mesmo porque, a quebra de um desses
          contratos ensejaria uma série de retaliações por parte dos países
          players, como os EUA, que poderia por exemplo, para forçar os
          brasileiros a cumprirem os contratos, suspender a venda de
          medicamentos para o Brasil. 
         
        
          Infelizmente, apesar de possuirmos uma
          enorme biodiversidade, de onde poderiam ser extraídos todos os
          medicamentos que precisamos, o Brasil é extremamente dependente dos
          laboratórios internacionais. Não cumprir as regras com as operadoras
          poderia significar nossos velhinhos ficarem sem seus remédios vitais
          de uso contínuo. Alguém duvida? Tem gente que diz que uma coisa não
          tem nada a ver com a outra, mas eu não apostaria nisso. 
         
        
          O que todos nós podemos fazer agora é
          exigir a alteração das cláusulas desse contrato, cuja renegociação
          está prevista, no próprio contrato, para 2006, as mudanças, porém,
          precisam ser encaminhadas e discutidas imediatamente. No entanto há
          uma nítida operação tartaruga em andamento para que não haja tempo
          hábil para levar essas alterações a efeito. 
         
        
          Mas uma coisa me trouxe enorme preocupação:
          O ministro Hélio Costa falou também que modificar a cobrança da
          tarifa básica é um desafio em primeira instância do Congresso
          Nacional, pois os contratos com as operadoras para 2005 e 2006 já
          foram negociados com o Ministério das Comunicações (em exercícios
          anteriores ao do atual ministro). 
         
        
          Isto é: mais uma vez as operadoras
          querem dar um golpe no Brasil, pois nada disso foi amplamente
          divulgado. Você sabia dessa negociação? Sabia que as operadoras de
          telecomunicações estão tentando desesperadamente por debaixo dos
          panos (e por cima deles também) passar novamente a manutenção da
          assinatura para a próxima versão do contrato de concessão que irá
          vigorar pelos próximos 20 anos? 
         
        
          Uma coisa deve ficar bem clara e é bom
          que os interessados se dêem por avisados: se não agirmos AGORA,
          vamos ser obrigados a ficar amarrados a um novo contrato de concessão
          com as velhas cláusulas que tanto nos prejudicam. Essa negociação a
          que o ministro Hélio Costa se referiu ainda tem que passar pelo
          Congresso Nacional, e não me admiraria se as telegangues começassem
          a agir novamente para manter a assinatura exatamente do jeito que está.
          Eles vão fazer lobbies fortíssimos, pois nesse negócio rola muito
          dinheiro e ano que vem é período eleitoral. 
         
        
          Portanto aguardem, provavelmente ano que
          vem o mensalão, a CPI dos Correios e Marcos Valério serão
          esquecidos e a politicalha desvairada sabe muito bem em que portas vão
          bater para pedir dinheiro para suas campanhas. Não é preciso ser
          cientista político para deduzir que as empresas de telecomunicações
          devem estar nessa lista. 
         
        
          A atual crise com relação à corrupção
          e o mensalão não pode, e não deve ser o único alvo de nossas atenções,
          nos distraindo dos outros grandes assuntos nacionais, como essa
          absurda tarifa mensal. Desconfiem de quem defende ardentemente a
          manutenção de mais essa conta, mesmo que essas pessoas aparentemente
          não tenham ligação direta com as operadoras. Em geral a formulação
          dessas teses tentam infundir o medo de desestabilização da rede de
          telecomunicações do país. Não passa de proselitismo e marketing de
          guerra. 
         
        
          Fiquem certos de que isso não irá
          ocorrer. É mais fácil haver uma hecatombe na malha de telecomunicações
          do país por incompetência ou imperícia de seus gestores do que por
          falta da assinatura básica. 
         
        
          Há um dado no mínimo curioso a
          respeito disso. Quando pagamos a assinatura do telefone, nos são
          concedidos indistintamente uma franquia de 100 pulsos, outorgados pelo
          artigo 3º da Portaria nº 226/97 do Ministério das Comunicações.
          Mas o mesmo contrato de concessão, que as operadoras tanto usam para
          seus próprios fins, prevê o creditamento tarifário que jamais foi
          cumprindo e sequer citado pelas telcos e seus fiéis escudeiros. 
         
        
          E o que vem a ser isso? Os consumidores
          que gastam menos de 100 pulsos deveriam ser beneficiados com desconto
          proporcional no valor da assinatura do mês subseqüente. Mas tal
          nunca foi feito, pelo contrário, algumas empresas telefônicas tomam
          o crédito do consumidor no mesmo período de sua concessão, e não
          se fala mais nisso. Tais créditos teriam como objetivo beneficiar
          principalmente os usuários de baixa renda. Mas as teles não falam
          dos milhões, ou quem sabe, até dos bilhões que recolheram nos últimos
          11 anos só comendo esses créditos em milhões de linhas. 
         
        
          Então, dizer que as teles não vão
          prestar serviços de qualidade e nem investir em inovação tecnológica
          se ficarem sem a assinatura, é uma falácia. Elas nunca tiveram
          qualidade, e o que usamos no Brasil geralmente é refugo tecnológico
          de outros países. Não será pela ausência da assinatura que elas
          deixarão de fazer suas obrigações. O oposto é o correto. As telcos
          só cumprirão com suas obrigações se lhes for tirado esse subsídio
          vergonhoso. 
         
        
          Além disso precisamos considerar a
          entrada de novas tecnologias como a Voz sobre IP (VoIP), o Wireless
          Fidelity (WiFi), a de Terceira Geração (3G) que são capazes de
          derrubar enormemente os custos de manutenção das telcos, e aprimorar
          em progressão geométrica a qualidade não somente das transmissões,
          mas também a experiência dos usuários, e conseqüentemente do valor
          agregado dos produtos e serviços que serão capazes de gerar novíssimas
          e rentáveis oportunidades de negócios. 
         
        
          Se assim não fosse, todos os seminários
          de telecomunicações organizados pelas próprias operadoras estariam
          mentindo. 
         
        
          Já é mais do que consenso no mercado
          de telecomunicações que voz irá virar commodity, pois será de graça
          e portanto as empresas terão que diversificar mais e atender melhor
          os consumidores. 
         
        
          E querem saber porque isso tudo não
          acontece com as teles brasileiras no serviço fixo comutado?
          Exatamente porque continuam usufruindo desse subsídio irracional da
          assinatura básica. Quem vai querer trabalhar, se possui renda líquida
          e certa todo mês, sem ter que fazer nenhum esforço, e sem precisar
          se preocupar com a concorrência? 
         
        
          Os poucos que conheço que vivem assim são
          os descendentes da Família Imperial que moram em Petrópolis, no Rio
          de Janeiro, que recebem compulsoriamente uma alíquota de todos os
          impostos relacionados a toda compra, venda e aluguel de imóveis
          realizada no município. Além deles, somente as operadoras de
          telecomunicações que têm mamata certa. 
         
        
          Daí vocês podem ver como é arcaica
          essa visão imperial da assinatura básica. 
         
        
          Apesar da discussão sobre temas jurídicos
          que tratam do respeito ao contrato de concessão de 1998 serem em
          geral bem estruturados, não interessa mais à população saber se a
          cobrança está ou não coerente com a legalidade de um contrato que
          vai expirar em menos de um ano. Nós queremos saber é que a
          assinatura seja extinta daqui para frente. 
         
        
          Para os que imaginam que a assinatura básica
          é legal, vejam o excelente texto do advogado Paulo Andreatto Bonfim,
          no site Jus Navegandi, que demonstra, à luz do ordenamento jurídico,
          o descabimento de tal tarifa. 
         
        
          Para os que questionam: o que as
          operadoras vão fazer para sobreviver, se até agora a maior parte da
          receita dessas empresas está baseada nesta ‘reservinha de
          mercado’, eu faço minhas as palavras do ministro das Comunicações
          às telcos: “com a sua capacidade criativa encontrem caminhos”. 
         
        
          Assim sendo, não acreditem de forma
          alguma em teorias da conspiração que dizem que as telcos vão
          acabar, ou serem destruídas se ficarem sem a assinatura básica. Esse
          argumento é velho e coisas parecidas foram usadas sob diferentes
          formas, para inúmeras finalidades desde a época do Império. 
         
        
          A mesma coisa o governo dizia com relação
          à MP 232, de que o fisco levaria um enorme prejuízo se abrisse mão
          de aumentar os impostos dos prestadores de serviços. A nação
          derrubou essa MP e o Brasil não acabou, pelo contrário, descobriu-se
          que tudo não passara de armação e de uma grande mentira. Tempos
          depois o senador Aluísio Mercadante (PT-SP) admitiu que o aumento não
          era necessário. Às vezes parece até que ainda estou ouvindo aquelas
          palavras do ex-presidente Itamar Franco: “Os números não mentem,
          mas os mentirosos fabricam números”. 
         
        
          Temos que mobilizar a nação para
          derrotar as telcos dessa vez. Há um ‘complôzinho’ se formando
          mas o povo pode ganhar essa disputa. O AliceRamos.com, assim como fez
          em relação à MP 232, propõe que os nomes dos parlamentares que
          votarem contra o fim da assinatura básica sejam expostos em listas públicas
          para que a população veja e não votem neles. 
         
        
          Como parte de nosso compromisso com a nação
          também iremos listar o nome de todos os deputados federais e
          senadores que estarão contra ou a favor da assinatura. Quem votar a
          favor da extinção da assinatura deve ser ovacionado e eleito
          novamente, quem não o fizer deve cair no ostracismo e no
          esquecimento, e ser punido com a ausência de votos. 
         
        
          Ainda sobre o discurso dos especialistas
          da Bear Stearns, vejamos: 
         
        
          2) O governo brasileiro não pode
          ignorar os contratos de concessão 
         
        
          O governo já deu inúmeras demonstrações
          de forma inequívoca que jamais ignorou os contratos de concessão.
          Nenhum dos poderes até agora passou por cima deles. Por isso mesmo é
          que a população tem o direito inalienável de mudar suas cláusulas
          em 2006, extinguindo a assinatura básica e o readaptando aos
          interesses da nação e não somente de um grupelho de empresários de
          telecomunicações que julgam estar acima da lei, de tudo e de todos. 
         
        
          3) E o impacto no sentimento do país
          para investimentos e na lucratividade das operadoras de telefonia fixa 
         
        
          Mero jogo de palavras vazias. Aliás, a
          logorréia (necessidade incoercível de falar) parece ser uma das táticas
          dos defensores da assinatura básica. Se ela fosse justificável
          haveria necessidade de tantas legitimações? 
         
        
          Aqui o especialista da seguradora que
          estava falando em nome das telcos quis colocar o sentimento (e os
          interesses escusos) das operadoras, como se fosse o sentimento da nação.
          O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, usou desse mesmo artifício
          verborrágico logo no início do seu mandato, dizendo que a sociedade
          queria o aumento de salários dos deputados. Só omitiu a que
          sociedade ele se referia. Aqui aconteceu a mesma coisa, quando
          omitiram o país a que estavam se referindo. Provavelmente aos EUA, já
          que a maior parte dos controladores das operadoras brasileiras é de lá. 
         
        
          O sentimento do Brasil, no qual se
          inserem 185 milhões de cidadãos, é de repúdio às práticas
          lesivas das telcos, e principalmente contra a assinatura básica,
          assim como o foi em relação à farra que os deputados queriam fazer
          com o dinheiro público. Deputados os quais já estavam envolvidos com
          recebimento de mensalão. 
         
        
          Esse estudo é a prova cabal e
          definitiva da construção de um ardil sem precedentes para a
          consolidação legal desse mensalão das operadoras. 
         
        
          Enfim, o ministro das Telecomunicações
          sozinho não pode combater essas distorções é necessário a pressão
          da sociedade sobre os políticos que lhes dão sustentação. Porque
          faço questão de apoiá-lo nesse quesito? 
         
        
          Porque, como sou a primeira (e muitas
          vezes a única, ainda que pagando um alto preço) a deplorar o governo
          publicamente quando faltam com a lisura e cometem erros, quero ser
          também sempre a primeira a aplaudir e manifestar todo o apoio que eu
          puder oferecer, quando esse mesmo governo, diretamente, ou através de
          um de seus ministérios, faz as coisas certas e age em prol de
          beneficiar a nação. 
         
        
          É necessário porém que o ministro
          alinhe melhor suas idéias com os anseios do povo: ninguém está
          querendo que se abaixe o valor da assinatura, mas sim que ela seja
          extinta. Bom será se ele entender isso logo no início para evitar
          desgastes desnecessários como os que ocorreram com Lula em relação
          à MP 232. Se tivesse cedido logo no princípio dos protestos não
          teria passado por tanta vergonha.  
         
      
    
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  pessoa , física ou jurídica, sentir-se prejudicada em seus direitos, basta um 
  comunicado e a matéria será reformulada ou retirada. 
  
  All the contents about technology of this Section were collected in the web 
  via search sites or were sent by voluntary collaborators, with the only 
  purpose of informing and sharing knowledge. Technology, in this case, is a 
  synonim for organizations, enterprises, products and services. There will be 
  always the preoccupation in mentioning the sources.. However, if any person or 
  enterprise will happen to feel damaged in their rights, they may just send a 
  note and the material will be reformulated.