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| Métodos para o Planejamento de Sistemas de Comunicação WLL e LMDS (5) | ||
| AUTOR: Bruno Maia Antonio Luiz | ||
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 CAP
  IV - PLANEJAMENTO DE SISTEMAS
 Os
  sistemas WLL e LMDS são baseados em acesso sem fio, 
  e suas características permitem que seja usado como base de
  planejamento critérios similares aos sistemas celulares. De fato somente
  algumas diferenças existem entre estes sistemas e os celulares em sua grande
  parte atuam simplificando a análise.
Essas
  diferenças ficam por conta destes novos sistemas serem fixos, eliminando
  assim as características de tráfego dinâmico[1]
  e alguns efeitos de propagação (que estão associados ao movimento do
  receptor), também chama-se a atenção pelo fato deste sistemas ser fixo no
  processo de implantação deste pode-se buscar localmente uma região de
  melhor nível de recepção (podendo até se ter uma condição de
  visibilidade direta) acentuando assim o desempenho com relação ao sistema
  celular, pois este não possui esta facilidade, pelo contrário a mobilidade
  do receptor só acarreta complicações devido a variação constante da condição
  de propagação deste. 
 O
  projeto em si consiste em duas grandes etapas que estão intimamente
  interligadas e que por sua vez possuem uma série de sub-rotinas, as etapas são
  respectivamente: o Link Budget e o
  Planejamento de Freqüências.
  O primeiro visa determinar a área de cobertura máxima de uma célula
  levando em conta todos os efeitos de propagação e condições que devem ser
  atendidas para um bom desempenho (em ambos os “lados” uplink e downlink).
  O segundo grande bloco determina qual é a configuração de reuso de freqüências
  que será implementado, este tem o caráter básico de obedecer a dois critérios
  de desempenho: C/I max[2]
  e tráfego atendido.
Descreve-se
  agora as rotinas ligadas a esses procedimentos: 
A
  – Levantamento de Informação:
Antes
  de se iniciar as etapas de dimensionamento propriamente ditas deve-se levantar
  parâmetros e especificações iniciais que o projeto deverá atender. Estas
  especificações são levantadas por diversas áreas da empresa e cabe ao
  engenheiro de RF utiliza-las. Abaixo lista-se as especificações básicas do
  projeto: 
·        
  Área de cobertura   ---> Deve-se saber a área total em
  que o sistema deve ser implementado.
·        
  Número de usuários   ---> Defini-se com isso um tráfego
  inicial a ser atendido 
·        
  Parâmetros de qualidade   ---> GOES, BER0
  (sendo o primeiro um parâmetro de desempenho de tráfego e o segundo de nível
  de sinal recebido)
·        
  Tipo de Cobertura a ser Atendido   ---> Mais usuado em
  caso de projetos celular onde se deseja garantir cobertura: indoor
  e incar
B – Link Budget e Cálculo do Raio Máximo
 Levantados
  os parâmetros iniciais pode-se começar as etapas de projeto começando com o
  link budget. Como foi falado existem diversas subrortnas a serem feitas: 
B-I- Determinação do Limiar de Recepção e
  Degradação por Interferências: 
I) Determinação
  do Limiar: 
Devido a existência do ruído branco (ruído térmico) tem-se um limiar no sinal de recebido tal que a taxa de erro de bits (BER ou TEB)[3] atinja um nível considerado inaceitável (tem-se no capítulo 3 um gráfico que relaciona o C/N com BER). Tendo em mãos a relação sinal ruído máxima pode-se determinar o valor mínimo da potência recebida (partindo-se do princípio que se conhece os parâmetros do equipamento que são necessários para o cálculo do ruído térmico), esse valor de recepção encontrado é o valor do limiar de recepção. O conhecimento deste limiar é vital pois limita o raio de cobertura que tem uma determinada qualidade de serviço.
Denote que este limiar aqui só leva em consideração a existência de uma fonte de ruído originado no próprio sistema de recepção, de fato existem outras fontes de ruído que irão degradar ainda mais este limiar, estes serão vistos adiante no ítem degradação do limiar
Cálculo
  do Ruído:  
Utilizando-se
  as equações do capítulo três tem-se: 
N
  = KTeB  
Onde
  respectivamente:
K  
  ---> Constante de
  Boltzman
Te 
  ----> Temperatura equivalente do Receptor
B  
  ---> Banda (MHz) 
Sendo: 
RPRT
  = C/N = Prnom/N 
Tem-se: 
RPRT (dB) = PRnom – F – 10Log B(MHz) -114
Ou
RPRT
  (dB)  = Eb/N0+10Log(log2M) 
Pode-se
  obter da equação acima o valor da nível nominal de recepção em funcão do
  RPRT desejado tem-se: 
PRnom
  = RPRT (dB) + F + 10Log B(MHz) +114   
Para
  melhorar o desempenho do sistema com relação ao ruído térmico utiliza-se
  um equipamento especial de alto ganho e figura de ruído baixa, este
  equipamento chama-se: LNA (Low Noise
  Amplyfier). Com isso consegue-se um ganho que pode ser calculado como: 
GLNA
  = Fs/LNA – Fc/LNA 
O
  cálculo da figura de ruído (F) com LNA é simples. 
Denota-se
  que a redução da figura de ruído acarreta em um ganho para o limiar pois
  reduz o ruído gerado no receptor, melhorando assim sua sensibilidade. 
II) Degradação
  do Limiar: 
Após determinado o
  limiar de recepção inferior tem-se correções deste que incluem componentes
  interferentes e atenuações adicionais devido ao tipo de cobertura requerida
  (sendo este último só necessário em sistemas celulares, aqui este será
  apresentado em caráter informativo). Tem-se: 
·        
  Degradação por Interferências:
Onde:
a= DD/D sendo D a distância entre os grupos canais repetidos e DD a variação da distância provocada pela relocação da célula.
                              
  Onde hb= altura da antena.
   Note que g
  tem  essa dependência funcional
  no modelo de Hata tem-se que:
  
No
  caso de se utilizar o modelo geral proposto (para freqüências de WLL)
  define-se gama como sendo: 
Onde
  K5 é uma constante que pode ser determinada experimentalmente com
  medidas de campo (como será descrito além).
A
  relação C/I tem uma forte dependência do meio e da geometria do enlace
  abaixo tem-se um gráfico que mostra  a
  dependência com a altura da antena: 
Essa
  degradação no limiar acarreta em uma redução da área de cobertura de cada
  célula, com isso tem-se um aumento do número de estações necessárias para
  atender a área total de cobertura.
Denota-se
  ainda o efeito da setorização no degradação do limiar, com a utilização
  da setorização o número de células co-canais interferentes se reduz
  fazendo com que esta degradação seja reduzida, em geral o ganho conseguido
  com a utilização de setorizações de 120°
  e 60°
  esta entre 5 dB e 8dB. 
·        
  Degradação do Limiar devido ao Tipo de Cobertura: 
Existem
  locais que causam uma atenuação adicional do sinal devido a necessidade da
  penetração deste em meios físicos. Tais lugares são carros e prédios.
  Abaixo tem-se as atenuações médias para cada caso como estes valores são
  aleatórios, quando sua utilização é necessária, deve-se levar em
  consideração suas variâncias no cálculo da margem do sistema. 
                                           
  
| Tipo
          de Cobertura | Perdas
          Média por Penatração | Desvio
          Padrão das Perdas | 
| Incar | 10
          dB | 3
          dB | 
| Indoor | 20
          dB | 8
          dB | 
 OBS:
  Em geral o desvio padrão para cobertura outdoor é de 8 dB 
B-II-  Determinação
  da Margem do Sistema: 
A determinação da margem do sistema é de fundamental importância para se garantir o desempenho desejado quanto a requisitos de qualidade e indisponibilidade, este é necessário devido ao fato do comportamento aleatório do meio físico de propagação, sendo assim o bom levantamento destas fontes é fundamental.
Dependendo
  do tipo de enlace e serviço a ser tratado tem-se fenômenos que são mais
  relevantes e outros que podem ser desprezados, estes já foram descritos no
  capítulo 3 e sendo tratados: 
I- Sistema WLL: 
Neste
  sistema como foi dito predomina os efeitos da variação do fator K (alterando
  assim o grau de atenuação por difração) e efeitos de IIS, mesmo sendo este
  sistema um sistema de baixa freqüência o local de sua implementação
  (cidades) determina um efeito de multipercurso muito acentuado (retardo médio
  alto).  Note também que o fenômeno
  e efeitos da interferência intersimbólica não são função da margem,
  contudo a sua presença afeta  o
  valor da margem que o sistema deve ter, uma vez que esta também é fonte de
  degradação tem-se então que: 
 Pelo
  fato do sistema ser fixo e a liberdade de utilização de antenas diretivas
  associados a equalização fazem com que os efeitos da interferência
  intersimbólica neste sistema sejam bem inferiores ao sistema celular contudo,
  a sua consideração pode ser levada em consideração quando deseja-se obter
  um dimensionamento mais seguro.
Como
  este sistema é novo ainda não foram definidos os valores para predição do
  desempenho deste sistema
II- Sistema LMDS:
O cálculo da margem mínima do sistema LMDS é tratado diretamente no cálculo de obtenção do raio máximo uma vez que a única fonte relevante (vide capítulo três) de desvanecimento do sinal é a atenuação por chuva.
Como
  foi visto existência da interferência intersimbólica independe do valor da
  margem contudo,  a sua existência
  forçará a margem a ser aumentada, para haver uma compensação, de tal modo
  que o desempenho final do sistema (que é avaliado sob ambos efeitos) se
  mantenha dentro dos padrões. Com isso tem-se: 
Claramente
  nota-se que deve existir um aumento na margem para compensar o efeito da
  interferência intersimbólica, com isso a parcela da taxa de erro devido a
  margem é reduzida para que o desempenho final se mantenha dentro dos padrões
Pode-se
  desprezar os efeitos da IIS se forem tomadas algumas medidas de melhoria
  desempenho tais como:
· 
  Uso da equalização e diversidade
· 
  Uso
  de antenas diretivas na recepção (reduz o número de possibilidades de
  multipercursos, reduzindo assim o retardo médio).
· 
  Pode-se também avaliar o efeito de IIS através da banda de coerência
  descrito no capítulo 3 
Sendo
  assim o cálculo do raio máximo pode ser feito só levando-se em conta os
  efeitos da atenuação por chuva. Obviamente a análise da interferência
  intersimbólica deixa o sistema menos sensível 
III- Coberturas
  Especiais: 
No
  caso do sistema necessitar coberturas especiais (indoor e incar) deve-se levar
  isso em conta no cálculo da margem. 
                  
  
 O
  parâmetro CAP determina a área de cobertura que atenderá as especificações
  dado que existe uma margem Mf. Pode-se
  então determinar uma margem para atender a um CAP pré-determinado.
 B-III-
  Link Budget:
O balanceamento do enlace consiste na determinação da perda máxima de propagação que o sistema pode ter de modo que atenda os requisitos do projeto em ambas as direções de comunicação
Denote
  que o link budget  trata
  apenas do caráter físico do meio, ou seja, apenas se modela perdas na
  propagação. A capacidade de tráfego é tratado na parte de planejamento de
  freqüências. 
Todo
  o tratamento de cobertura é majorado, ou seja, faz-se a análise para o raio
  máximo e parte-se do princípio que para R £
  Rmax atende os critérios de desempenho. Já com o desenvolvimento
  de softwares especializados tornou-se viável o cálculo numérico de toda a
  área de cobertura, otimizando-se assim a análise dos sistemas, exemplos de
  softwares serão descritos no capítulo 5
Abaixo
  tem-se exemplos (cedidos pela ATL) de balanceamentos de enlaces celulares[4],
  sendo o primeiro sem o ganho do LNA e o segundo com o ganho: 
    Exemplo
  1 – Balanceamento sem LNA
|  | Downlink | Uplink | Comentários | 
| Transmissão |   |   |   | 
| Pt | 36
          dBm | 28
          dBm |   | 
| FL
          (perda nos cabos) | 2,7 | - | Hantena=
          30 m | 
| G | 15
          dBi | - | Antena
          de 60 | 
| EiRP | 48,3
          dBm | 28
          dBm |   | 
| Recepção |   |   |   | 
| Limiar | -103
          dBm | -113
          dBm | BER
          = 3% (s/ C/I) | 
| Margem
          (valor típico) | 3,5
          dB | 3,5
          dB | BER
          = 1% (s/ C/I) | 
| FL | - | 2,7
          dB |   | 
| G | - | 15
          dBi |   | 
| Rxmin | -99,5
          d Bm | -121,8
          dBm |   | 
| Lmax | 147,8
          dB | 149,8
          dB |   | 
| L
          balanceado | 147,8
          dB | 147,8
          dB |   | 
 
Exemplo
  2 – Balanceamento com LNA
|  | Downlink | Uplink | Comentários | 
| Transmissão |   |   |   | 
| Pt | 40
          dBm | 28
          dBm |   | 
| FL
          (perda nos cabos) | 3,3
          dB | - | Hantena=
          45 m | 
| G | 13,5
          dBi | - | Antena
          de 90 | 
| EiRP | 50,2
          dBm | 28
          dBm |   | 
| Recepção |   |   |   | 
| Limiar | -103
          dBm | -113
          dBm | BER
          = 3% (s/ C/I) | 
| Margem
          (valor típico) | 3,5
          dB | 3,5
          dB | BER
          = 1% (s/ C/I) | 
| FL | - | 3,3
          dB |   | 
| G | - | 13,5
          dBi |   | 
| GLNA | - | 3,3
          dB |   | 
| Rxmin | -99,5
          d Bm | -119,7
          dBm |   | 
| Lmax | 149,7
          dB | 151,0
          dB |   | 
| L
          balanceado | 149,7
          dB | 149,7
          dB |   | 
 
B.IV- Cálculo do Raio Máximo:
 Uma
  vez tendo-se o valor da perda máxima de propagação que se pode ter para
  isso deve-se utilizar o modelo apropriado para cada sistema, aqui se encontra
  a diferença fundamental entre os sistemas pois cada um possui peculiaridades
  com relação a perdas e efeitos de propagação.  
I- Sistema WLL:
 Como
  este sistema é relativamente novo não existe ainda um modelo próprio para
  este, sendo então utilizado um modelo de propagação genérico para esta
  faixa de freqüência, contudo deve-se ressaltar que ao se utilizar este
  modelo está se fazendo uma análise pessimista devido ao fato deste sistema
  ser fixo tem-se a liberdade de ajustar a antena receptora em um local com
  melhores condições de recepção (podendo até se forçar uma condição de
  visibilidade direta, mudando drasticamente o modelo excluindo a parte de
  perdas por difração), essa escolha do local ótimo de implantação vem da
  experiência do engenheiro que está implantando o sistema Esse tipo de
  liberdade não existe no sistema celular. Ressalta-se novamente a intensa redução
  dos efeitos de multipercurso neste sistema devido ao fato de ser fixo (vide
  capítulo 3). 
Irá
  ser proposto dois modos de calcular o nível de potência nominal do enlace. O
  primeiro consiste em se utilizar um modelo ponto área e o segundo basicamente
  utiliza-se método de cálculos ponto-a-ponto. Logo após a apresentação
  destes dois métodos descreve-se um protocolo para obter-se o percentual de
  cobertura da célula (que está estreitamente correlacionado com o grau de
  indisponibilidade de cobertura), para este sistema é ideal que a cobertura
  radielétrica esteja próximo dos 100%
Abaixo
  tem-se o modelo utilizado no cálculo com seus diversos parâmetros, note que
  estes podem ser ajustados, para isso devem ser feitos testes de campo para a
  obtenção de valores experimentais que devem ser comparados com os resultados
  dos obtidos pelo modelo, fazendo assim os ajustes necessários neste. 
Modelo Geral:
Este modelo pode ser visto como um modelo de Hata modificado, tendo-se maior liberdade para se modelar as constantes de acordo com as necessidades do projetista.
 
Onde:
  
  K1   ---> Constante de interceptação do slope (padrão
  = 12,1)
K2 ---> Inclinação (padrão 44,9)
K3 ---> Compensação de ganho da altura da antena (padrão 5,83)
K4 ---> Compensação por perda na difração (padrão –0,4)
K5 ---> Fator de correção de Okumura Hata para distância e altura da antena (padrão 6,55)
K6 ---> Compensação da altura da antena (padrão 0)
Dif 
  ---> Perda na difração ao longo de um caminho obstruído 
Abaixo tem-se um gráfico que mostra a variação da inclinação (slope) da perda de propagação com a variação do parâmetro K5:
 Protocolo
  para Obtenção da Cobertura Radioelétrica (COB): 
· Após determinar o nível nominal de recepção determina-se a margem bruta do enlace
· Através da análise de degradação por interferências obtém-se a margem líquida
· Determina-se a variância do nível de recepção através da relação entre o valor de KMAX e KMIN
· Determina-se então a COB com a equação descrita nas variações lentas com a seguinte correção:
COB
  = 100 – P[D³ML] 
    
Modelo Walfish- Ikegami:
 Caso
  tenha-se uma descrição detalhada do terreno e de sua morfologia, pode-se
  utilizar o modelo de Walfish- Ikegami, que se encontra descrito no capítulo
  3.  
II- Sistema LMDS: 
Este sistema pelo fato de operar em altíssimas freqüências tem em suas análises que ser levado em consideração efeitos dos gases atmosféricos e da atenuação por chuvas, que por sua vez provocam grande atenuação nos níveis de recepção do sinal (consistindo em uma fonte de desvanecimento) este efeito de chuvas nesta freqüência é o principal fator limitante no raio da célula e na sua indisponibilidade. Sendo assim o procedimento padrão é:
· Dado um grau de indisponibilidade[5] máximo que o sistema pode suportar determina-se a margem necessária (o processo se encontra descrito detalhadamente no capítulo 3, em desvanecimentos por chuvas).
· Com base no limiar (previamente calculado), pode-se então chegar ao nível de recepção mínimo que atenda o requisito referente a disponibilidade.
·        
  Utiliza-se então a equação de perda por propagação para determinar
  o raio máximo da célula. 
Descreve-se abaixo os métodos utilizados para o cálculo da margem do sistema e do raio máximo
Denote
  que este cálculo apenas se analisa o efeito das chuvas, tem-se contudo que
  analisar o efeito das interferências intersimbólicas no desempenho do
  sistema, este fará com que o raio da célula reduza ainda mais, uma vez que
  deverá de ser aumentada a margem calculada para compensar a presença desta
  outra fonte de degradação.
 Repare
  que o IIS independe da margem contudo sua existência afeta o valor desta pelo
  fato de também degradar o desempenho do enlace.
Como
  foi falado na seção B-II-B o aumento necessário na margem é: 
Contudo
  como foi falado também a utilização das tecnicas descritas torna o efeito
  do IIS desprezível fazendo então DM  
  --->0
 
A-
  Cálculo da Margem: 
Como
  foi dito no capítulo 3 basicamente a única fonte de desvanecimento da potência
  do sinal recebido vem da atenuação por chuvas sendo assim deve ser
  encontrada uma margem que garanta o desempenho requerido 
Caso I: Sistema sem
  hierarquização: 
Neste
  caso como não existe hierarquização a única fonte de indisponibilidade é
  o link da célula com o receptor final, com isso tem-se:
 
Onde: 
A0,01 --->Atenuação por chuva excedida em 0,01% do ano
ML --->Margem líquida (em dB).
R0,01 
  ---> É a taxa de precipitação excedida em apenas 0,01% do ano 
Caso II: Sistema com
  hierarquização: 
Alguns
  sistemas LMDS utilizam o processo de Hierarquização, este processo consiste
  em ter algumas estações radio base recebendo sinal não do satélite e sim
  de outras estações, caracterizando uma hierarquia. Sendo assim pode-se dizer
  que uma célula filha é aquela que recebe sinal de uma célula vinculada ao
  satélite, sendo assim sua indisponibilidade passa a estar condicionada também
  a indisponibilidade do link da célula mãe com a filha. Isso causará então
  uma redução no raio da célula filha pois o critério de indisponibilidade
  para a célula é avaliado em cima da probabilidade total de indisponibilidade
  sendo assim: 
Tendo-se
  o valor da probabilidade total máxima de indisponibilidade da célula filha 
  e a probabilidade de indisponibilidade da célula mãe, pode-se
  determinar a margem mínima e conseqüentemente o raio máximo da célula
  filha. Olhando a equação acima detalhadamente 
  obtém-se algumas importantes conclusões: 
· A medida que a distância entre a célula mãe e filha cresce maior a probabilidade de indisponibilidade, isso faz com que a Segunda parcela (indisp. Filha) seja reduzida conseqüentemente reduzindo o raio máximo da célula filha.
·        
  Existe um raio máximo entre a célula mãe e filha sendo a partir
  desse o raio da célula filha tende a zero. Isso se dá quando a probabilidade
  de indisponibilidade do link mãe-filha já é igual ou superior a
  probabilidade de indisponibilidade total, isso acarretará no fato de que o
  link filha receptor nunca poderá estar indisponível, contudo isso só é
  possível quando a margem do sistema vai a infinito, ou seja, na prática
  tem-se raio de cobertura zero. 
Tem-se
  abaixo o procedimento de cálculo do raio máximo da célula filha: 
O
  procedimento de cálculo para a Segunda parcela da equação é análogo ao
  primeiro caso, tem-se contudo que obter a probabilidade de indisponibilidade
  do link mãe filha para isso segue-se o seguinte protocolo: 
· Tendo-se o raio entre a célula mãe e filha pode-se calcular a perda por propagação e a referente margem do link mãe-filha.
· Com a margem pode-se então calcular a probabilidade de indisponibilidade do enlace, para isso deve-se utilizar a equação de perda por propagação que será descrita a seguir
·        
  Para tais cálculos utiliza-se também as equações descritas 
  no primeiro caso.  
A-
  Cálculo da perda por propagação: 
 
Nestas
  freqüências os gases atmosféricos tem um papel relevante e são fonte de
  atenuação do sinal propagado, abaixo tem-se o modelo utilizado: 
Tem-se
  a atenuação específica dos gases predominantes atmosféricos multiplicado
  pela distância do enlace
 
 Tem-se
  a equação por perda de propagação: 
PR0
  (dBm) = PT(dBm) + GT + GR –
  20 Log d (Km) –20 Log f (GHz) – 92,4 -AGAS
Tendo-se determinado o nível mínimo de PR pode-se determinar o raio máximo do enlace com isso
Tem-se abaixo os gráficos das atenuações específicas dos gases atmosféricos:
  
   
Tendo-se
  determinado o raio máximo que cada célula pode ter 
  atendendo os requisitos de desempenho, pode-se partir para a Segunda
  grande etapa no projeto do sistema que é a escolha do plano de freqüência.
Como
  foi dito o padrão de reuso é escolhido 
  com base no compromisso entre a capacidade e o nível de interferências,
  este é  de fundamental importância
  uma vez que este influi na limiar de recepção e conseqüentemente na área
  de cobertura. 
C/I x
  Capacidade de Tráfego: 
O
  primeiro passo é obter o dimensionamento do número de canais que cada célula
  deverá possuir pois dado um tráfego a ser atendido e o número de canais
  disponíveis tem-se uma taxa de bloqueio ou grau de serviço (GOS), este é um
  parâmetro de desempenho de tráfego, sendo que este deve Ttr um valor
  inferior ao estipulado no projeto. Este elemento de dimensionamento foi
  amplamente discutido no primeiro capítulo.
Tem-se então: 
Os cálculos da relação C/I foram mostrados no capítulo IV-II denote que o número de canais disponível é função da freqüência de reuso, sendo que este tem um valor limite, que fornece um patamar superior a capacidade do sistema. Abaixo tem-se um gráfico que mostra a relação e a capacidade de tráfego
   
Note também que o valor de C/I tem uma forte dependência com a configuração de reuso e ao meio, com isso em áreas urbanas com um fator de atenuação maior obtém-se valores menores de interferências fazendo-se com que possa se utilizar um menor fator de reuso oferecendo assim maior capacidade de tráfego
Tem-se abaixo um
  gráfico que mostra o valor de C/I com diferentes fatores de reuso e meios de
  propagação 
  
Também
  mostra-se as melhores configurações de reuso utilizadas em cada ambiente:
 
| 
 | 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste capítulo foi mostrado os elementos de análise de predição do nível de recepção nominal do sistema e indisponibilidade, sendo ressaltado que toda a análise está vinculada ao fator de interferência que por sua vez depende do plano de freqüência utilizado, onde cada plano tem capacidade de atender uma determinada demanda de tráfego inicial, logicamente a medida que há uma necessidade de tráfego em certas regiões utilizam-se as técnicas descritas no capítulo I para subdividir as células e redistribuir o tráfego