ComUnidade
WirelessBrasil
		Site
WirelessBR 
         
        
      
      Agência Brasil 
      AgênciaCT 
      Portal AliceRamos.com 
      ComputerWorld 
      
      Estadão 
          Folha Online 
         
      IDG Now! 
      Informativo Sete 
      Pontos 
      ITI 
      Michael Stanton 
      Serpro 
        
         | 
      
        
  
        
  
        
      
        
        
      Notícias 
      
      Role a página 
      para ler estas notícias ou clique no título para ler  o original 
        
      
      
        [17/11/05]   Brasileiros
        comparam fórum da internet à OMC 
	 
        Caderno Link do Estadão 
        [17/11/05]   Países
        chegam em acordo na Tunísia 
	 
        
      Agência Brasil 
        [16/11/05]   Cúpula
        aprova criação do Fórum de Governança da Internet 
   
	 
          IDG Now!  
   
          [16/11/05]   Serpro:
          cúpula trouxe resultados satisfatórios 
	 
          
        IDG Now! 
          [16/11/05]   EUA
        cedem, mas mantêm controle sobre a internet  
	 
          
      Estadão 
      [07/11/05]  
      Como 
      tirar a internet dos EUA?  
        
     
        
       
      IDG Now! 
      [08/11/05]   
      
      ONU não tem planos de controlar web, diz Annan 
	 
      Estadão 
      [07/11/05]   
      
      ONU 
      não quer controle da internet 
	 
      ComputerWorld 
      [06/10/05]  
      
      Nenhum país pode comandar a Web, diz Anatel   
	 
      ComputerWorld 
      [03/10/05]  
  
  Decisão da UE sobre gestão da web irrita EUA   
	 
      AgênciaCT 
      [03/10/05]  
      Fracassa reunião sobre o controle da 
      Internet  
	 
      ComputerWorld 
      [03/10/05]  
  
      Brasil busca internet mais democrática   
	 
      ComputerWorld 
      [30/09/05]  
  
  ONU se propõe a assumir o controle da web   
	 
      Agência Brasil 
      [18/09/05] 
       Brasil vai defender mudança na gestão da Internet em Cúpula da ONU
       
       
      Estadão 
      [30/09/05]  
      UE diz que internet não é dos EUA, mas de todos
        
	 
      Serpro 
      [26/09/05]   Avanços e indefinições na primeira semana da PrepCom 
       
       
      ITI 
      [26/09/05]   Especialista em internet fala sobre os principais embates da Cúpula  
	 
      ITI 
      [21/09/05]   Governança da internet domina agenda da preparatória 
	 
      ComputerWorld    
      [18/07/05]  
  
  ONU propõe controle internacional da web  
	 
      AgênciaCT 
      [10/06/05]  
      Fórum é alternativa para governança da web  
	 
      AgênciaCT 
      [30/05/05]  
      Comitê Gestor da Internet no Brasil completa 10 anos
        
  
        
      
      Camara-e.net 
        
      Artigo de Seiiti Arata Jr 
      [25/05/05]   
      
      O que é "governança da internet"?  
		   
        
       
        
      Artigos 
      de Michael Stanton 
      Clique no título 
      para ler o original no Estadão ou veja a Coleção 
      de Artigos 
        
      [06/03/03]  
      A reforma do Comitê Gestor 
      da Internet no Brasil     
		 
      [23/02/03]  
      ICANN vem ao Rio de Janeiro   
		   
      [04/03/02]  
      
      ICANN na encruzilhada    
       
		 
      [17/06/01]  
      ICANN: a questão da 
      representatividade     
		 
      [09/04/01]  
      Como vai a ICANN?    
		 
		 
      [16/10/00]  
      Os resultados das eleições para a ICANN    
		 
		 
      [25/09/00]  
      Eleições na Internet - a fase final
            
  
      [31/07/00] 
       
      Os eleitores da 
      ICANN     
       
		 
      [24/07/00]  
      Eleições para a Internet   
	 
	
      Nota inserida em 12/11/15: 
	Todas as colunas de Michael Stanton (publicadas no Estadão) sobre 
	vários assuntos
	
	estão colecionas aqui. 
   
        
      Artigos 
      publicados no
      
      
      Informativo Sete 
      Pontos 
      Clique no título 
      do artigo para ler o original 
        
       Set 2005]   Governança 
      da Internet em xeque na Prepcom3   
 - Profª Eula D. Taveira Cabral - Editora do Informativo SETE PONTOS 
        
      [Ago 2005] 
      A 
      Governança da Internet e o Complexo de Madagascar   
      - Prof. Adilson Cabral - Coordenador do Informativo Eletrônico SETE PONTOS 
        
      [Set 2004] 
      
      Brasil está interessado na formação do GT sobre a Governança da Internet 
       
      - Gabriella Ponte - Jornalista 
        
      [Jul 2004]  
  Sociedade 
  civil deve se unir para garantir a promoção da inclusão digital     
      - Eula Dantas Taveira Cabral 
  [Mai 2004] 
  Sociedade 
  civil se posiciona no Comitê Gestor da Internet no Brasil     
   Eula Dantas Taveira Cabral 
        
      
      [Abr 2004]  Internautas 
  podem acompanhar a evolução da Internet   
     Eula Dantas Taveira Cabral 
        
       
      [Mar 2004] 
   
  Serviço de 
  Comunicações Digitais causa polêmica     
   Eula Dantas 
  Taveira Cabral 
        
      
      [Jan 2004]   Fazendo 
  acontecer a sociedade da informação       
  Profª. Eula Dantas Taveira 
  Cabral 
        
      [Nov 2003] 
  Comitê 
  Gestor da Internet Brasil está com nova formação  
     Gabriella Ponte 
        
       
      [Jun 2003] 
       Governança 
  da Internet.BR    
        Alexandre Rangel -
      Coordenador executivo da ONG Sociedade Digital (SOCID) 
   
        
      Artigo 
      de Alice Ramos 
      Clique no título 
      para ler o original no Portal 
      AliceRamos.com 
        
      [09/11/04]  
      A sociedade da 
      informação que nós queremos  
   
  Artigo 
  publicado da RNT - Revista de Negócios em Telecomunicações 
  Clique no título 
      para ler o original na RNT 
  [Set 2005]  
  
  À moda brasileira   
   
  Governança na internet carece de um fórum global independente e com 
  legitimidade internacional. Gestão brasileira é modelo para outros países 
  Rogério Santanna 
   
        
      Transcrição das 
      Notícias 
   
        
      
      
      
          
       
      
        Segundo descrição da delegação
        brasileira presente na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, o
        recém-criado Fórum de Governança da Internet deve funcionar como a
        OMC (Organização Mundial de Comércio). O grupo internacional terá
        sua primeira reunião oficial na Grécia, em 2006.  
       
      
        Apesar da criação do fórum, anunciada
        nesta semana, os Estados Unidos vão manter o controle do sistema que
        guia o tráfego de informação na internet. Antes da cúpula, que teve
        início ontem na Tunísia e acaba nesta sexta-feira, diversos países
        protestavam contra o atual sistema de governança da web, considerado
        unilateral por muitos.  
       
      
        O grupo deve discutir temas relacionados
        à internet, como combate ao spam, crimes virtuais e pedofilia on-line.
        Rogério Santana, secretário de Logística e Tecnologia da Informação
        do Ministério do Planejamento, diz esperar que o fórum alcance o padrão
        de democracia do órgão brasileiro CGI (Comitê Gestor de Internet).  
       
      
        Uma das principais mudanças com a criação
        do fórum será o gerenciamento que este grupo fará nos "recursos
        escassos da rede", afirma Santana. O termo refere-se a situações
        em que alguma das partes tem de ceder --caso da briga pelo domínio
        ".tv", entre empresas do setor de entretenimento e o país
        Tuvalu.  
       
      
          
       
      
      
          
       
      
        A queda de braço para decidir com quem
        fica o controle da internet teve fim na Cúpula Mundial Sobre a
        Sociedade da Informação, que ocorre até amanhã em Túnis, Tunísia.  
       
      
        Na última terça, véspera do início da
        conferência, os países participantes do evento chegaram a um acordo
        sobre a polêmica e instituíram o Fórum de Governança da Internet,
        que será responsável por determinar políticas de segurança, de
        inclusão digital, entre outras.  
       
      
        As questões relativas à gestão de domínios
        e de endereços eletrônicos, bem como a administração dos
        computadores responsáveis pela rede, entretanto, continuarão sob a
        jurisdição do Icann (Internet Corporation of Assigned Names and
        Numbers), órgão privado que possui ligação com o governo
        norte-americano. Veja mais no caderno Economia & Negócios do Estado
        desta quinta.  
       
      
        O movimento para retirar a internet das mãos
        dos EUA iniciou-se em 2002. A primeira conferência sobre o tema foi
        realizada em 2003, em Genebra. Na ocasião, países como Brasil, China,
        Irã e Índia reivindicaram a criação de um órgão multilateral que
        tivesse poderes sobre as decisões relativas à rede e que pudesse
        estabelecer políticas para disseminar o acesso à internet no mundo.  
       
      
        A posição dos norte-americanos sempre
        foi contrária. Eles alegavam que a organização responsável por
        administrar a rede, o Icann, era um órgão independente do governo.
        Outro argumento defendido por Washington era que, com a participação
        de países ditatoriais, como China e Irã, nas decisões da rede, a
        censura na web poderia aumentar.  
       
      
        A adesão da União Européia à causa da
        descentralização veio neste ano. E, segundo analistas, a decisão de
        criar um fórum internacional para questões relativas à internet,
        anunciado na Tunísia nesta semana, se deve muito a esse fato.  
       
      
        Mais nos links:  
       
      
      
      
          
       
      
        Túnis (Tunísia) - As reuniões preparatórias
        da Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação aprovaram na noite
        de hoje (15) a criação do Fórum de Governança da Internet. Ele foi
        pensado para reverter o quadro atual, em que todos os endereços de páginas
        eletrônicas do mundo são administrados, em última instância, por uma
        instituição privada sem fins lucrativos, sediada nos Estados Unidos.  
       
      
        A definição dos chamados
        "mecanismos de coordenação entre os países", um complemento
        à criação do fórum, foi adiada. Sem ele, suas decisões do fórum
        podem tornar-se inócuas, já que, em grande parte dos casos, são os
        governos que vão garantir a efetivação das deliberações. Mesmo
        assim, o representante da Casa Civil da Presidência da República no
        evento, André Barbosa, qualificou a aprovação como "uma grande
        vitória". "Há dois anos, em Genebra, nem se cogitava tal
        coisa." Na ocasião, em dezembro de 2003, foi realizada a primeira
        fase da cúpula.  
       
      
        A proposta de criação do fórum, que
        vinha sendo defendida pelo Brasil, acabou emplacando após apoio
        decisivo da União Européia, segundo a avaliação de José Bicalho,
        que representa a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Países
        como a China e a Índia já haviam aderido à idéia, que sofria oposição
        dos Estados Unidos. Segundo o representante do Itamaraty José Marques,
        a orientação de que a convocação do fórum se dê pelo secretário-geral
        da ONU (Organização das Nações Unidas), aprovada no texto, era uma
        reivindicação do Brasil.  
       
      
        "O fórum terá moldes bem parecidos
        com o que aplicamos no comitê brasileiro de gestão da internet, como a
        participação livre da sociedade civil", explica José Bicalho, da
        Anatel. O que é considerado uma conquista no campo oficial, por se
        haver driblado a resistência americana, ainda vai depender de diversos
        desdobramentos futuros para materializar-se em um controle social
        efetivo da rede. No Brasil, o comitê gestor é eleito a partir de uma
        consulta pública aberta. "Possivelmente, a primeira reunião do fórum
        será simplesmente aberta a todos que quiserem participar", diz
        Bicalho.  
       
      
        A abertura oficial da cúpula está
        marcada para amanhã (16). O ministro da Cultura, Gilberto Gil, deve
        discursar em nome da delegação brasileira à tarde. 
        15/11/2005 
       
      
          
       
      
          
         
        IDG Now!  
      
      
        [16/11/05]   Serpro:
        cúpula trouxe resultados satisfatórios 
        Camila Fusco, do COMPUTERWORLD 
        Os Estados Unidos cederam em poucos aspectos no que diz respeito ao
        controle da internet, mas o Brasil considera que a Cúpula Mundial da
        Sociedade da Informação já rendeu bons frutos sobre a governança da
        rede. Isso é o que indica o participante do governo brasileiro no
        evento, que acontece em Tunis, capital da Tunísia, até a próxima
        sexta-feira (18/11).  
       
      
        "As negociações foram duras.
        Passamos domingo, segunda e terça-feira desta semana [etapa pré-conferência]
        negociando e o que se obteve foi um texto difícil. Os Estados Unidos
        mantêm o controle da internet, mas a luta não terminou", declara
        Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados, em
        entrevista exclusiva ao COMPUTERWORLD. 
        A convocação para o fórum ficará a cargo do secretário geral das Nações
        Unidades, Kofi Annan, e a primeira reunião deverá acontecer no
        primeiro semestre de 2006, na Grécia. "Com isso existe um estímulo
        dos próprios governos para a formação de grupos para a discussão da
        internet", aponta. 
        O diretor do Serpro avalia que os avanços atingidos mostram que os países
        do mundo não estavam satisfeitos com a situação de controle da
        internet por parte do Icann. "Ninguém está convencido que a situação
        está boa. Todos acreditam que é necessário democratizar o acesso. Mas
        isso não é uma guerra ,é uma convenção. Trabalhamos com um
        consenso. Não esperávamos resolver tudo de uma vez, mas estamos
        caminhando. O Fórum na ONU é a maior prova disso."  
       
      
        Em julho deste ano, Sérgio Rosa já havia
        ressaltado os esforços do Brasil na empreitada por buscar aliados para
        tentar descentralizar o controle da internet. "É bom que os
        Estados Unidos anunciem com antecedência a iniciativa de defender a
        centralização porque assim podemos buscar mais aliados. Também vamos
        tentar convencer os Estados Unidos a chegar a um consenso de cooperação
        entre as nações", declarou o diretor na ocasião.  
       
      
        A proposta do Brasil, segundo Rosa, -
        juntamente com Índia e África do Sul - era a criação de um organismo
        desvinculado de governos para a gestão da internet, assim como a
        distribuição dos servidores de domínios.  
       
      
      
         
       
      
      
          
         
        IDG Now!  
      
      
        [16/11/05]   EUA
        e Europa clamam 'vitória' sobre gestão da web 
        Camila Fusco, do COMPUTERWORLD 
        Tanto os Estados Unidos quanto a União Européia estão clamando vitória
        no acordo fechado na terça-feira (15/11) sobre governança da internet
        na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, embora as duas partes
        estejam em lados opostos do debate.  
       
      
        Enquanto os EUA interpretam o acordo como
        uma continuidade ao controle das principais questões da internet,
        incluindo sistemas de endereçamento, a União Européia sinaliza que o
        documento abre as portas para que a gestão da web seja compartilhada
        pelos governos do mundo.  
       
      
        "O documento é fabuloso",
        declarou David Gross, embaixador do escritório de economia e negócios
        do Departamento de Estado norte-americano que lidera a delegação do país.
        "Existiam propostas para criar uma organização governamental que
        controlaria os aspectos técnicos da internet e, com isso, também seu
        conteúdo. Agora isso está fora de cogitação. Não há mudança no
        papel dos Estados Unidos, não há mudança para a Icann",
        declarou.  
       
      
        Vanda Scartezini, sócia da Pólo
        Consultores Associados e conselheira da Icann, compartilha em parte da
        opinião de Gross, destacando sua reprovação à criação de
        organismos governamentais para controlar a internet. "Um dos
        grandes movimentos, em que se incluía o Brasil, a China, o Irã e a
        Venezuela, defendia uma espécie de estatização da internet, a
        distribuição debaixo de governos. Eu, particularmente, sou contra
        isso, porque não vejo viabilidade ou presteza para que os governos
        resolvam problemas nessa área", diz.  
       
      
        No entanto, Vanda aponta que o controle da
        internet caminha para uma democratização, uma vez que a Icann
        permanecerá vinculada ao governo dos Estados Unidos, inicialmente, até
        setembro do ano que vem. "Após este período a intenção é que o
        órgão passe a ser independente, mantendo-se economicamente e também
        mantendo a própria rede. Existe a possibilidade de o governo
        norte-americano querer permanecer por trás do controle, mas a tendência
        não é essa. A tendência é chegarmos a um equilíbrio em que exista a
        cooperação entre diversos países".  
       
      
        Por outro lado, para Demi Getschko, também
        conselheiro da Icann e do Comitê Gestor da Internet no Brasil, ainda não
        está claro como ficará a situação após setembro do próximo ano.
        "Muitos queriam que nenhum governo tivesse a supervisão da raiz da
        internet após este período, mas a situação não está clara. Os
        Estados Unidos não manifestaram exatamente qual a sua intenção após
        o mês de setembro", ressalta. Em julho deste ano, o governo
        norte-americano divulgou um documento declarando que não abria mão do
        controle da web. No entanto, não forneceu detalhes sobre como pretende
        manter seu posicionamento.  
       
      
        Sob o ponto de vista da União Européia,
        no entanto, os Estados Unidos consentiram a criação de um novo órgão
        que "melhore a cooperação" na gestão da internet, segundo
        Martin Selmayr, porta-voz da comissária da UE, Viviane Reding.  
       
      
        A Cúpula Mundial da Sociedade da Informação
        acontece até a próxima sexta-feira (18/11). Entre os outros temas que
        devem ser debatidos no evento estão: inclusão digital, participação
        da sociedade civil nas discussões sobre internet e difusão das redes
        nas comunidades carentes. 
       
      
        * com apoio do IDG News Service, Europa 
        
         
         
      
      
      
          
       
      
        Os Estados Unidos assinaram uma série de
        princípios sobre a governança pela internet propostos pela União
        Européia, segundo representantes da Europa que participam da Cúpula
        Mundial da Sociedade da Informação, que começa nesta quarta-feira
        (16/11), em Túnis, na Tunísia.  
       
      
        Na prática, o governo dos Estados Unidos
        mantém o controle da internet e cede apenas em poucos aspectos, como
        consultar um país toda vez que o seu domínio de primeiro nível, como
        .br, estiver em discussão.  
       
      
        "Não mundamos o papel do governo dos
        Estados Unidos, nos aspectos que técnicos que estávamos
        preocupados", afirmou David Gross, principal negociador dos Estados
        Unidos, em entrevista à BBC.  
       
      
      
        Segundo o acordo, fechado na noite de terça-feira
        (15/11), em uma reunião de mais de 11 horas, todas as partes
        concordaram que "nenhum governo deve ter a última palavra sobre os
        domínios de um outro país", afirmou Martin Selmayr, porta-voz da
        União Européia.  
       
      
        (Entenda a polêmica em torno do controle
        da internet,  clique
        aqui)  
       
      
        Ele acrescentou que se trata de "um
        grande passo para a internacionalização da internet",
        considerando uma grande vitória da União Européia e dos países que
        apóiam a proposta.  
       
      
        O atual sistema, na qual o ICANN é
        responsável pelo gerenciamento do dia-a-dia, continua funcionando,
        afirmou Selmayr.  
       
      
        Com as mudanças, toda vez que o ICANN
        tomar uma decisão que afeta o domínio de um país, deveria fazer uma
        consulta para o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Este, por
        sua vez, tem de consultar o país envolvido. Com a estrutura atual, não
        há consulta de outros países.  
       
      
        A União Européia lidera um grupo de países,
        na qual o Brasil faz parte, para tentar reduzir a influência dos
        Estados Unidos sobre a governança na internet.  
       
      
        A alegação da União Européia era de
        que, com o atual sistema de governança na internet, qualquer disputa
        envolvendo domínios de outros países deveria ser julgada sob as leis
        norte-americanas, colocando-os em desvantagens.  
       
      
        Os detalhes de como esse novo sistema vai
        funcionar serão conhecidos no primeiro semestre de 2006. 
       
      
        Delegação brasileira 
        Apesar de o governo dos Estados Unidos manterem o controle sobre a
        internet, o representante da Casa Civil da Presidência da República no
        evento, André Barbosa, qualificou a aprovação como "uma grande
        vitória". "Há dois anos, em Genebra, nem se cogitava tal
        coisa." Na ocasião, em dezembro de 2003, foi realizada a primeira
        fase da cúpula.  
       
      
        A proposta de criação do fórum, que
        vinha sendo defendida pelo Brasil, acabou emplacando após apoio
        decisivo da União Européia, segundo a avaliação de José Bicalho,
        que representa a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).  
       
      
        Países como a China e a Índia já haviam
        aderido à idéia, que sofria oposição dos Estados Unidos. Segundo o
        representante do Itamaraty José Marques, a orientação de que a
        convocação do fórum se dê pelo secretário-geral da ONU (Organização
        das Nações Unidas), aprovada no texto, era uma reivindicação do
        Brasil.  
       
      
        "O fórum terá moldes bem parecidos
        com o que aplicamos no comitê brasileiro de gestão da internet, como a
        participação livre da sociedade civil", explica José Bicalho, da
        Anatel.  
       
      
        O que é considerado uma conquista no
        campo oficial, por se haver driblado a resistência americana, ainda vai
        depender de diversos desdobramentos futuros para materializar-se em um
        controle social efetivo da rede.  
       
      
        No Brasil, o comitê gestor é eleito a
        partir de uma consulta pública aberta. "Possivelmente, a primeira
        reunião do fórum será simplesmente aberta a todos que quiserem
        participar", diz Bicalho.  
       
      
        A abertura oficial da cúpula está
        marcada para esta quarta-feira (16//11). O ministro da Cultura, Gilberto
        Gil, deve discursar em nome da delegação brasileira à tarde. 
        Simon Taylor - IDG News Service/Bruxelas com informações da Agência
        Brasil  
       
        
       
        
      07/11/05 
      
      Como tirar a internet dos EUA? 
       
      Junto ao Brasil, alguns outros países estão entre os proponentes iniciais 
      desta da internacionalização da internet: Irã, China e Arábia Saudita  
       
      Pedro Doria 
       
      Durante três décadas, o presidente da internet foi um engenheiro grisalho, 
      de barba farta, cabelos longos e emaranhados, óculos de lentes grossas, 
      professor da Universidade do Sul da Califórnia. Como os poucos que 
      conheciam a rede em suas entranhas o respeitavam e o resto não tinha nível 
      técnico para enfrentá-lo, ninguém nunca desafiou Jon Postel. 
       
      Foi ele quem decidiu que órgão em cada país distribuiria os endereços com 
      a terminação local em duas letras. Toda mudança nos programas que geriam a 
      rede teve seu aval e os 13 computadores que regulam o tráfego da internet 
      obedeciam suas ordens. Mas um dia o coração falhou, Jon Postel morreu aos 
      55 anos, em 1998.  
       
      Em seu lugar, nos últimos dias de vida, deixou um conselho, uma empresa 
      sem fins lucrativos chamada ICANN, que responde ao Departamento de 
      Comércio dos Estados Unidos e só pode ser processada nas cortes da 
      Califórnia. 
       
      Não é uma idéia natural que a internet tenha governo. Ela parece que 
      funciona por si, que existe apenas. Isto é até incentivado pelo espírito 
      de seus inventores, gente como Postel que viveu o Verão do Amor hippie da 
      Califórnia em 1967 para botar a rede no ar em 69.  
       
      Mas a anarquia descentralizada é dirigida. Postel por certo recusaria o 
      título de presidente da rede, mas era ele quem decidia. Assim como é o 
      ICANN que decide hoje. Como a Casa Branca tem poder de veto ou de impor 
      decisões ao ICANN, o controle da rede é dos EUA. 
       
      Agora em novembro, entre os dias 16 e 18, diplomatas e técnicos de 
      aproximadamente 190 países vão se encontrar em Túnis, capital da Tunísia, 
      para a reunião da Cúpula da Sociedade da Informação.  
       
      É um encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), e encontros da ONU 
      terminam com um documento que todos assinam por consenso. Em geral, as 
      reuniões vão até alta madrugada e lá pelas tantas só há dois ou três 
      países discutindo e alguém cansa e abre mão. É por isso, também, que é 
      raro um documento destes ter qualquer coisa de revolucionária: é o mínimo 
      denominador comum. 
       
      Desta vez, a pauta mais importante é o controle da internet. O Brasil já 
      quer sua internacionalização há tempo. A diferença, agora, é que, puxada 
      pela Inglaterra, a União Européia também quer. Parece razoável, afinal. 
      Que tipo de internacionalização seria essa é outra discussão. Pode ser um 
      órgão como o Comitê Olímpico Internacional, em que os países e ONGs são 
      sócios. Pode ser algo ligado à ONU. Os EUA já disseram que nem cogitam 
      discutir. Se resume a uma frase que uma pessoa da delegação brasileira 
      ouviu de um diplomata norte-americano da última vez: “se vocês querem a 
      internet, façam a sua; esta é nossa.” 
       
      Junto ao Brasil, alguns outros países estão entre os proponentes iniciais 
      desta internacionalização: Irã, China e Arábia Saudita. Não é companhia 
      agradável, e aí reside o argumento dos EUA. Embora seu governo tenha poder 
      de veto ou decisão sobre o ICANN, nunca foi exercido. E dê algum poder a 
      países como Irã e China, censores notórios da rede, e eles arranjarão um 
      modo de inserir em algum protocolo uma maneira prática de descobrir, por 
      exemplo, quem enviou um e-mail. 
       
      O contra-argumento não é complicado: se cada decisão tiver de sair por 
      consenso, nunca acontecerá. E, bem, o ICANN já criou problemas. Neste ano, 
      incluiu uma série de domínios de alto nível novos. Além dos ponto com e 
      ponto org e edu e net, apresentou .travel (viagens), .eu (União Européia), 
      .xxx (pornografia) e alguns outros. O .xxx está embargado pelo governo 
      norte-americano para mais discussão. Alguns dos outros estão lentamente 
      sendo liberados. Para alguns países, registrar cada ponto turístico com o 
      sufixo .travel antes que um aventureiro lance mão pode sair uma pequena 
      fortuna. 
       
      Jon Postel foi um dos inventores da internet e, mesmo que estivesse vivo, 
      não teria mais como gerenciar as grandes decisões da rede sozinho. A 
      criatura ficou grande e vasta. Enquanto os EUA não largarem mão, não há o 
      que fazer. Criar uma internet paralela é tecnicamente possível mas fazer 
      uma rede conversar com a outra seria um pesadelo. Melhor não. A esperança 
      dos diplomatas brasileiros é simples: imagem é particularmente importante 
      para a Casa Branca. Seu país está sendo visto como arrogante pelo mundo 
      todo. De repente, abrem mão. Fatalmente abrirão um dia. 
       
      A diferença é que pela primeira vez o mundo todo se encontrará para 
      discutir o assunto e todo mundo concorda. Menos um. 
      pdoria@nominimo.com.br 
       
  
   
        
      
      
      ONU não tem planos de controlar web, diz Annan 
       
      IDG Now! 
       
      08/11/05 O secretário geral das Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, 
      na tentativa de neutralizar as brigas sobre a polêmica da governança na 
      internet escreveu artigo dizendo que não existe nenhuma proposta para a 
      criação de uma agência das ONU para controlar a internet. 
      A coluna, publicada no Washington Post, chega em meio a um debate sobre o 
      controle da internet, tema que será debatido na próxima semana durante a 
      Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, de 16 a 18 de novembro, em 
      Túnis, na Túnisia. 
      Um número grandes de países, incluindo o Brasil, e mais recentemente a 
      União Européia, defende uma redução do papel da Organização da Internet 
      para Designação de Nomes e Números (ICANN, da sigla em inglês). 
      Hoje, a ICANN é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que opera sob 
      um contrato com o governo dos Estados Unidos e sob as leis do Estado da 
      Califórnia. 
      No artigo, Annan rebate as críticas de que a ONU queira controlar ou 
      policiar a internet. ''Nada poderia ser mais longe da verdade'', escreve o 
      secretário geral. 
      Annan escreve também que enquanto poderia ''ser ingênuo esperar que os 
      governos não tivessem interesse'' na política de internet, os ''governos 
      por si só não podem definir as regras''. 
      Eles devem aprender, ele acrescentou, como trabalhar com ''acionistas'' 
      não estatais que tem uma participação importante na construção e 
      coordenação da internet e que ainda são uma força importante na expansão e 
      inovação da rede. 
      De acordo com Annan, está se dando muito atenção para a questão da 
      governança na internet durante o encontro de Túnis, enquanto a proposta 
      original da Cúpula é assegurar aos países pobres os benefícios totais das 
      tecnologias da informação e da comunicação. 
       
      John Blau - IDG News Service/Alemanha  
   
  
     
    Segunda-feira, 07 de novembro de 2005
   
  
  
    A afirmação é do secretário geral da organização, Kofi Annan, em artigo 
    publicado no jornal Washinton Post.  
    São Paulo - Em artigo publicado no fim de semana no jornal Washington Post, 
    o secretário geral das Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, disse que 
    não existe nenhuma proposta para a criação de uma agência internacional para 
    controlar a internet. 
  
  
      
  
  
    O assunto, motivo de muita polêmica, será debatido na próxima reunião da 
    Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontecerá na Tunísia, de 16 
    a 18 de novembro. 
  
  
      
  
  
    Teoricamente, a internet é de ninguém. Todo mundo pode se expressar 
    livremente em qualquer um de seus serviços - de páginas web a fóruns. Na 
    prática, ela tem dono:o nome dele é Cooperação para Nomes e Números 
    Designados na Internet (Icann, na sigla em inglês). 
  
  
      
  
  
    Com seu quartel-general localizado na Califórnia, a Icann foi estabelecido 
    em 1998 pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Sua função é 
    fiscalizar o uso de domínios e também gerenciar como os softwares de 
    navegação e de e-mail dirigem seu tráfego online. Enfim, é uma espécie de 
    xerife da grande rede de computadores. 
  
  
      
  
  
    Até pouco tempo, a ONU não via com bons olhos a tutela. Em julho último, 
    depois de um ano de estudos, 40 peritos convocados pela organização 
    publicaram relatório sugerindo que os governos mundiais trabalhassem pela 
    internacionalização da Internet.
   
  
  
      
  
  
    Viviane Reding, comissária da União Européia para internet, concordou com a 
    idéia. Ela acha que a rede pode se fragmentar caso Washington insista em 
    controlá-la. "Não temos a intenção de regulamentar a Internet, mas 
    preferimos um modelo de cooperação", ela afirma. 
  
  
      
  
  
    Este é também o pensamento de especialistas brasileiros. Recentemente, 
    Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), 
    afirmou que o Brasil pretende acirrar a discussão sobre o assunto no segundo 
    round da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontecerá na 
    Tunísia, de 16 a 18 de novembro.
   
  
  
      
  
  
    "É muito importante desvincular o controle dos domínios da internet das mãos 
    do governo norte-americano. Queremos a multilateralidade", ele declarou, em 
    entrevista ao site IDG Now. 
  
  
      
  
  
    Na realidade, o modo como são geridos os endereços internet é canhestro. 
    Para proteger seus nomes, as empresas devem registrar-se com todos as 
    terminações já aprovadas, inclusive os “.xxx”para sites de conteúdo erótico. 
    Caso contrário, alguém pode, por exemplo, abrir um site com o endereço
     www.petrobras.xxx, que será indexado 
    pelos sistemas de buscas como pornográfico.
    
  
  
      
  
  
    Apesar de todas as críticas à Icaan, será muito difícil chegar a um consenso 
    na reunião de Túnis. A Casa Branca e congressistas alinhados com a política 
    do presidente Bush já avisaram que não abrirão mão do controle dos domínios 
    "independentemente do que acontecer na conferência".
   
  
  
      
  
  
    "Entregar a Internet a países com registro de direitos humanos 
    problemáticos, leis contra liberdade de expressão e práticas fiscais 
    questionáveis vai impedir a Internet de continuar sendo um meio em evolução 
    como acontece hoje", argumenta o republicano da Califórnia John Doolittle.
   
  
    João Magalhães 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
   
        
      
      
      Nenhum país pode comandar a Web, diz Anatel  
       
      Quinta-feira, 6 outubro de 2005 - 14:10  
      COMPUTERWORLD  
      O representante da Anatel no Grupo de Trabalho sobre Governança da 
      Internet (GTGI), José Alexandre Novaes Bicalho, afirmou nesta 
      quarta-feira, 05/10, que há consenso entre os seus integrantes de que 
      nenhum país pode exercer papel predominante na administração da rede 
      mundial. 
       
      "A proposta de uma governança mutilateral vem recebendo apoio de um número 
      crescente de países que, inclusive, manifestaram-se na última reunião 
      preparatória da Cúpula para a Sociedade da Informação, realizada na semana 
      passada (em Genebra)", afirmou Bicalho. A Cúpula está prevista para 
      acontecer entre os dias 16 e 18 de novembro, em Túnis, capital da Túnisia 
      (África). 
       
      Bicalho é também membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, vinculado 
      ao Ministério de Ciência e Tecnologia. O representante brasileiro abordou 
      o tema na Sessão 'Quem vai dirigir a Internet?', realizada pelo Fórum do 
      Telecom Américas 2005, que acontece em Salvador (BA). 
       
      O GTGI foi constituído pelo secretário-geral da Organização das Nações 
      Unidas (ONU), Kofi Annan, com o objetivo de discutir soluções para o 
      gerenciamento da Internet, atualmente sob controle da ICANN, instituição 
      fundada pelo governo dos Estados Unidos em 1999. O contrato da ICANN 
      encerra-se no próximo ano e o governo daquele País ainda não se manifestou 
      sobre o que pretende fazer com a governança da rede. 
       
      Histórico 
      O debate sobre o futuro da Internet teve origem numa série de reuniões 
      preparatórias da primeira fase da Cúpula, em 2002, que aconteceram em 
      Genebra, cidade que sedia a União Internacional de Telecomunicações (UIT), 
      organismo da ONU para o setor de telecomunicações. 
       
      Os países, recordou Bicalho, se uniram em defesa da criação de um novo 
      modelo: multilateral, democrático e transparente para a governança da 
      Internet.  
       
      Para isso, a ONU acabou criando o GTGI, que tem o objetivo de criar um 
      mecanismo intergovernamental de supervisão, discussão e elaboração de 
      políticas públicas globais. O Grupo já apontou algumas alternativas como a 
      criação de fóruns para discussão de assuntos como Spam, cyber-segurança, 
      nomes de domínio, endereçamento IP (internet protocol), privacidade e 
      propriedade intelectual, entre outros temas.  
       
      "Não há um fórum global adequado para tal discussão", lembrou Bicalho. 
      "Toda a discussão sobre governança da Internet gira agora em torno da 
      criação desse fórum internacional". O relatório do GTGI também propõe a 
      internacionalização do mecanismo intergovernamental de supervisão e de 
      aprovação de políticas públicas globais para a Internet.  
   
  
  
  Decisão da UE sobre gestão da web irrita EUA  
   
  Segunda-feira, 3 outubro de 2005 - 10:31  
   
  Os Estado Unidos receberam com irritação a decisão da União Européia de não 
  apoiar mais o modelo de gestão da internet liderado pelos norte-americanos. 
   
  Em um movimento inesperado, na última quarta-feira (28/09), a União Européia 
  rompeu com os Estados Unidos ao propor a criação de um novo fórum e de um novo 
  modelo de cooperação internacional, que poderia mudar radicalmente senão 
  completamente o ICANN (Corporação da Internet para Designação de Nomes e 
  Números), grupo liderado pelos Estados Unidos que hoje controla questões 
  cruciais da internet, como nomes de domínios e endereços IP (Internet Protocol). 
   
  Antes alinhada com os Estados Unidos na manutenção do modelo atual, a União 
  Européia está se unindo à maioria dos outros países na demanda por um corpo 
  global que assuma a supervisão da internet. 
   
  "A delegação dos Estados Unidos não esperava esse movimento", disse a 
  porta-voz da União Internacional das Telecomunicações (ITU), órgão das Nações 
  Unidas, Sarah Parkes. "Eles responderam com um breve bilhete escrito a mão". 
   
  Uma cópia da nota, obtida pelo IDG News Service, dizia que os Estados Unidos 
  está comprometido a não tomar nenhuma medida que tenha "impacto negativo na 
  segurança e estabilidade" da DNS (Domain Name System), sistema de nomes de 
  domínios, e que vai manter seu papel tradicional na autorização de mudanças na 
  zona de arquivos principais da web. 
   
  Na sexta-feira (30/09), Yoshio Utsumi, líder da ITU, afirmou que a organização 
  está pronta para assumir a gestão da internet, substituindo os Estados Unidos. 
   
  A reviravolta inesperada na posição da União Européia durante conversas 
  preparatórias para a segunda fase do World Summit on the Information Society (WSIS) 
  - convenção sobre a sociedade da informação prevista para novembro, na Tunísia 
  - deve levar um novo round de conversas antes do encontro previsto para o 
  próximo mês. 
   
  A gestão da internet é um assunto delicado, que divide as delegações 
  participantes desde a primeira WSIS, que ocorreu em Genebra, há cerca de dois 
  anos, e forçou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a criar uma força-tarefa 
  separada para estudar a questão. 
   
  A respeito da possibilidade de se chegar a um consenso sobre a questão Martin 
  Selmayr, porta voz da Comissão para a Sociedade da Informação da União 
  Européia, Viviane Reding, afirmou que o fato de não se ter chegado a uma 
  decisão em Genebra não significa que não haverá uma em novembro, na Tunísia. 
   
  "Temos coisas em comum com os Estados Unidos. Acreditamos que não cabe aos 
  governos controlar a internet. Precisamos de mais envolvimento do setor 
  privado e as operações atuais da ICANN são muito eficientes, mas precisamos de 
  um modelo de cooperação internacional", afirmou.  
  IDG News Service/Alemanha - John Blau  
   
  Internet - 03/10/2005 - 04:22:47 
  
  Fracassa reunião sobre o controle da 
  Internet [03/10/05] 
  Valor Econômico
   
  Assis Moreira 
  De Genebra 
   
  A União Européia (UE) quer juntar forças com o grupo liderado por Brasil, 
  China, Índia e África do Sul para pressionar contra o controle dos EUA sobre a 
  internet. Fracassou na última sexta a reunião preparatória que deveria 
  elaborar recomendações para o Encontro de Cúpula Mundial da Sociedade da 
  Informação, em novembro. 
   
  O isolamento dos EUA cresceu com a debandada da UE, que deu nova dimensão 
  política à disputa. Segundo diplomatas, a UE já propôs uma reunião com o 
  Brasil e outros emergentes para este mês. 
   
  Analistas estimam que a resistência dos EUA em dividir o controle da internet 
  pode provocar no longo prazo a criação de redes rivais para quebrar o 
  monopólio da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), 
  fundação americana sob contrato com o Departamento de Comércio dos EUA. 
  ''Tecnicamente isso é fácil, mas politicamente é uma declaração de 
  independência complicada'', afirma um negociador. 
   
  Embora a Icann deva se separar formalmente do governo em setembro de 2006, os 
  EUA não aceitam dividir o exclusivo controle do sistema de endereços da 
  internet, que permite que computadores do mundo inteiro se comuniquem entre 
  si. Quem controla o "root zone file" na prática controla o acesso aos sites na 
  web. Vários países reclamam que os EUA tem o poder de cortá-los da rede, 
  bloqueando o sufixo do país (por exemplo ".br"). 
   
  A União Internacional de Telecomunicações (UIT), das Nações Unidas, se 
  declarou pronta a servir como órgão internacional para tratar das questões da 
  internet. 
   
  Mas os EUA rejeitam um órgão intergovernamental para gerir os endereços e o 
  mapa da web, alegando que isso poderia prejudicar a segurança e a estabilidade 
  da rede. Também não houve acordo sobre outras questões de governança da 
  internet, como a melhor maneira de combater o spam (e-mails indesejados) e o 
  cibercrime.  
   
  
  
  Brasil busca internet mais democrática 
   
  Segunda-feira, 3 outubro de 2005 - 09:41  
  Fernanda K. Ângelo  
  Ninguém questiona a importância dos Estados Unidos na história da criação da 
  web, bem como em seu desenvolvimento. No entanto, a internet evoluiu muito nos 
  últimos anos, transformando-se em uma ferramenta fundamental para o fluxo de 
  informações, para a inclusão digital e, cada vez mais, para as relações 
  comerciais. Dessa forma, a hegemonia norte-americana no controle da rede 
  mundial de computadores passou a ser questionada. 
   
  Em dezembro de 2003, durante o encontro mundial da Sociedade da Informação, 
  Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e os 
  participantes da reunião, aprovaram a criação de um grupo de trabalho para 
  definir questões globais de governança da web. O primeiro encontro do grupo, 
  composto por 40 membros, aconteceu em novembro do ano passado.  
   
  Recentemente, o grupo se reuniu novamente em Genebra, na Suíça, para 
  apresentar políticas mais descentralizadas para a internet. Marcelo Lopes, 
  coordenador do Comitê Gestor da Internet Brasileira e secretário de política 
  de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), participou do 
  encontro. Em entrevista ao COMPUTERWORLD, ele conta o que foi discutido e como 
  o modelo brasileiro de gestão da internet pode servir de exemplo para a 
  criação de um fórum mundial mais democrático. 
   
  COMPUTERWORLD | Quais as principais propostas de governança da internet feitas 
  pelo grupo de trabalho em Genebra? 
  MARCELO LOPES | Entre as propostas apresentadas no relatório está a criação de 
  um Conselho Global da Internet (GIC), prevendo uma efetiva participação dos 
  governos na tomada de decisões sobre temas estratégicos de governança. O grupo 
  propõe a criação de três estruturas mundiais: o Conselho de Política da 
  Internet Global, a Corporação Mundial da Internet (para a designação de nomes 
  e números de domínios) e o Fórum de Governança da Internet Global.  
   
  O fortalecimento do Comitê de Aconselhamento Governamental (GAC) dentro do 
  Icann [corporação da internet para atribuição de nomes e números, cuja 
  estrutura é fortemente vinculada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos] 
  também é uma das propostas. Hoje, os executivos do Icann são os responsáveis 
  por decisões estratégicas de governança da web. E as tomadas de decisões não 
  podem ser centralizadas por um único órgão. 
   
  COMPUTERWORLD | Até que ponto o controle do Icann prejudica e dificulta o uso 
  da internet e seus domínios?  
  LOPES | O Icann tem foco principal sobre designação de nomes e domínios e 
  números IP. A internet evoluiu, eles precisariam começar a tratar de temas 
  como custo de interconexão, segurança, spam, entre outros tantos relevantes. 
  Além disso, ele é vinculado ao Departamento de Estado dos EUA. Isso gera uma 
  visão de ilegitimidade.  
   
  Embora reconheçamos a importância daquele país no desenvolvimento da web, 
  entendemos que ela é um bem global. Tem que ter em seu controle representantes 
  do governo, do setor empresarial, do terceiro setor de diferentes países.  
   
  COMPUTERWORLD | Existe a proposta de extinguir o órgão norte-americano? 
  LOPES | Na semana anterior ao encontro em Genebra (em julho), houve uma 
  manifestação do Departamento de Estado norte-americano. Representantes 
  declararam que os Estados Unidos não abrirão mão de continuar controlando os 
  servidores raiz da internet.  
   
  A proposta não visa exatamente extinguir o Icann. Ele existiria em paralelo, 
  com as funções que já tem, mas respeitando pontos que os Estados mundiais 
  julguem que devam ser respeitados. Por exemplo, extensões que equivaleriam a 
  alguns países, e que hoje não podem ser usadas porque os EUA determinaram que 
  elas indicassem determinado setor dentro de sua economia. 
   
  COMPUTERWORLD | Qual é exatamente a participação do Brasil dentro do grupo de 
  trabalho da ONU?  
  LOPES | O Brasil efetivamente tem voz no processo de descentralização do 
  controle da internet. Muito disso se deve à qualidade do modelo de gestão da 
  internet implantado no País. O Comitê Gestor completa uma década este ano. Foi 
  muito bem pensado. Por ser financeiramente sustentável, permite a participação 
  de delegações brasileiras nos principais fóruns de discussão da internet.  
   
  O Brasil tem no Comitê Gestor um modelo único de governança da web, com 
  representantes de diferentes setores, incluindo o governo e a iniciativa 
  privada, bem como os próprios usuários. O comitê ganhou ainda mais 
  legitimidade e transparência no ano passado, quando foi realizada uma eleição 
  eletrônica e aberta para a escolha de seus representantes. Foi a primeira vez 
  em que membros da sociedade civil foram escolhidos para integrar o comitê e 
  debater, juntamente com o Governo, prioridades para a área.  
   
  COMPUTERWORLD | Isso significa que o Comitê Gestor brasileiro pode servir de 
  modelo para a criação de um órgão mundial? 
  LOPES | Com certeza. Um dos propósitos do último encontro em Genebra foi a 
  apresentação de alguns modelos de governança da internet. Além do modelo 
  brasileiro, a Nova Zelândia, Índia, Cingapura e Egito fizeram apresentações. 
  Apesar de distintos, todos os modelos guardam a questão da democracia, 
  qualidade presente no Comitê Gestor brasileiro. 
   
  O relatório final entregue pelo grupo de trabalho à ONU menciona a necessidade 
  de preservar a democracia e preza por um conselho mundial multirepresentativo. 
  Isso é exatamente o que o Brasil adota, com representantes do governo, da 
  academia, do terceiro setor e práticas democráticas, como a da eleição aberta. 
   
  COMPUTERWORLD | Qual a importância do Brasil se posicionar em relação à 
  governança da internet? 
  LOPES | Se conseguirmos continuar defendendo idéias para que os países em 
  desenvolvimento tenham seus pontos de vista considerados, o Brasil continuará 
  representando um papel de destaque nesse fórum. Ninguém mais duvida do papel 
  que a internet exerce como ferramenta de fluxo de informações e de comércio, 
  seja para relações internas, incluindo B2B, B2C, G2G, G2C ou como facilitadora 
  de exportações. Daí a importância de estarmos envolvidos. Significa 
  defendermos os nossos interesses.  
   
  COMPUTERWORLD | Dado o posicionamento dos EUA em relação à hegemonia do Icann 
  como órgão de controle da internet, qual a estratégia para conseguir tirá-lo 
  do poder? 
  LOPES | Quando os Estados Unidos definem posições claras, realmente é difícil 
  avançar em sentido contrário. No entanto, vamos insistir nesse processo. Não 
  se trata de uma visão contra os EUA, mas da necessidade de um processo mais 
  evoluído de governança.  
   
  Os países que compõem a União Européia estavam inicialmente do lado dos EUA. 
  Com a declaração feita pelo Departamento de Estado norte-americano, sobre não 
  abrir mão do controle do servidor raiz da internet, a União Européia passou a 
  enxergar a questão de maneira diferente. A partir do momento em que a ONU 
  entra no âmbito do processo de discussão e a comunidade européia decide sair 
  do alinhamento com os EUA, temos sinais de que o processo deva ser alterado de 
  fato.  
   
  COMPUTERWORLD | E para quando podemos esperar mudanças? 
  LOPES | Teremos uma reunião de cúpula da Sociedade da Informação em Tunis, na 
  Tunísia, em novembro. O tema governança, sem dúvida, será abordado na ocasião. 
  A avaliação que fazemos é que a ONU deve dar legitimidade para essa instância. 
  Essa reunião dará uma visão mais clara para sabermos quanto tempo o processo 
  pode levar. 
   
  Já houve uma movimentação muito significativa até aqui. Quando a posição da 
  União Européia em favor de um órgão mundial multirepresentativo de fato se 
  cristalizar, poderemos mensurar a duração do processo de mudança. Nada 
  acontecerá no curto prazo. Deve levar, no mínimo, quatro anos para termos uma 
  estrutura bem organizada que respeite as diferentes instituições da sociedade.
   
   
  
  
  ONU se propõe a assumir o controle da web  
   
  Sexta-feira, 30 setembro de 2005 - 18:34  
  COMPUTERWORLD  
   
  A União Internacional das Telecomunicações (ITU), órgão das Nações Unidas, 
  afirmou que está pronta para assumir a governança da Internet, substituindo os 
  Estados Unidos no controle da web. A informação foi dada por Yoshio Utsumi, 
  líder da ITU nesta sexta-feira (30/09). 
   
  Os Estados Unidos têm debatido muito com a União Européia e também com o resto 
  do mundo sobre o futuro da Internet. É o governo norte-americano que 
  atualmente gerencia o sistema global de informações por meio de uma parceria 
  com a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann). 
   
  "Nós poderíamos fazer isso, se fossemos solicitados", declarou Utsumi durante 
  uma entrevista coletiva. A agência da ONI tem experiência em telecomunicações, 
  e sua estrutura e cooperação com órgãos públicos poderia fazer dela a melhor 
  instituição para gerenciar as regras da Internet. 
   
  No entanto, os oficiais de Washington já mostraram que vão se opor à 
  iniciativa. "Não concordamos com as Nações Unidas assumindo o gerenciamento da 
  Internet", declarou David Gross, oficial de Estado norte-americano durante uma 
  conferência. 
   
  Um porta-voz da União Européia interpretou o caso como um "mal entendido". 
  Segundo ele, embora muitas nações européias estejam contentes com o trabalho 
  da Icann, outras muitas "simplesmente não aceitam o fato de os Estados Unidos 
  terem o controle da internet em seu território", sinaliza. 
   
  O debate sobre com quem fica a gestão da Internet promete ser acalorado na 
  Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, prevista para novembro, na Tunísia. 
  A Europa, por exemplo, propõe trazer a Icann sob a legislação internacional, 
  ao invés das leis norte-americanas.  
   
  
  UE diz que internet não é dos EUA, mas de todos 
  [30/09/05] 
  "estadão" 
   
  Martin Selmayr, porta-voz da União Européia, disse hoje, durante um debate da 
  OnU, em Genebra, na Suíça, que “se deve pensar num governo cooperativo para a 
  Internet porque ela é de todos”. Atualmente, o controle da rede está nas mãos 
  dos Estados Unidos.
   
   
  São Paulo - Deixar o governo da Internet nas mãos dos Estados Unidos é 
  impensável para a União Européia. Executivos da comunidade disseram hoje, 
  durante um debate da ONU, em Genebra, na Suíça, que governos e empresas 
  privadas do setor devem participar democraticamente do controle da rede. 
   
  Martin Selmayr, porta-voz da UE, citado pela Associated Press defendeu “um 
  modelo de cooperação para a questão porque a Internet é de todos”.  
   
  Outros participantes do encontro, o último antes da Cúpula Mundial da 
  Sociedade da Informação, que será realizada na Tunísia em novembro, 
  concordaram com Selmayr, alegando que um único país não pode ter o domínio 
  sobre “uma parte vital da economia global”. 
   
  A UE propõe que o controle de domínios, atualmente gerenciado pela 
  norte-americana Icann (Corporação da Internet para Nomes e Números Designados) 
  passe a ser feito por um grupo internacional. 
   
  Apesar de se dizer autônoma, a Icann tem relações estreitas com Washington e, 
  por essa razão, países emergentes como Brasil e China, temem que ela possa 
  tirar sites do ar a seu bel prazer.  
   
  A propósito, por coincidência ( ou não), durante a Guerra do Iraque, Bagdá, 
  misteriosamente, perdeu a conexão com suas páginas Web.
   
  João Magalhães 
   
  
  Avanços e indefinições na primeira semana da PrepCom  
  [26/09/05] 
        
  A primeira semana da 
  PrepCom III termina com alguns avanços e muitas indefinições. Os avanços podem 
  ser creditados à aprovação de grande parte do Plano de Ação, um dos documentos 
  que será assinado durante o Cúpula da Sociedade da Informação fase de Tunis. 
  Para o chefe da delegação brasileira, embaixador Antonino Marques Porto, essa 
  foi uma semana de acertar os procedimentos e a forma de trabalho, mas há 
  consensos importantes a serem alcançados.  
  As negociações mais significativas ainda giram em torno do tema da governança 
  da Internet. Pelas manifestações das delegações dos países presentes ao 
  Plenário há um grupo de países desenvolvidos que querem debater todo o texto, 
  principalmente os conceitos. Em contraponto a outro bloco de países que querem 
  ir diretamente às discussões mais substantivas, ou seja, àquelas que farão 
  diferença na administração da rede, tornando-a mais transparente, democrática 
  e multilateral. 
  O embaixador Marques Porto avalia que essa pode ser uma estratégia para deixar 
  pouco ou nenhum espaço dedicado a discussão mais relevante do tema, como os 
  mecanismos de supervisão e a construção de um fórum de decisões.  
  Hoje o embaixador paquistanês, Masood Khan, responsável pela coordenação dos 
  trabalhos sobre Governança da Internet apresentou um proposta de texto a ser 
  incluído como o capítulo três do Plano de Ação.  
  O texto do coordenador reflete boa parte do relatório produzido pelo Grupo de 
  trabalho sobre Governança da Internet (GISI), constituído no final de 2003 
  para analisar o tema. Para o secretário de logística e tecnologia da 
  informação, Rogério Santanna, a semana termina com o presidente da sessão, 
  Massod Khan, reconhecendo a necessidade da criação de um fórum e da 
  necessidade da participação dos países em desenvolvimento na formulação nas 
  políticas globais para o ambiente da internet.  
  O diretor do Serpro, Sérgio Rosa, também avalia que o texto apresentado traz 
  pontos relevantes. A abordagem da segurança e privacidade na Internet retrata 
  o princípio de que a tecnologia tem de ser adaptada às necessidades do homem e 
  não o contrário. O controle do SPAM, por exemplo, não pode trazer a censura e 
  as medidas de segurança da informação não podem transformar o conhecimento em 
  bem negociável. Para chegar a esse consenso será necessário muita 
  solidariedade entre as nações, observou Rosa.  
  Delegação Brasileira na PrepCom, 26 de setembro de 2005  
        
       
  
  Especialista em internet fala sobre os principais embates da Cúpula 
  [26/09/05] 
  23-Set-2005: Genebra - SW  
   
  LOUIS POUZIN participou das pesquisas que deram origem aos protocolos usados 
  até hoje na Internet. Ele tem atuado, como membro da sociedade civil, de todo 
  o processo da Cúpula da Sociedade da informação, que teve sua primeira fase em 
  Genebra, em dezembro de 2003. Agora o cientista participa dos trabalhos da III 
  Preparatória (PrepCom 3) para a segunda fase da Cúpula, que ocorrerá em 
  novembro deste ano, na Tunísia.  
   
  No intervalo das sessões de debates, Louis Pouzin falou de sua percepção sobre 
  o processo de construção de consensos sobre a governança da Internet e quais 
  são as principais questões envolvidas neste debate.
   
   
  1)Qual a sua avaliação sobre o processo da Cúpula?  
   
  Louis Pouzin : Estive envolvido desde o início deste processo. Nas primeiras 
  reuniões a maioria dos países não tinha idéia do que se estava tratando 
  naquele fórum. Na primeira preparatória antes de Genebra, os países começaram 
  a perceber o que estava acontecendo. A cada encontro foram sendo agregadas 
  pessoas que sabiam e queriam encaminhar questões importantes. Assim, foi 
  possível, já na fase de Genebra (dezembro/2003), deixar explícito, por 
  exemplo, que todos os países tinham direito de administrar os seus códigos 
  identificadores de países (ccTLD – country code top level domain).  
   
  Além disso, naquele momento foram reconhecidos os outros atores que fazem 
  parte desse universo, como a sociedade civil e as empresas. E foi neste fórum 
  que foi proposto o Grupo de Trabalho sobre Governança da Internet (GTGI). Um 
  grupo de especialistas que envolveu tanto membros da sociedade civil como dos 
  governos. A boa qualidade do relatório final é uma mostra da necessidade de se 
  ter todos os segmentos envolvidos.  
   
  2)Quais são as principais questões sobre governança da Internet?  
   
  Louis Pouzin : Primeiro é preciso entender que quando se fala de Internet, não 
  se está analisando só questões técnicas. Estamos falando de incluir pessoas, 
  de permitir que elas acumulem conhecimento, desenvolvam softwares, de 
  construir mecanismos que permitam o desenvolvimento econômico. Assim, a 
  Internet permite que um país agrícola africano, por exemplo, tenha contato com 
  o mercado externo e possa aprender novas tecnologias e formas de 
  comercialização.  
   
  3)O que limita a Internet?  
   
  Louis Pouzin: A Internet é limitada pela forma como foi organizada. Há três 
  aspectos básicos que restringem o acesso amplo de todos as pessoas. Um dos 
  aspectos é o custo de conexão. Por exemplo, os países africanos pagam mais 
  pela conexão do que os europeus. A maior parte da África paga como se fosse 
  uma ligação interurbana enquanto os europeus fazem ligações locais. A África 
  está pelo menos 10 anos atrás da Europa, o acesso de alta velocidade ainda 
  está longe de se tornar realidade.  
   
  Outro ponto é a língua. Os países que não usam alfabeto latino, como os árabes 
  ou os chineses, não possuem interfaces amigáveis. Eles têm muito mais 
  dificuldades de encontrar conteúdo na rede.  
   
  Por último, a questão do controle governamental. Há países onde mostrar um 
  tornozelo é um escândalo, outros dão livre acesso a todos os tipos de sites. É 
  uma questão cultural e não pode ser imposta por um único país. É necessário 
  respeitar a soberania das nações.  
   
  4)Quantos anos para mudar a realidade da Internet?  
   
  Louis Pouzin: A Internet está mudando muito rápido. A base do sistema já está 
  obsoleta. O problema é que os Estados Unidos não querem mudar. Esse é um 
  sistema de comunicação em que só um país detém o controle da rede por ouvir 
  todos os outros. Na minha opinião, os Estados Unidos usam esse poder para 
  tirar vantagens comerciais sobre os outros. Não acho que eles estejam usando 
  essa capacidade de ouvir para acharem terroristas, mas sim para o comércio.
   
   
  5)É possível chegar ao final do processo da Cúpula da Sociedade da Informação 
  com uma gestão da Internet mais democrática?  
   
  Louis Pouzin: Acho que é possível sim. Percebo que os Estados Unidos, único 
  país realmente afetado por essas negociações, estão dando mostras de fazerem 
  algumas concessões. Eles, atualmente, têm problemas de imagem. Não acredito 
  que eles fiquem isolados dos outros países.  
   
  De qualquer forma, caso não se chegue a consensos, os países acabarão por 
  fazer suas próprias internets. Tecnologias como IPV6 (internet protocol 
  version 6) já permitem que isso seja feito.  
    
   
  
  Governança da internet domina agenda da preparatória   
  [21/09/05] 
   
  21-Set-2005: Genebra - SW  
  INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 
   
  Em reunião com os países membros do GRULAC – Grupo de Países da América Latina 
  e Caribe - ficou decidido que o acordo em relação ao tema software, alcançado 
  durante a reunião regional do bloco no Rio de Janeiro, deverá ser a base na 
  busca do consenso sobre o assunto. O texto a ser incluído para análise dos 
  outros países será o parágrafo 21 da Declaração do Rio que afirma:  
   
  "Nossa convicção que os governos, o setor privado, a sociedade civil, a 
  comunidade acadêmica e científica e usuários podem utilizar várias tecnologias 
  e modelos de licenciamento, inclusive aqueles desenvolvidos sob o modelo 
  proprietário e aqueles desenvolvidos sob o modelo de software livre, de acordo 
  com seus interesses e com suas necessidade para ter serviços confiáveis y 
  implementar programas efetivos para os seus cidadãos. Levando-se em conta a 
  importância do software proprietário nos mercados dos países, nos reiteramos a 
  necessidade de encorajar e buscar desenvolvimento colaborativo, plataformas 
  interoperáveis e software livres, principalmente para a educação e para 
  programas de inclusão digital."  
   
  O diretor do Serpro, Sérgio Rosa, disse que gostaria de ter uma posição mais 
  avançada sobre a questão do uso do software livre, já que a experiência 
  brasileira, bem como a de outros países , comprova que essa é uma alternativa 
  estável do ponto de vista tecnológico e economicamente viável. No entanto, o 
  texto espelha o consenso possível dentro do bloco.  
   
  A agenda de ontem (20/09) foi dominada por discussões sobre a governança da 
  Internet. O ponto principal desse debate é como fazer que a administração da 
  internet seja mais transparente, democrática e multilateral. O chefe da 
  delegação brasileira, embaixador Antonino Marques Porto, fez um discurso 
  enfático ao afirmar que atualmente a internet está vinculada a apenas um país 
  e que é necessário mudar essa realidade. A proposta brasileira é iniciar as 
  discussões a partir do relatório final do Grupo de Trabalho sobre Governança 
  da Internet.  
   
  Para o secretário de Logística e Tecnologia da Informação, Rogério Santanna, o 
  importante é que a proposta brasileira foi acompanhada por países como a Índia 
  e a África do Sul, consolidando a estratégia brasileira de incentivar uma 
  posição comum das grandes democracias emergentes.  
   
  Grupo de Trabalho  
   
  A criação do Grupo de Trabalho que, reuniu aproximadamente 40 especialistas 
  sobre o tema, foi determinada ao final da primeira fase da Cúpula da Sociedade 
  da Informação, em dezembro de 2002. O Brasil deve dois representantes no 
  processo, o assessor da Anatel, José Bicalho, e o diretor da Rede de 
  Informações para o Terceiro Setor (RITS), Carlos Afonso. Segundo Afonso, a 
  posição defendida pelo chefe da delegação, Antonino Porto, representa também a 
  perspectiva das organizações não-governamentais brasileiras que estão 
  acompanhando as discussões sobre a governança mundial da Internet. 
        
       
  
  
  ONU propõe controle internacional da web  
   
  Segunda-feira, 18 julho de 2005 - 17:03  
  IDG Now!  
   
  A divisão das Nações Unidas direcionada especificamente à Internet, Working 
  Group on Internet Governance (WGIG), apresentou nesta segunda-feira (18/07) um 
  relatório propondo uma maior internacionalização da gestão da internet. 
   
  No documento, o órgão declara ser necessária uma melhor reorganização da 
  gestão da Internet, com base da Declaração de Princípios adotada em 2003 para 
  a primeira fase da Cúpula da Informação. 
   
  Entre as medidas propostas está a possibilidade de aumentar o papel do Comitê 
  Consultivo para Assuntos Governamentais (GAC, na sigla em inglês) da 
  Corporação da Internet para Nomes e Números (Icann).  
   
  Na prática, não seria necessária a criação de um órgão separado para discutir 
  a gestão, mas a ampliação do GAC como um fórum de discussão para os países. 
   
  A segunda alternativa apontada pelo WGIG propõe a criação de um novo órgão 
  capaz de reunir questões relativas à política pública referente às 
  competências da Icann. Nesta proposta, o GAC seria redundante. 
   
  A terceira possibilidade seria também a criação de uma outra entidade em 
  substituição do GAC. A Icann poderia ser responsável pelo órgão, o que 
  facilitaria as negociações de tratados relacionados à Internet. Nesse caso, a 
  entidade seria ligada diretamente às Nações Unidas, o que significaria a perda 
  do domínio dos Estados Unidos. 
   
  A quarta alternativa diz respeito à criação de três novas áreas de discussão 
  para governança da Internet, gestão e coordenação global da rede. Os três 
  órgãos seriam independentes, vinculados à ONU, e incluiriam uma reforma 
  internacional. 
   
  Entre todas as propostas apresentadas, o ponto comum é a necessidade da 
  criação de um espaço próprio para que os governos tenham maior autonomia para 
  fazer propostas para a gestão da Internet. 
   
  O relatório foi apresentado nesta segunda-feira (18/07) ao embaixador Janis 
  Karklins, da Letônia, que ficará responsável pelo Comitê Preparatório da 
  Cúpula, a ser realizada na Tunísia em novembro. 
   
  Briga norte-americana 
   
  O documento do WGIG promete desagradar o governo norte-americano que, no final 
  de junho, declarou que não pretende abrir mão do controle do sistema Domain 
  Name System (DNS), que gerencia os endereços da Internet. 
   
  Na ocasião, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que não 
  pretende retirar o controle técnico do sistema de gerenciamento DNS do 
  controle da Icann. 
   
  De acordo com Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor da Internet no 
  Brasil, o documento pode ser interpretado, como um indicativo de que a raiz do 
  DNS deve continuar sendo coordenada pela Icann, mas existem dúvidas sobre a 
  relação que o órgão vai manter com o governo norte-americano. 
   
  "O que não está claro é se o Departamento de Comércio pretende renovar o 
  acordo que tem com a Icann e que termina em 2006. Com esse documento não é 
  possível saber se esta é uma confirmação do final do contrato e a declaração 
  que o governo pretende rediscutir os termos ou se o governo pretende de alguma 
  forma revalidar o acordo", disse em entrevista recente ao IDG Now!. 
   
  As questões sobre o controle dos domínios será um dos temas principais da 
  Cúpula.  
        
       
   
  
  
  Brasil vai defender mudança na gestão da Internet em Cúpula da ONU, diz 
  secretário     [18/09/2005] 
   
  Edla Lula 
  Repórter da Agência Brasil 
   
  Brasília - O Brasil vai defender, na 2ª Cúpula Mundial da Sociedade da 
  Informação, em novembro, em Túnis (Tunísia), a criação, no âmbito da 
  Organização das Nações Unidas (ONU), de uma instância responsável por discutir 
  temas ligados à administração dos endereços de páginas na internet.  
   
  Atualmente, a chamada "governança" da internet está sob a responsabilidade da 
  Corporação para a Atribuição de Nomes e Números na Internet (Icann, na sigla 
  em inglês), instituição sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos. 
   
  A delegação brasileira sustenta que, estando ligada a um único país, a 
  governança sai prejudicada quando se trata de conflitos internacionais. "Há 
  uma série de questões transfronteiras que são relativas a crimes praticados em 
  vários paises como, por exemplo, o de estelionato ou de fraudes, roubos ou 
  pornografia infantil. Às vezes o servidor não está instalado no país em que 
  ocorreu o crime, mas está instalado em outro", argumenta o Secretário de 
  Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério 
  Santanna. 
   
  Não existe, lembra Santanna, um fórum onde os países possam discutir os crimes 
  de internet e nem tratado que suporte essa questão. "A internet hoje não é 
  suportada por nenhum tratado internacional".  
   
  O secretário salienta, entretanto, que não se trata de eliminar o papel da "Icann" 
  no que diz respeito a nomes, domínios, números, IPs e protocolos."Nós 
  defendemos a criação de um fórum que supervisione os temas de conflito e a 
  Icann continua com o seu papel". 
   
  A idéia é que esse fórum atue na definição de políticas e acordos 
  internacionais e tenha uma instância de decisão exclusivamente governamental 
  para tratar de temas que envolvem a soberania das nações. Prevê também a 
  representatividade geográfica e econômica, reunindo governos, terceiro setor, 
  setor empresarial e comunidades científica e tecnológica, conforme requisitos 
  definidos pela Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação. 
   
  Outro tema a ser defendido pela delegação brasileira é o uso do software livre 
  como mecanismo de incentivo do compartilhamento do conhecimento entre as 
  Nações. "O uso do software livre é uma estratégia de redução de dependência. 
  Sempre que nós tratamos de compra de software em governo, os fornecedores - 
  isso é da regra do negocio - procuram criar diferenciais competitivos que nos 
  prendam às suas soluções. E os usuários têm que se defender através do uso de 
  padrões abertos e do software livre que é uma estratégia de abrir os códigos, 
  permitir que o usuário altere, conheça, estude e distribua", defende Santanna.
   
   
  O Brasil também vai apoiar a proposta de criação do fundo de solidariedade 
  digital, apresentada pela delegação do Senegal. "Este é um tema importante 
  para a conferencia de Tunis. Mas há uma resistência dos paises desenvolvidos à 
  adoção desse fundo. É uma das nossas grandes batalhas", comentou. 
        
       
  Internet - 10/06/2005 - 13:15:54 
  
  Fórum é alternativa para governança da web 
   [10/06/05] 
  IDG Now!  
   
  O Comitê Gestor da Internet do Brasil acredita que a criação de um fórum em 
  que os países - governo, sociedade civil, comunidade científica, iniciativa 
  privada - possam participar seja a melhor alternativa para a governança da 
  Internet. Nesse fórum, seriam discutidos os diversos assuntos vinculados à 
  governança da Internet, entre os quais nomes de domínios e questões de 
  segurança.  
   
  A informação foi revelada na quinta-feira (09/06) à Agência Brasil pelo 
  assessor do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 
  José Alexandre Bicalho, que representa a entidade no Comitê Gestor da Internet 
  e o Brasil no Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Governança da 
  Internet.  
   
  O executivo participou, no Hotel Glória, da Conferência Ministerial regional 
  da América Latina e Caribe, preparatória da segunda etapa da Cúpula Mundial 
  sobre Sociedade da Informação, que será realizada em novembro deste ano, na 
  Tunísia. Bicalho revelou que o documento concluído pelo Comitê Gestor proclama 
  a identificação desse fórum apropriado. Destacou que a participação de duas 
  pessoas do Comitê Gestor no Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre 
  Governança da Internet permite acompanhar de perto as discussões, 
  possibilitando uma reação rápida sobre as questões que estão sendo colocadas. 
  Bicalho lembrou que essa discussão sobre governança da Internet foi inserida 
  no contexto mundial pelo Brasil e o País vem assumindo uma posição de 
  liderança global nesse tema, não só na discussão do modelo de governança, mas 
  mesmo na participação no modelo existente atualmente.  
   
  O Comitê Gestor da Internet é coordenado pelo secretário de Política de 
  Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes, e integrado 
  por representantes do Ministério das Comunicações e Anatel, entre outros 
  organismos governamentais, mas com predominância de membros da sociedade 
  civil. 
        
       
  Comitê Gestor da Internet - 31/05/2005 - 17:35:44 
  
  Comitê Gestor da Internet no Brasil completa 10 anos  
  [30/05/05] 
   
  O Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidade responsável pela governança da 
  rede no País, comemora seu décimo aniversário hoje (31), em solenidade às 
  19h30 em São Paulo (SP). Sua criação partiu de uma iniciativa dos ministérios 
  da Ciência e Tecnologia e das Comunicações, que decidiram, por meio de uma 
  portaria interministerial, atribuir a um comitê gestor o desafio de cuidar do 
  desenvolvimento da Internet no Brasil. O foco era a efetiva participação da 
  sociedade nas decisões, envolvendo a implantação, administração e utilização 
  de seus recursos. 
   
  No ano passado, foi realizada uma eleição eletrônica e aberta para a escolha 
  dos representantes do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Foi a primeira vez 
  que representantes da sociedade civil foram escolhidos para integrar o comitê 
  e debater, junto com o governo, prioridades para a área. 
   
  "O Comitê Gestor vem desempenhando um papel fundamental para o desenvolvimento 
  da Internet no Brasil e passou por uma evolução significativa com a 
  democratização da eleição dos seus membros. Com representantes da indústria, 
  usuários e do terceiro setor, o processo de governança da Internet no País 
  ganhou maior legitimidade e transparência", avaliou o coordenador do comitê e 
  secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, 
  Marcelo Lopes. 
   
  As competências do Comitê Gestor da Internet incluem a gestão e administração 
  de nomes de domínios e números IP, gestão do tráfego Internet (interconexão de 
  redes nacionais e internacionais), segurança operacional da rede e a 
  representação da Internet brasileira junto aos organismos internacionais 
  vinculados à operação e funcionamento da internet no mundo. 
   
  Esse modelo, criado no início da comercialização dos serviços de Internet no 
  Brasil, garantiu várias conquistas que não foram possíveis em muitos outros 
  países como, por exemplo, a separação operacional e legal entre os serviços de 
  Internet e a infra-estrutura de telecomunicações. Além disso, cabe ao Comitê 
  Gestor o crédito pelo incentivo às primeiras redes metropolitanas e à 
  interconexão nacional das backbones (espinhas dorsais), de modo a otimizar o 
  tráfego nacional da rede. 
   
  Segundo Marcelo Lopes, a principal questão estratégica neste ano é levar o 
  modelo brasileiro de governança da Internet para a Cúpula da Sociedade da 
  Informação, que será realizada em novembro, na Tunísia. A intenção é fazer uma 
  avaliação do modelo brasileiro e verificar a possibilidade de vir a ser 
  adotado mundialmente. 
        
        
    
       |