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[17/11/05] Brasileiros
comparam fórum da internet à OMC
Caderno Link do Estadão
[17/11/05] Países
chegam em acordo na Tunísia
Agência Brasil
[16/11/05] Cúpula
aprova criação do Fórum de Governança da Internet
IDG Now!
[16/11/05] Serpro:
cúpula trouxe resultados satisfatórios
IDG Now!
[16/11/05] EUA
cedem, mas mantêm controle sobre a internet
Estadão
[07/11/05]
Como
tirar a internet dos EUA?
IDG Now!
[08/11/05]
ONU não tem planos de controlar web, diz Annan
Estadão
[07/11/05]
ONU
não quer controle da internet
ComputerWorld
[06/10/05]
Nenhum país pode comandar a Web, diz Anatel
ComputerWorld
[03/10/05]
Decisão da UE sobre gestão da web irrita EUA
AgênciaCT
[03/10/05]
Fracassa reunião sobre o controle da
Internet
ComputerWorld
[03/10/05]
Brasil busca internet mais democrática
ComputerWorld
[30/09/05]
ONU se propõe a assumir o controle da web
Agência Brasil
[18/09/05]
Brasil vai defender mudança na gestão da Internet em Cúpula da ONU
Estadão
[30/09/05]
UE diz que internet não é dos EUA, mas de todos
Serpro
[26/09/05] Avanços e indefinições na primeira semana da PrepCom
ITI
[26/09/05] Especialista em internet fala sobre os principais embates da Cúpula
ITI
[21/09/05] Governança da internet domina agenda da preparatória
ComputerWorld
[18/07/05]
ONU propõe controle internacional da web
AgênciaCT
[10/06/05]
Fórum é alternativa para governança da web
AgênciaCT
[30/05/05]
Comitê Gestor da Internet no Brasil completa 10 anos
Camara-e.net
Artigo de Seiiti Arata Jr
[25/05/05]
O que é "governança da internet"?
Artigos
de Michael Stanton
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de Artigos
[06/03/03]
A reforma do Comitê Gestor
da Internet no Brasil
[23/02/03]
ICANN vem ao Rio de Janeiro
[04/03/02]
ICANN na encruzilhada
[17/06/01]
ICANN: a questão da
representatividade
[09/04/01]
Como vai a ICANN?
[16/10/00]
Os resultados das eleições para a ICANN
[25/09/00]
Eleições na Internet - a fase final
[31/07/00]
Os eleitores da
ICANN
[24/07/00]
Eleições para a Internet
Nota inserida em 12/11/15:
Todas as colunas de Michael Stanton (publicadas no Estadão) sobre
vários assuntos
estão colecionas aqui.
Artigos
publicados no
Informativo Sete
Pontos
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do artigo para ler o original
Set 2005] Governança
da Internet em xeque na Prepcom3
- Profª Eula D. Taveira Cabral - Editora do Informativo SETE PONTOS
[Ago 2005]
A
Governança da Internet e o Complexo de Madagascar
- Prof. Adilson Cabral - Coordenador do Informativo Eletrônico SETE PONTOS
[Set 2004]
Brasil está interessado na formação do GT sobre a Governança da Internet
- Gabriella Ponte - Jornalista
[Jul 2004]
Sociedade
civil deve se unir para garantir a promoção da inclusão digital
- Eula Dantas Taveira Cabral
[Mai 2004]
Sociedade
civil se posiciona no Comitê Gestor da Internet no Brasil
Eula Dantas Taveira Cabral
[Abr 2004] Internautas
podem acompanhar a evolução da Internet
Eula Dantas Taveira Cabral
[Mar 2004]
Serviço de
Comunicações Digitais causa polêmica
Eula Dantas
Taveira Cabral
[Jan 2004] Fazendo
acontecer a sociedade da informação
Profª. Eula Dantas Taveira
Cabral
[Nov 2003]
Comitê
Gestor da Internet Brasil está com nova formação
Gabriella Ponte
[Jun 2003]
Governança
da Internet.BR
Alexandre Rangel -
Coordenador executivo da ONG Sociedade Digital (SOCID)
Artigo
de Alice Ramos
Clique no título
para ler o original no Portal
AliceRamos.com
[09/11/04]
A sociedade da
informação que nós queremos
Artigo
publicado da RNT - Revista de Negócios em Telecomunicações
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para ler o original na RNT
[Set 2005]
À moda brasileira
Governança na internet carece de um fórum global independente e com
legitimidade internacional. Gestão brasileira é modelo para outros países
Rogério Santanna
Transcrição das
Notícias
Segundo descrição da delegação
brasileira presente na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, o
recém-criado Fórum de Governança da Internet deve funcionar como a
OMC (Organização Mundial de Comércio). O grupo internacional terá
sua primeira reunião oficial na Grécia, em 2006.
Apesar da criação do fórum, anunciada
nesta semana, os Estados Unidos vão manter o controle do sistema que
guia o tráfego de informação na internet. Antes da cúpula, que teve
início ontem na Tunísia e acaba nesta sexta-feira, diversos países
protestavam contra o atual sistema de governança da web, considerado
unilateral por muitos.
O grupo deve discutir temas relacionados
à internet, como combate ao spam, crimes virtuais e pedofilia on-line.
Rogério Santana, secretário de Logística e Tecnologia da Informação
do Ministério do Planejamento, diz esperar que o fórum alcance o padrão
de democracia do órgão brasileiro CGI (Comitê Gestor de Internet).
Uma das principais mudanças com a criação
do fórum será o gerenciamento que este grupo fará nos "recursos
escassos da rede", afirma Santana. O termo refere-se a situações
em que alguma das partes tem de ceder --caso da briga pelo domínio
".tv", entre empresas do setor de entretenimento e o país
Tuvalu.
A queda de braço para decidir com quem
fica o controle da internet teve fim na Cúpula Mundial Sobre a
Sociedade da Informação, que ocorre até amanhã em Túnis, Tunísia.
Na última terça, véspera do início da
conferência, os países participantes do evento chegaram a um acordo
sobre a polêmica e instituíram o Fórum de Governança da Internet,
que será responsável por determinar políticas de segurança, de
inclusão digital, entre outras.
As questões relativas à gestão de domínios
e de endereços eletrônicos, bem como a administração dos
computadores responsáveis pela rede, entretanto, continuarão sob a
jurisdição do Icann (Internet Corporation of Assigned Names and
Numbers), órgão privado que possui ligação com o governo
norte-americano. Veja mais no caderno Economia & Negócios do Estado
desta quinta.
O movimento para retirar a internet das mãos
dos EUA iniciou-se em 2002. A primeira conferência sobre o tema foi
realizada em 2003, em Genebra. Na ocasião, países como Brasil, China,
Irã e Índia reivindicaram a criação de um órgão multilateral que
tivesse poderes sobre as decisões relativas à rede e que pudesse
estabelecer políticas para disseminar o acesso à internet no mundo.
A posição dos norte-americanos sempre
foi contrária. Eles alegavam que a organização responsável por
administrar a rede, o Icann, era um órgão independente do governo.
Outro argumento defendido por Washington era que, com a participação
de países ditatoriais, como China e Irã, nas decisões da rede, a
censura na web poderia aumentar.
A adesão da União Européia à causa da
descentralização veio neste ano. E, segundo analistas, a decisão de
criar um fórum internacional para questões relativas à internet,
anunciado na Tunísia nesta semana, se deve muito a esse fato.
Mais nos links:
Túnis (Tunísia) - As reuniões preparatórias
da Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação aprovaram na noite
de hoje (15) a criação do Fórum de Governança da Internet. Ele foi
pensado para reverter o quadro atual, em que todos os endereços de páginas
eletrônicas do mundo são administrados, em última instância, por uma
instituição privada sem fins lucrativos, sediada nos Estados Unidos.
A definição dos chamados
"mecanismos de coordenação entre os países", um complemento
à criação do fórum, foi adiada. Sem ele, suas decisões do fórum
podem tornar-se inócuas, já que, em grande parte dos casos, são os
governos que vão garantir a efetivação das deliberações. Mesmo
assim, o representante da Casa Civil da Presidência da República no
evento, André Barbosa, qualificou a aprovação como "uma grande
vitória". "Há dois anos, em Genebra, nem se cogitava tal
coisa." Na ocasião, em dezembro de 2003, foi realizada a primeira
fase da cúpula.
A proposta de criação do fórum, que
vinha sendo defendida pelo Brasil, acabou emplacando após apoio
decisivo da União Européia, segundo a avaliação de José Bicalho,
que representa a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Países
como a China e a Índia já haviam aderido à idéia, que sofria oposição
dos Estados Unidos. Segundo o representante do Itamaraty José Marques,
a orientação de que a convocação do fórum se dê pelo secretário-geral
da ONU (Organização das Nações Unidas), aprovada no texto, era uma
reivindicação do Brasil.
"O fórum terá moldes bem parecidos
com o que aplicamos no comitê brasileiro de gestão da internet, como a
participação livre da sociedade civil", explica José Bicalho, da
Anatel. O que é considerado uma conquista no campo oficial, por se
haver driblado a resistência americana, ainda vai depender de diversos
desdobramentos futuros para materializar-se em um controle social
efetivo da rede. No Brasil, o comitê gestor é eleito a partir de uma
consulta pública aberta. "Possivelmente, a primeira reunião do fórum
será simplesmente aberta a todos que quiserem participar", diz
Bicalho.
A abertura oficial da cúpula está
marcada para amanhã (16). O ministro da Cultura, Gilberto Gil, deve
discursar em nome da delegação brasileira à tarde.
15/11/2005
IDG Now!
[16/11/05] Serpro:
cúpula trouxe resultados satisfatórios
Camila Fusco, do COMPUTERWORLD
Os Estados Unidos cederam em poucos aspectos no que diz respeito ao
controle da internet, mas o Brasil considera que a Cúpula Mundial da
Sociedade da Informação já rendeu bons frutos sobre a governança da
rede. Isso é o que indica o participante do governo brasileiro no
evento, que acontece em Tunis, capital da Tunísia, até a próxima
sexta-feira (18/11).
"As negociações foram duras.
Passamos domingo, segunda e terça-feira desta semana [etapa pré-conferência]
negociando e o que se obteve foi um texto difícil. Os Estados Unidos
mantêm o controle da internet, mas a luta não terminou", declara
Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados, em
entrevista exclusiva ao COMPUTERWORLD.
A convocação para o fórum ficará a cargo do secretário geral das Nações
Unidades, Kofi Annan, e a primeira reunião deverá acontecer no
primeiro semestre de 2006, na Grécia. "Com isso existe um estímulo
dos próprios governos para a formação de grupos para a discussão da
internet", aponta.
O diretor do Serpro avalia que os avanços atingidos mostram que os países
do mundo não estavam satisfeitos com a situação de controle da
internet por parte do Icann. "Ninguém está convencido que a situação
está boa. Todos acreditam que é necessário democratizar o acesso. Mas
isso não é uma guerra ,é uma convenção. Trabalhamos com um
consenso. Não esperávamos resolver tudo de uma vez, mas estamos
caminhando. O Fórum na ONU é a maior prova disso."
Em julho deste ano, Sérgio Rosa já havia
ressaltado os esforços do Brasil na empreitada por buscar aliados para
tentar descentralizar o controle da internet. "É bom que os
Estados Unidos anunciem com antecedência a iniciativa de defender a
centralização porque assim podemos buscar mais aliados. Também vamos
tentar convencer os Estados Unidos a chegar a um consenso de cooperação
entre as nações", declarou o diretor na ocasião.
A proposta do Brasil, segundo Rosa, -
juntamente com Índia e África do Sul - era a criação de um organismo
desvinculado de governos para a gestão da internet, assim como a
distribuição dos servidores de domínios.
IDG Now!
[16/11/05] EUA
e Europa clamam 'vitória' sobre gestão da web
Camila Fusco, do COMPUTERWORLD
Tanto os Estados Unidos quanto a União Européia estão clamando vitória
no acordo fechado na terça-feira (15/11) sobre governança da internet
na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, embora as duas partes
estejam em lados opostos do debate.
Enquanto os EUA interpretam o acordo como
uma continuidade ao controle das principais questões da internet,
incluindo sistemas de endereçamento, a União Européia sinaliza que o
documento abre as portas para que a gestão da web seja compartilhada
pelos governos do mundo.
"O documento é fabuloso",
declarou David Gross, embaixador do escritório de economia e negócios
do Departamento de Estado norte-americano que lidera a delegação do país.
"Existiam propostas para criar uma organização governamental que
controlaria os aspectos técnicos da internet e, com isso, também seu
conteúdo. Agora isso está fora de cogitação. Não há mudança no
papel dos Estados Unidos, não há mudança para a Icann",
declarou.
Vanda Scartezini, sócia da Pólo
Consultores Associados e conselheira da Icann, compartilha em parte da
opinião de Gross, destacando sua reprovação à criação de
organismos governamentais para controlar a internet. "Um dos
grandes movimentos, em que se incluía o Brasil, a China, o Irã e a
Venezuela, defendia uma espécie de estatização da internet, a
distribuição debaixo de governos. Eu, particularmente, sou contra
isso, porque não vejo viabilidade ou presteza para que os governos
resolvam problemas nessa área", diz.
No entanto, Vanda aponta que o controle da
internet caminha para uma democratização, uma vez que a Icann
permanecerá vinculada ao governo dos Estados Unidos, inicialmente, até
setembro do ano que vem. "Após este período a intenção é que o
órgão passe a ser independente, mantendo-se economicamente e também
mantendo a própria rede. Existe a possibilidade de o governo
norte-americano querer permanecer por trás do controle, mas a tendência
não é essa. A tendência é chegarmos a um equilíbrio em que exista a
cooperação entre diversos países".
Por outro lado, para Demi Getschko, também
conselheiro da Icann e do Comitê Gestor da Internet no Brasil, ainda não
está claro como ficará a situação após setembro do próximo ano.
"Muitos queriam que nenhum governo tivesse a supervisão da raiz da
internet após este período, mas a situação não está clara. Os
Estados Unidos não manifestaram exatamente qual a sua intenção após
o mês de setembro", ressalta. Em julho deste ano, o governo
norte-americano divulgou um documento declarando que não abria mão do
controle da web. No entanto, não forneceu detalhes sobre como pretende
manter seu posicionamento.
Sob o ponto de vista da União Européia,
no entanto, os Estados Unidos consentiram a criação de um novo órgão
que "melhore a cooperação" na gestão da internet, segundo
Martin Selmayr, porta-voz da comissária da UE, Viviane Reding.
A Cúpula Mundial da Sociedade da Informação
acontece até a próxima sexta-feira (18/11). Entre os outros temas que
devem ser debatidos no evento estão: inclusão digital, participação
da sociedade civil nas discussões sobre internet e difusão das redes
nas comunidades carentes.
* com apoio do IDG News Service, Europa
Os Estados Unidos assinaram uma série de
princípios sobre a governança pela internet propostos pela União
Européia, segundo representantes da Europa que participam da Cúpula
Mundial da Sociedade da Informação, que começa nesta quarta-feira
(16/11), em Túnis, na Tunísia.
Na prática, o governo dos Estados Unidos
mantém o controle da internet e cede apenas em poucos aspectos, como
consultar um país toda vez que o seu domínio de primeiro nível, como
.br, estiver em discussão.
"Não mundamos o papel do governo dos
Estados Unidos, nos aspectos que técnicos que estávamos
preocupados", afirmou David Gross, principal negociador dos Estados
Unidos, em entrevista à BBC.
Segundo o acordo, fechado na noite de terça-feira
(15/11), em uma reunião de mais de 11 horas, todas as partes
concordaram que "nenhum governo deve ter a última palavra sobre os
domínios de um outro país", afirmou Martin Selmayr, porta-voz da
União Européia.
(Entenda a polêmica em torno do controle
da internet, clique
aqui)
Ele acrescentou que se trata de "um
grande passo para a internacionalização da internet",
considerando uma grande vitória da União Européia e dos países que
apóiam a proposta.
O atual sistema, na qual o ICANN é
responsável pelo gerenciamento do dia-a-dia, continua funcionando,
afirmou Selmayr.
Com as mudanças, toda vez que o ICANN
tomar uma decisão que afeta o domínio de um país, deveria fazer uma
consulta para o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Este, por
sua vez, tem de consultar o país envolvido. Com a estrutura atual, não
há consulta de outros países.
A União Européia lidera um grupo de países,
na qual o Brasil faz parte, para tentar reduzir a influência dos
Estados Unidos sobre a governança na internet.
A alegação da União Européia era de
que, com o atual sistema de governança na internet, qualquer disputa
envolvendo domínios de outros países deveria ser julgada sob as leis
norte-americanas, colocando-os em desvantagens.
Os detalhes de como esse novo sistema vai
funcionar serão conhecidos no primeiro semestre de 2006.
Delegação brasileira
Apesar de o governo dos Estados Unidos manterem o controle sobre a
internet, o representante da Casa Civil da Presidência da República no
evento, André Barbosa, qualificou a aprovação como "uma grande
vitória". "Há dois anos, em Genebra, nem se cogitava tal
coisa." Na ocasião, em dezembro de 2003, foi realizada a primeira
fase da cúpula.
A proposta de criação do fórum, que
vinha sendo defendida pelo Brasil, acabou emplacando após apoio
decisivo da União Européia, segundo a avaliação de José Bicalho,
que representa a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Países como a China e a Índia já haviam
aderido à idéia, que sofria oposição dos Estados Unidos. Segundo o
representante do Itamaraty José Marques, a orientação de que a
convocação do fórum se dê pelo secretário-geral da ONU (Organização
das Nações Unidas), aprovada no texto, era uma reivindicação do
Brasil.
"O fórum terá moldes bem parecidos
com o que aplicamos no comitê brasileiro de gestão da internet, como a
participação livre da sociedade civil", explica José Bicalho, da
Anatel.
O que é considerado uma conquista no
campo oficial, por se haver driblado a resistência americana, ainda vai
depender de diversos desdobramentos futuros para materializar-se em um
controle social efetivo da rede.
No Brasil, o comitê gestor é eleito a
partir de uma consulta pública aberta. "Possivelmente, a primeira
reunião do fórum será simplesmente aberta a todos que quiserem
participar", diz Bicalho.
A abertura oficial da cúpula está
marcada para esta quarta-feira (16//11). O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, deve discursar em nome da delegação brasileira à tarde.
Simon Taylor - IDG News Service/Bruxelas com informações da Agência
Brasil
07/11/05
Como tirar a internet dos EUA?
Junto ao Brasil, alguns outros países estão entre os proponentes iniciais
desta da internacionalização da internet: Irã, China e Arábia Saudita
Pedro Doria
Durante três décadas, o presidente da internet foi um engenheiro grisalho,
de barba farta, cabelos longos e emaranhados, óculos de lentes grossas,
professor da Universidade do Sul da Califórnia. Como os poucos que
conheciam a rede em suas entranhas o respeitavam e o resto não tinha nível
técnico para enfrentá-lo, ninguém nunca desafiou Jon Postel.
Foi ele quem decidiu que órgão em cada país distribuiria os endereços com
a terminação local em duas letras. Toda mudança nos programas que geriam a
rede teve seu aval e os 13 computadores que regulam o tráfego da internet
obedeciam suas ordens. Mas um dia o coração falhou, Jon Postel morreu aos
55 anos, em 1998.
Em seu lugar, nos últimos dias de vida, deixou um conselho, uma empresa
sem fins lucrativos chamada ICANN, que responde ao Departamento de
Comércio dos Estados Unidos e só pode ser processada nas cortes da
Califórnia.
Não é uma idéia natural que a internet tenha governo. Ela parece que
funciona por si, que existe apenas. Isto é até incentivado pelo espírito
de seus inventores, gente como Postel que viveu o Verão do Amor hippie da
Califórnia em 1967 para botar a rede no ar em 69.
Mas a anarquia descentralizada é dirigida. Postel por certo recusaria o
título de presidente da rede, mas era ele quem decidia. Assim como é o
ICANN que decide hoje. Como a Casa Branca tem poder de veto ou de impor
decisões ao ICANN, o controle da rede é dos EUA.
Agora em novembro, entre os dias 16 e 18, diplomatas e técnicos de
aproximadamente 190 países vão se encontrar em Túnis, capital da Tunísia,
para a reunião da Cúpula da Sociedade da Informação.
É um encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), e encontros da ONU
terminam com um documento que todos assinam por consenso. Em geral, as
reuniões vão até alta madrugada e lá pelas tantas só há dois ou três
países discutindo e alguém cansa e abre mão. É por isso, também, que é
raro um documento destes ter qualquer coisa de revolucionária: é o mínimo
denominador comum.
Desta vez, a pauta mais importante é o controle da internet. O Brasil já
quer sua internacionalização há tempo. A diferença, agora, é que, puxada
pela Inglaterra, a União Européia também quer. Parece razoável, afinal.
Que tipo de internacionalização seria essa é outra discussão. Pode ser um
órgão como o Comitê Olímpico Internacional, em que os países e ONGs são
sócios. Pode ser algo ligado à ONU. Os EUA já disseram que nem cogitam
discutir. Se resume a uma frase que uma pessoa da delegação brasileira
ouviu de um diplomata norte-americano da última vez: “se vocês querem a
internet, façam a sua; esta é nossa.”
Junto ao Brasil, alguns outros países estão entre os proponentes iniciais
desta internacionalização: Irã, China e Arábia Saudita. Não é companhia
agradável, e aí reside o argumento dos EUA. Embora seu governo tenha poder
de veto ou decisão sobre o ICANN, nunca foi exercido. E dê algum poder a
países como Irã e China, censores notórios da rede, e eles arranjarão um
modo de inserir em algum protocolo uma maneira prática de descobrir, por
exemplo, quem enviou um e-mail.
O contra-argumento não é complicado: se cada decisão tiver de sair por
consenso, nunca acontecerá. E, bem, o ICANN já criou problemas. Neste ano,
incluiu uma série de domínios de alto nível novos. Além dos ponto com e
ponto org e edu e net, apresentou .travel (viagens), .eu (União Européia),
.xxx (pornografia) e alguns outros. O .xxx está embargado pelo governo
norte-americano para mais discussão. Alguns dos outros estão lentamente
sendo liberados. Para alguns países, registrar cada ponto turístico com o
sufixo .travel antes que um aventureiro lance mão pode sair uma pequena
fortuna.
Jon Postel foi um dos inventores da internet e, mesmo que estivesse vivo,
não teria mais como gerenciar as grandes decisões da rede sozinho. A
criatura ficou grande e vasta. Enquanto os EUA não largarem mão, não há o
que fazer. Criar uma internet paralela é tecnicamente possível mas fazer
uma rede conversar com a outra seria um pesadelo. Melhor não. A esperança
dos diplomatas brasileiros é simples: imagem é particularmente importante
para a Casa Branca. Seu país está sendo visto como arrogante pelo mundo
todo. De repente, abrem mão. Fatalmente abrirão um dia.
A diferença é que pela primeira vez o mundo todo se encontrará para
discutir o assunto e todo mundo concorda. Menos um.
pdoria@nominimo.com.br
ONU não tem planos de controlar web, diz Annan
IDG Now!
08/11/05 O secretário geral das Organização das Nações Unidas, Kofi Annan,
na tentativa de neutralizar as brigas sobre a polêmica da governança na
internet escreveu artigo dizendo que não existe nenhuma proposta para a
criação de uma agência das ONU para controlar a internet.
A coluna, publicada no Washington Post, chega em meio a um debate sobre o
controle da internet, tema que será debatido na próxima semana durante a
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, de 16 a 18 de novembro, em
Túnis, na Túnisia.
Um número grandes de países, incluindo o Brasil, e mais recentemente a
União Européia, defende uma redução do papel da Organização da Internet
para Designação de Nomes e Números (ICANN, da sigla em inglês).
Hoje, a ICANN é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que opera sob
um contrato com o governo dos Estados Unidos e sob as leis do Estado da
Califórnia.
No artigo, Annan rebate as críticas de que a ONU queira controlar ou
policiar a internet. ''Nada poderia ser mais longe da verdade'', escreve o
secretário geral.
Annan escreve também que enquanto poderia ''ser ingênuo esperar que os
governos não tivessem interesse'' na política de internet, os ''governos
por si só não podem definir as regras''.
Eles devem aprender, ele acrescentou, como trabalhar com ''acionistas''
não estatais que tem uma participação importante na construção e
coordenação da internet e que ainda são uma força importante na expansão e
inovação da rede.
De acordo com Annan, está se dando muito atenção para a questão da
governança na internet durante o encontro de Túnis, enquanto a proposta
original da Cúpula é assegurar aos países pobres os benefícios totais das
tecnologias da informação e da comunicação.
John Blau - IDG News Service/Alemanha
Segunda-feira, 07 de novembro de 2005
A afirmação é do secretário geral da organização, Kofi Annan, em artigo
publicado no jornal Washinton Post.
São Paulo - Em artigo publicado no fim de semana no jornal Washington Post,
o secretário geral das Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, disse que
não existe nenhuma proposta para a criação de uma agência internacional para
controlar a internet.
O assunto, motivo de muita polêmica, será debatido na próxima reunião da
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontecerá na Tunísia, de 16
a 18 de novembro.
Teoricamente, a internet é de ninguém. Todo mundo pode se expressar
livremente em qualquer um de seus serviços - de páginas web a fóruns. Na
prática, ela tem dono:o nome dele é Cooperação para Nomes e Números
Designados na Internet (Icann, na sigla em inglês).
Com seu quartel-general localizado na Califórnia, a Icann foi estabelecido
em 1998 pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Sua função é
fiscalizar o uso de domínios e também gerenciar como os softwares de
navegação e de e-mail dirigem seu tráfego online. Enfim, é uma espécie de
xerife da grande rede de computadores.
Até pouco tempo, a ONU não via com bons olhos a tutela. Em julho último,
depois de um ano de estudos, 40 peritos convocados pela organização
publicaram relatório sugerindo que os governos mundiais trabalhassem pela
internacionalização da Internet.
Viviane Reding, comissária da União Européia para internet, concordou com a
idéia. Ela acha que a rede pode se fragmentar caso Washington insista em
controlá-la. "Não temos a intenção de regulamentar a Internet, mas
preferimos um modelo de cooperação", ela afirma.
Este é também o pensamento de especialistas brasileiros. Recentemente,
Sérgio Rosa, diretor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro),
afirmou que o Brasil pretende acirrar a discussão sobre o assunto no segundo
round da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que acontecerá na
Tunísia, de 16 a 18 de novembro.
"É muito importante desvincular o controle dos domínios da internet das mãos
do governo norte-americano. Queremos a multilateralidade", ele declarou, em
entrevista ao site IDG Now.
Na realidade, o modo como são geridos os endereços internet é canhestro.
Para proteger seus nomes, as empresas devem registrar-se com todos as
terminações já aprovadas, inclusive os “.xxx”para sites de conteúdo erótico.
Caso contrário, alguém pode, por exemplo, abrir um site com o endereço
www.petrobras.xxx, que será indexado
pelos sistemas de buscas como pornográfico.
Apesar de todas as críticas à Icaan, será muito difícil chegar a um consenso
na reunião de Túnis. A Casa Branca e congressistas alinhados com a política
do presidente Bush já avisaram que não abrirão mão do controle dos domínios
"independentemente do que acontecer na conferência".
"Entregar a Internet a países com registro de direitos humanos
problemáticos, leis contra liberdade de expressão e práticas fiscais
questionáveis vai impedir a Internet de continuar sendo um meio em evolução
como acontece hoje", argumenta o republicano da Califórnia John Doolittle.
João Magalhães
Nenhum país pode comandar a Web, diz Anatel
Quinta-feira, 6 outubro de 2005 - 14:10
COMPUTERWORLD
O representante da Anatel no Grupo de Trabalho sobre Governança da
Internet (GTGI), José Alexandre Novaes Bicalho, afirmou nesta
quarta-feira, 05/10, que há consenso entre os seus integrantes de que
nenhum país pode exercer papel predominante na administração da rede
mundial.
"A proposta de uma governança mutilateral vem recebendo apoio de um número
crescente de países que, inclusive, manifestaram-se na última reunião
preparatória da Cúpula para a Sociedade da Informação, realizada na semana
passada (em Genebra)", afirmou Bicalho. A Cúpula está prevista para
acontecer entre os dias 16 e 18 de novembro, em Túnis, capital da Túnisia
(África).
Bicalho é também membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, vinculado
ao Ministério de Ciência e Tecnologia. O representante brasileiro abordou
o tema na Sessão 'Quem vai dirigir a Internet?', realizada pelo Fórum do
Telecom Américas 2005, que acontece em Salvador (BA).
O GTGI foi constituído pelo secretário-geral da Organização das Nações
Unidas (ONU), Kofi Annan, com o objetivo de discutir soluções para o
gerenciamento da Internet, atualmente sob controle da ICANN, instituição
fundada pelo governo dos Estados Unidos em 1999. O contrato da ICANN
encerra-se no próximo ano e o governo daquele País ainda não se manifestou
sobre o que pretende fazer com a governança da rede.
Histórico
O debate sobre o futuro da Internet teve origem numa série de reuniões
preparatórias da primeira fase da Cúpula, em 2002, que aconteceram em
Genebra, cidade que sedia a União Internacional de Telecomunicações (UIT),
organismo da ONU para o setor de telecomunicações.
Os países, recordou Bicalho, se uniram em defesa da criação de um novo
modelo: multilateral, democrático e transparente para a governança da
Internet.
Para isso, a ONU acabou criando o GTGI, que tem o objetivo de criar um
mecanismo intergovernamental de supervisão, discussão e elaboração de
políticas públicas globais. O Grupo já apontou algumas alternativas como a
criação de fóruns para discussão de assuntos como Spam, cyber-segurança,
nomes de domínio, endereçamento IP (internet protocol), privacidade e
propriedade intelectual, entre outros temas.
"Não há um fórum global adequado para tal discussão", lembrou Bicalho.
"Toda a discussão sobre governança da Internet gira agora em torno da
criação desse fórum internacional". O relatório do GTGI também propõe a
internacionalização do mecanismo intergovernamental de supervisão e de
aprovação de políticas públicas globais para a Internet.
Decisão da UE sobre gestão da web irrita EUA
Segunda-feira, 3 outubro de 2005 - 10:31
Os Estado Unidos receberam com irritação a decisão da União Européia de não
apoiar mais o modelo de gestão da internet liderado pelos norte-americanos.
Em um movimento inesperado, na última quarta-feira (28/09), a União Européia
rompeu com os Estados Unidos ao propor a criação de um novo fórum e de um novo
modelo de cooperação internacional, que poderia mudar radicalmente senão
completamente o ICANN (Corporação da Internet para Designação de Nomes e
Números), grupo liderado pelos Estados Unidos que hoje controla questões
cruciais da internet, como nomes de domínios e endereços IP (Internet Protocol).
Antes alinhada com os Estados Unidos na manutenção do modelo atual, a União
Européia está se unindo à maioria dos outros países na demanda por um corpo
global que assuma a supervisão da internet.
"A delegação dos Estados Unidos não esperava esse movimento", disse a
porta-voz da União Internacional das Telecomunicações (ITU), órgão das Nações
Unidas, Sarah Parkes. "Eles responderam com um breve bilhete escrito a mão".
Uma cópia da nota, obtida pelo IDG News Service, dizia que os Estados Unidos
está comprometido a não tomar nenhuma medida que tenha "impacto negativo na
segurança e estabilidade" da DNS (Domain Name System), sistema de nomes de
domínios, e que vai manter seu papel tradicional na autorização de mudanças na
zona de arquivos principais da web.
Na sexta-feira (30/09), Yoshio Utsumi, líder da ITU, afirmou que a organização
está pronta para assumir a gestão da internet, substituindo os Estados Unidos.
A reviravolta inesperada na posição da União Européia durante conversas
preparatórias para a segunda fase do World Summit on the Information Society (WSIS)
- convenção sobre a sociedade da informação prevista para novembro, na Tunísia
- deve levar um novo round de conversas antes do encontro previsto para o
próximo mês.
A gestão da internet é um assunto delicado, que divide as delegações
participantes desde a primeira WSIS, que ocorreu em Genebra, há cerca de dois
anos, e forçou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a criar uma força-tarefa
separada para estudar a questão.
A respeito da possibilidade de se chegar a um consenso sobre a questão Martin
Selmayr, porta voz da Comissão para a Sociedade da Informação da União
Européia, Viviane Reding, afirmou que o fato de não se ter chegado a uma
decisão em Genebra não significa que não haverá uma em novembro, na Tunísia.
"Temos coisas em comum com os Estados Unidos. Acreditamos que não cabe aos
governos controlar a internet. Precisamos de mais envolvimento do setor
privado e as operações atuais da ICANN são muito eficientes, mas precisamos de
um modelo de cooperação internacional", afirmou.
IDG News Service/Alemanha - John Blau
Internet - 03/10/2005 - 04:22:47
Fracassa reunião sobre o controle da
Internet [03/10/05]
Valor Econômico
Assis Moreira
De Genebra
A União Européia (UE) quer juntar forças com o grupo liderado por Brasil,
China, Índia e África do Sul para pressionar contra o controle dos EUA sobre a
internet. Fracassou na última sexta a reunião preparatória que deveria
elaborar recomendações para o Encontro de Cúpula Mundial da Sociedade da
Informação, em novembro.
O isolamento dos EUA cresceu com a debandada da UE, que deu nova dimensão
política à disputa. Segundo diplomatas, a UE já propôs uma reunião com o
Brasil e outros emergentes para este mês.
Analistas estimam que a resistência dos EUA em dividir o controle da internet
pode provocar no longo prazo a criação de redes rivais para quebrar o
monopólio da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann),
fundação americana sob contrato com o Departamento de Comércio dos EUA.
''Tecnicamente isso é fácil, mas politicamente é uma declaração de
independência complicada'', afirma um negociador.
Embora a Icann deva se separar formalmente do governo em setembro de 2006, os
EUA não aceitam dividir o exclusivo controle do sistema de endereços da
internet, que permite que computadores do mundo inteiro se comuniquem entre
si. Quem controla o "root zone file" na prática controla o acesso aos sites na
web. Vários países reclamam que os EUA tem o poder de cortá-los da rede,
bloqueando o sufixo do país (por exemplo ".br").
A União Internacional de Telecomunicações (UIT), das Nações Unidas, se
declarou pronta a servir como órgão internacional para tratar das questões da
internet.
Mas os EUA rejeitam um órgão intergovernamental para gerir os endereços e o
mapa da web, alegando que isso poderia prejudicar a segurança e a estabilidade
da rede. Também não houve acordo sobre outras questões de governança da
internet, como a melhor maneira de combater o spam (e-mails indesejados) e o
cibercrime.
Brasil busca internet mais democrática
Segunda-feira, 3 outubro de 2005 - 09:41
Fernanda K. Ângelo
Ninguém questiona a importância dos Estados Unidos na história da criação da
web, bem como em seu desenvolvimento. No entanto, a internet evoluiu muito nos
últimos anos, transformando-se em uma ferramenta fundamental para o fluxo de
informações, para a inclusão digital e, cada vez mais, para as relações
comerciais. Dessa forma, a hegemonia norte-americana no controle da rede
mundial de computadores passou a ser questionada.
Em dezembro de 2003, durante o encontro mundial da Sociedade da Informação,
Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e os
participantes da reunião, aprovaram a criação de um grupo de trabalho para
definir questões globais de governança da web. O primeiro encontro do grupo,
composto por 40 membros, aconteceu em novembro do ano passado.
Recentemente, o grupo se reuniu novamente em Genebra, na Suíça, para
apresentar políticas mais descentralizadas para a internet. Marcelo Lopes,
coordenador do Comitê Gestor da Internet Brasileira e secretário de política
de informática do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), participou do
encontro. Em entrevista ao COMPUTERWORLD, ele conta o que foi discutido e como
o modelo brasileiro de gestão da internet pode servir de exemplo para a
criação de um fórum mundial mais democrático.
COMPUTERWORLD | Quais as principais propostas de governança da internet feitas
pelo grupo de trabalho em Genebra?
MARCELO LOPES | Entre as propostas apresentadas no relatório está a criação de
um Conselho Global da Internet (GIC), prevendo uma efetiva participação dos
governos na tomada de decisões sobre temas estratégicos de governança. O grupo
propõe a criação de três estruturas mundiais: o Conselho de Política da
Internet Global, a Corporação Mundial da Internet (para a designação de nomes
e números de domínios) e o Fórum de Governança da Internet Global.
O fortalecimento do Comitê de Aconselhamento Governamental (GAC) dentro do
Icann [corporação da internet para atribuição de nomes e números, cuja
estrutura é fortemente vinculada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos]
também é uma das propostas. Hoje, os executivos do Icann são os responsáveis
por decisões estratégicas de governança da web. E as tomadas de decisões não
podem ser centralizadas por um único órgão.
COMPUTERWORLD | Até que ponto o controle do Icann prejudica e dificulta o uso
da internet e seus domínios?
LOPES | O Icann tem foco principal sobre designação de nomes e domínios e
números IP. A internet evoluiu, eles precisariam começar a tratar de temas
como custo de interconexão, segurança, spam, entre outros tantos relevantes.
Além disso, ele é vinculado ao Departamento de Estado dos EUA. Isso gera uma
visão de ilegitimidade.
Embora reconheçamos a importância daquele país no desenvolvimento da web,
entendemos que ela é um bem global. Tem que ter em seu controle representantes
do governo, do setor empresarial, do terceiro setor de diferentes países.
COMPUTERWORLD | Existe a proposta de extinguir o órgão norte-americano?
LOPES | Na semana anterior ao encontro em Genebra (em julho), houve uma
manifestação do Departamento de Estado norte-americano. Representantes
declararam que os Estados Unidos não abrirão mão de continuar controlando os
servidores raiz da internet.
A proposta não visa exatamente extinguir o Icann. Ele existiria em paralelo,
com as funções que já tem, mas respeitando pontos que os Estados mundiais
julguem que devam ser respeitados. Por exemplo, extensões que equivaleriam a
alguns países, e que hoje não podem ser usadas porque os EUA determinaram que
elas indicassem determinado setor dentro de sua economia.
COMPUTERWORLD | Qual é exatamente a participação do Brasil dentro do grupo de
trabalho da ONU?
LOPES | O Brasil efetivamente tem voz no processo de descentralização do
controle da internet. Muito disso se deve à qualidade do modelo de gestão da
internet implantado no País. O Comitê Gestor completa uma década este ano. Foi
muito bem pensado. Por ser financeiramente sustentável, permite a participação
de delegações brasileiras nos principais fóruns de discussão da internet.
O Brasil tem no Comitê Gestor um modelo único de governança da web, com
representantes de diferentes setores, incluindo o governo e a iniciativa
privada, bem como os próprios usuários. O comitê ganhou ainda mais
legitimidade e transparência no ano passado, quando foi realizada uma eleição
eletrônica e aberta para a escolha de seus representantes. Foi a primeira vez
em que membros da sociedade civil foram escolhidos para integrar o comitê e
debater, juntamente com o Governo, prioridades para a área.
COMPUTERWORLD | Isso significa que o Comitê Gestor brasileiro pode servir de
modelo para a criação de um órgão mundial?
LOPES | Com certeza. Um dos propósitos do último encontro em Genebra foi a
apresentação de alguns modelos de governança da internet. Além do modelo
brasileiro, a Nova Zelândia, Índia, Cingapura e Egito fizeram apresentações.
Apesar de distintos, todos os modelos guardam a questão da democracia,
qualidade presente no Comitê Gestor brasileiro.
O relatório final entregue pelo grupo de trabalho à ONU menciona a necessidade
de preservar a democracia e preza por um conselho mundial multirepresentativo.
Isso é exatamente o que o Brasil adota, com representantes do governo, da
academia, do terceiro setor e práticas democráticas, como a da eleição aberta.
COMPUTERWORLD | Qual a importância do Brasil se posicionar em relação à
governança da internet?
LOPES | Se conseguirmos continuar defendendo idéias para que os países em
desenvolvimento tenham seus pontos de vista considerados, o Brasil continuará
representando um papel de destaque nesse fórum. Ninguém mais duvida do papel
que a internet exerce como ferramenta de fluxo de informações e de comércio,
seja para relações internas, incluindo B2B, B2C, G2G, G2C ou como facilitadora
de exportações. Daí a importância de estarmos envolvidos. Significa
defendermos os nossos interesses.
COMPUTERWORLD | Dado o posicionamento dos EUA em relação à hegemonia do Icann
como órgão de controle da internet, qual a estratégia para conseguir tirá-lo
do poder?
LOPES | Quando os Estados Unidos definem posições claras, realmente é difícil
avançar em sentido contrário. No entanto, vamos insistir nesse processo. Não
se trata de uma visão contra os EUA, mas da necessidade de um processo mais
evoluído de governança.
Os países que compõem a União Européia estavam inicialmente do lado dos EUA.
Com a declaração feita pelo Departamento de Estado norte-americano, sobre não
abrir mão do controle do servidor raiz da internet, a União Européia passou a
enxergar a questão de maneira diferente. A partir do momento em que a ONU
entra no âmbito do processo de discussão e a comunidade européia decide sair
do alinhamento com os EUA, temos sinais de que o processo deva ser alterado de
fato.
COMPUTERWORLD | E para quando podemos esperar mudanças?
LOPES | Teremos uma reunião de cúpula da Sociedade da Informação em Tunis, na
Tunísia, em novembro. O tema governança, sem dúvida, será abordado na ocasião.
A avaliação que fazemos é que a ONU deve dar legitimidade para essa instância.
Essa reunião dará uma visão mais clara para sabermos quanto tempo o processo
pode levar.
Já houve uma movimentação muito significativa até aqui. Quando a posição da
União Européia em favor de um órgão mundial multirepresentativo de fato se
cristalizar, poderemos mensurar a duração do processo de mudança. Nada
acontecerá no curto prazo. Deve levar, no mínimo, quatro anos para termos uma
estrutura bem organizada que respeite as diferentes instituições da sociedade.
ONU se propõe a assumir o controle da web
Sexta-feira, 30 setembro de 2005 - 18:34
COMPUTERWORLD
A União Internacional das Telecomunicações (ITU), órgão das Nações Unidas,
afirmou que está pronta para assumir a governança da Internet, substituindo os
Estados Unidos no controle da web. A informação foi dada por Yoshio Utsumi,
líder da ITU nesta sexta-feira (30/09).
Os Estados Unidos têm debatido muito com a União Européia e também com o resto
do mundo sobre o futuro da Internet. É o governo norte-americano que
atualmente gerencia o sistema global de informações por meio de uma parceria
com a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann).
"Nós poderíamos fazer isso, se fossemos solicitados", declarou Utsumi durante
uma entrevista coletiva. A agência da ONI tem experiência em telecomunicações,
e sua estrutura e cooperação com órgãos públicos poderia fazer dela a melhor
instituição para gerenciar as regras da Internet.
No entanto, os oficiais de Washington já mostraram que vão se opor à
iniciativa. "Não concordamos com as Nações Unidas assumindo o gerenciamento da
Internet", declarou David Gross, oficial de Estado norte-americano durante uma
conferência.
Um porta-voz da União Européia interpretou o caso como um "mal entendido".
Segundo ele, embora muitas nações européias estejam contentes com o trabalho
da Icann, outras muitas "simplesmente não aceitam o fato de os Estados Unidos
terem o controle da internet em seu território", sinaliza.
O debate sobre com quem fica a gestão da Internet promete ser acalorado na
Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, prevista para novembro, na Tunísia.
A Europa, por exemplo, propõe trazer a Icann sob a legislação internacional,
ao invés das leis norte-americanas.
UE diz que internet não é dos EUA, mas de todos
[30/09/05]
"estadão"
Martin Selmayr, porta-voz da União Européia, disse hoje, durante um debate da
OnU, em Genebra, na Suíça, que “se deve pensar num governo cooperativo para a
Internet porque ela é de todos”. Atualmente, o controle da rede está nas mãos
dos Estados Unidos.
São Paulo - Deixar o governo da Internet nas mãos dos Estados Unidos é
impensável para a União Européia. Executivos da comunidade disseram hoje,
durante um debate da ONU, em Genebra, na Suíça, que governos e empresas
privadas do setor devem participar democraticamente do controle da rede.
Martin Selmayr, porta-voz da UE, citado pela Associated Press defendeu “um
modelo de cooperação para a questão porque a Internet é de todos”.
Outros participantes do encontro, o último antes da Cúpula Mundial da
Sociedade da Informação, que será realizada na Tunísia em novembro,
concordaram com Selmayr, alegando que um único país não pode ter o domínio
sobre “uma parte vital da economia global”.
A UE propõe que o controle de domínios, atualmente gerenciado pela
norte-americana Icann (Corporação da Internet para Nomes e Números Designados)
passe a ser feito por um grupo internacional.
Apesar de se dizer autônoma, a Icann tem relações estreitas com Washington e,
por essa razão, países emergentes como Brasil e China, temem que ela possa
tirar sites do ar a seu bel prazer.
A propósito, por coincidência ( ou não), durante a Guerra do Iraque, Bagdá,
misteriosamente, perdeu a conexão com suas páginas Web.
João Magalhães
Avanços e indefinições na primeira semana da PrepCom
[26/09/05]
A primeira semana da
PrepCom III termina com alguns avanços e muitas indefinições. Os avanços podem
ser creditados à aprovação de grande parte do Plano de Ação, um dos documentos
que será assinado durante o Cúpula da Sociedade da Informação fase de Tunis.
Para o chefe da delegação brasileira, embaixador Antonino Marques Porto, essa
foi uma semana de acertar os procedimentos e a forma de trabalho, mas há
consensos importantes a serem alcançados.
As negociações mais significativas ainda giram em torno do tema da governança
da Internet. Pelas manifestações das delegações dos países presentes ao
Plenário há um grupo de países desenvolvidos que querem debater todo o texto,
principalmente os conceitos. Em contraponto a outro bloco de países que querem
ir diretamente às discussões mais substantivas, ou seja, àquelas que farão
diferença na administração da rede, tornando-a mais transparente, democrática
e multilateral.
O embaixador Marques Porto avalia que essa pode ser uma estratégia para deixar
pouco ou nenhum espaço dedicado a discussão mais relevante do tema, como os
mecanismos de supervisão e a construção de um fórum de decisões.
Hoje o embaixador paquistanês, Masood Khan, responsável pela coordenação dos
trabalhos sobre Governança da Internet apresentou um proposta de texto a ser
incluído como o capítulo três do Plano de Ação.
O texto do coordenador reflete boa parte do relatório produzido pelo Grupo de
trabalho sobre Governança da Internet (GISI), constituído no final de 2003
para analisar o tema. Para o secretário de logística e tecnologia da
informação, Rogério Santanna, a semana termina com o presidente da sessão,
Massod Khan, reconhecendo a necessidade da criação de um fórum e da
necessidade da participação dos países em desenvolvimento na formulação nas
políticas globais para o ambiente da internet.
O diretor do Serpro, Sérgio Rosa, também avalia que o texto apresentado traz
pontos relevantes. A abordagem da segurança e privacidade na Internet retrata
o princípio de que a tecnologia tem de ser adaptada às necessidades do homem e
não o contrário. O controle do SPAM, por exemplo, não pode trazer a censura e
as medidas de segurança da informação não podem transformar o conhecimento em
bem negociável. Para chegar a esse consenso será necessário muita
solidariedade entre as nações, observou Rosa.
Delegação Brasileira na PrepCom, 26 de setembro de 2005
Especialista em internet fala sobre os principais embates da Cúpula
[26/09/05]
23-Set-2005: Genebra - SW
LOUIS POUZIN participou das pesquisas que deram origem aos protocolos usados
até hoje na Internet. Ele tem atuado, como membro da sociedade civil, de todo
o processo da Cúpula da Sociedade da informação, que teve sua primeira fase em
Genebra, em dezembro de 2003. Agora o cientista participa dos trabalhos da III
Preparatória (PrepCom 3) para a segunda fase da Cúpula, que ocorrerá em
novembro deste ano, na Tunísia.
No intervalo das sessões de debates, Louis Pouzin falou de sua percepção sobre
o processo de construção de consensos sobre a governança da Internet e quais
são as principais questões envolvidas neste debate.
1)Qual a sua avaliação sobre o processo da Cúpula?
Louis Pouzin : Estive envolvido desde o início deste processo. Nas primeiras
reuniões a maioria dos países não tinha idéia do que se estava tratando
naquele fórum. Na primeira preparatória antes de Genebra, os países começaram
a perceber o que estava acontecendo. A cada encontro foram sendo agregadas
pessoas que sabiam e queriam encaminhar questões importantes. Assim, foi
possível, já na fase de Genebra (dezembro/2003), deixar explícito, por
exemplo, que todos os países tinham direito de administrar os seus códigos
identificadores de países (ccTLD – country code top level domain).
Além disso, naquele momento foram reconhecidos os outros atores que fazem
parte desse universo, como a sociedade civil e as empresas. E foi neste fórum
que foi proposto o Grupo de Trabalho sobre Governança da Internet (GTGI). Um
grupo de especialistas que envolveu tanto membros da sociedade civil como dos
governos. A boa qualidade do relatório final é uma mostra da necessidade de se
ter todos os segmentos envolvidos.
2)Quais são as principais questões sobre governança da Internet?
Louis Pouzin : Primeiro é preciso entender que quando se fala de Internet, não
se está analisando só questões técnicas. Estamos falando de incluir pessoas,
de permitir que elas acumulem conhecimento, desenvolvam softwares, de
construir mecanismos que permitam o desenvolvimento econômico. Assim, a
Internet permite que um país agrícola africano, por exemplo, tenha contato com
o mercado externo e possa aprender novas tecnologias e formas de
comercialização.
3)O que limita a Internet?
Louis Pouzin: A Internet é limitada pela forma como foi organizada. Há três
aspectos básicos que restringem o acesso amplo de todos as pessoas. Um dos
aspectos é o custo de conexão. Por exemplo, os países africanos pagam mais
pela conexão do que os europeus. A maior parte da África paga como se fosse
uma ligação interurbana enquanto os europeus fazem ligações locais. A África
está pelo menos 10 anos atrás da Europa, o acesso de alta velocidade ainda
está longe de se tornar realidade.
Outro ponto é a língua. Os países que não usam alfabeto latino, como os árabes
ou os chineses, não possuem interfaces amigáveis. Eles têm muito mais
dificuldades de encontrar conteúdo na rede.
Por último, a questão do controle governamental. Há países onde mostrar um
tornozelo é um escândalo, outros dão livre acesso a todos os tipos de sites. É
uma questão cultural e não pode ser imposta por um único país. É necessário
respeitar a soberania das nações.
4)Quantos anos para mudar a realidade da Internet?
Louis Pouzin: A Internet está mudando muito rápido. A base do sistema já está
obsoleta. O problema é que os Estados Unidos não querem mudar. Esse é um
sistema de comunicação em que só um país detém o controle da rede por ouvir
todos os outros. Na minha opinião, os Estados Unidos usam esse poder para
tirar vantagens comerciais sobre os outros. Não acho que eles estejam usando
essa capacidade de ouvir para acharem terroristas, mas sim para o comércio.
5)É possível chegar ao final do processo da Cúpula da Sociedade da Informação
com uma gestão da Internet mais democrática?
Louis Pouzin: Acho que é possível sim. Percebo que os Estados Unidos, único
país realmente afetado por essas negociações, estão dando mostras de fazerem
algumas concessões. Eles, atualmente, têm problemas de imagem. Não acredito
que eles fiquem isolados dos outros países.
De qualquer forma, caso não se chegue a consensos, os países acabarão por
fazer suas próprias internets. Tecnologias como IPV6 (internet protocol
version 6) já permitem que isso seja feito.
Governança da internet domina agenda da preparatória
[21/09/05]
21-Set-2005: Genebra - SW
INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Em reunião com os países membros do GRULAC – Grupo de Países da América Latina
e Caribe - ficou decidido que o acordo em relação ao tema software, alcançado
durante a reunião regional do bloco no Rio de Janeiro, deverá ser a base na
busca do consenso sobre o assunto. O texto a ser incluído para análise dos
outros países será o parágrafo 21 da Declaração do Rio que afirma:
"Nossa convicção que os governos, o setor privado, a sociedade civil, a
comunidade acadêmica e científica e usuários podem utilizar várias tecnologias
e modelos de licenciamento, inclusive aqueles desenvolvidos sob o modelo
proprietário e aqueles desenvolvidos sob o modelo de software livre, de acordo
com seus interesses e com suas necessidade para ter serviços confiáveis y
implementar programas efetivos para os seus cidadãos. Levando-se em conta a
importância do software proprietário nos mercados dos países, nos reiteramos a
necessidade de encorajar e buscar desenvolvimento colaborativo, plataformas
interoperáveis e software livres, principalmente para a educação e para
programas de inclusão digital."
O diretor do Serpro, Sérgio Rosa, disse que gostaria de ter uma posição mais
avançada sobre a questão do uso do software livre, já que a experiência
brasileira, bem como a de outros países , comprova que essa é uma alternativa
estável do ponto de vista tecnológico e economicamente viável. No entanto, o
texto espelha o consenso possível dentro do bloco.
A agenda de ontem (20/09) foi dominada por discussões sobre a governança da
Internet. O ponto principal desse debate é como fazer que a administração da
internet seja mais transparente, democrática e multilateral. O chefe da
delegação brasileira, embaixador Antonino Marques Porto, fez um discurso
enfático ao afirmar que atualmente a internet está vinculada a apenas um país
e que é necessário mudar essa realidade. A proposta brasileira é iniciar as
discussões a partir do relatório final do Grupo de Trabalho sobre Governança
da Internet.
Para o secretário de Logística e Tecnologia da Informação, Rogério Santanna, o
importante é que a proposta brasileira foi acompanhada por países como a Índia
e a África do Sul, consolidando a estratégia brasileira de incentivar uma
posição comum das grandes democracias emergentes.
Grupo de Trabalho
A criação do Grupo de Trabalho que, reuniu aproximadamente 40 especialistas
sobre o tema, foi determinada ao final da primeira fase da Cúpula da Sociedade
da Informação, em dezembro de 2002. O Brasil deve dois representantes no
processo, o assessor da Anatel, José Bicalho, e o diretor da Rede de
Informações para o Terceiro Setor (RITS), Carlos Afonso. Segundo Afonso, a
posição defendida pelo chefe da delegação, Antonino Porto, representa também a
perspectiva das organizações não-governamentais brasileiras que estão
acompanhando as discussões sobre a governança mundial da Internet.
ONU propõe controle internacional da web
Segunda-feira, 18 julho de 2005 - 17:03
IDG Now!
A divisão das Nações Unidas direcionada especificamente à Internet, Working
Group on Internet Governance (WGIG), apresentou nesta segunda-feira (18/07) um
relatório propondo uma maior internacionalização da gestão da internet.
No documento, o órgão declara ser necessária uma melhor reorganização da
gestão da Internet, com base da Declaração de Princípios adotada em 2003 para
a primeira fase da Cúpula da Informação.
Entre as medidas propostas está a possibilidade de aumentar o papel do Comitê
Consultivo para Assuntos Governamentais (GAC, na sigla em inglês) da
Corporação da Internet para Nomes e Números (Icann).
Na prática, não seria necessária a criação de um órgão separado para discutir
a gestão, mas a ampliação do GAC como um fórum de discussão para os países.
A segunda alternativa apontada pelo WGIG propõe a criação de um novo órgão
capaz de reunir questões relativas à política pública referente às
competências da Icann. Nesta proposta, o GAC seria redundante.
A terceira possibilidade seria também a criação de uma outra entidade em
substituição do GAC. A Icann poderia ser responsável pelo órgão, o que
facilitaria as negociações de tratados relacionados à Internet. Nesse caso, a
entidade seria ligada diretamente às Nações Unidas, o que significaria a perda
do domínio dos Estados Unidos.
A quarta alternativa diz respeito à criação de três novas áreas de discussão
para governança da Internet, gestão e coordenação global da rede. Os três
órgãos seriam independentes, vinculados à ONU, e incluiriam uma reforma
internacional.
Entre todas as propostas apresentadas, o ponto comum é a necessidade da
criação de um espaço próprio para que os governos tenham maior autonomia para
fazer propostas para a gestão da Internet.
O relatório foi apresentado nesta segunda-feira (18/07) ao embaixador Janis
Karklins, da Letônia, que ficará responsável pelo Comitê Preparatório da
Cúpula, a ser realizada na Tunísia em novembro.
Briga norte-americana
O documento do WGIG promete desagradar o governo norte-americano que, no final
de junho, declarou que não pretende abrir mão do controle do sistema Domain
Name System (DNS), que gerencia os endereços da Internet.
Na ocasião, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que não
pretende retirar o controle técnico do sistema de gerenciamento DNS do
controle da Icann.
De acordo com Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor da Internet no
Brasil, o documento pode ser interpretado, como um indicativo de que a raiz do
DNS deve continuar sendo coordenada pela Icann, mas existem dúvidas sobre a
relação que o órgão vai manter com o governo norte-americano.
"O que não está claro é se o Departamento de Comércio pretende renovar o
acordo que tem com a Icann e que termina em 2006. Com esse documento não é
possível saber se esta é uma confirmação do final do contrato e a declaração
que o governo pretende rediscutir os termos ou se o governo pretende de alguma
forma revalidar o acordo", disse em entrevista recente ao IDG Now!.
As questões sobre o controle dos domínios será um dos temas principais da
Cúpula.
Brasil vai defender mudança na gestão da Internet em Cúpula da ONU, diz
secretário [18/09/2005]
Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil vai defender, na 2ª Cúpula Mundial da Sociedade da
Informação, em novembro, em Túnis (Tunísia), a criação, no âmbito da
Organização das Nações Unidas (ONU), de uma instância responsável por discutir
temas ligados à administração dos endereços de páginas na internet.
Atualmente, a chamada "governança" da internet está sob a responsabilidade da
Corporação para a Atribuição de Nomes e Números na Internet (Icann, na sigla
em inglês), instituição sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos.
A delegação brasileira sustenta que, estando ligada a um único país, a
governança sai prejudicada quando se trata de conflitos internacionais. "Há
uma série de questões transfronteiras que são relativas a crimes praticados em
vários paises como, por exemplo, o de estelionato ou de fraudes, roubos ou
pornografia infantil. Às vezes o servidor não está instalado no país em que
ocorreu o crime, mas está instalado em outro", argumenta o Secretário de
Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério
Santanna.
Não existe, lembra Santanna, um fórum onde os países possam discutir os crimes
de internet e nem tratado que suporte essa questão. "A internet hoje não é
suportada por nenhum tratado internacional".
O secretário salienta, entretanto, que não se trata de eliminar o papel da "Icann"
no que diz respeito a nomes, domínios, números, IPs e protocolos."Nós
defendemos a criação de um fórum que supervisione os temas de conflito e a
Icann continua com o seu papel".
A idéia é que esse fórum atue na definição de políticas e acordos
internacionais e tenha uma instância de decisão exclusivamente governamental
para tratar de temas que envolvem a soberania das nações. Prevê também a
representatividade geográfica e econômica, reunindo governos, terceiro setor,
setor empresarial e comunidades científica e tecnológica, conforme requisitos
definidos pela Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação.
Outro tema a ser defendido pela delegação brasileira é o uso do software livre
como mecanismo de incentivo do compartilhamento do conhecimento entre as
Nações. "O uso do software livre é uma estratégia de redução de dependência.
Sempre que nós tratamos de compra de software em governo, os fornecedores -
isso é da regra do negocio - procuram criar diferenciais competitivos que nos
prendam às suas soluções. E os usuários têm que se defender através do uso de
padrões abertos e do software livre que é uma estratégia de abrir os códigos,
permitir que o usuário altere, conheça, estude e distribua", defende Santanna.
O Brasil também vai apoiar a proposta de criação do fundo de solidariedade
digital, apresentada pela delegação do Senegal. "Este é um tema importante
para a conferencia de Tunis. Mas há uma resistência dos paises desenvolvidos à
adoção desse fundo. É uma das nossas grandes batalhas", comentou.
Internet - 10/06/2005 - 13:15:54
Fórum é alternativa para governança da web
[10/06/05]
IDG Now!
O Comitê Gestor da Internet do Brasil acredita que a criação de um fórum em
que os países - governo, sociedade civil, comunidade científica, iniciativa
privada - possam participar seja a melhor alternativa para a governança da
Internet. Nesse fórum, seriam discutidos os diversos assuntos vinculados à
governança da Internet, entre os quais nomes de domínios e questões de
segurança.
A informação foi revelada na quinta-feira (09/06) à Agência Brasil pelo
assessor do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
José Alexandre Bicalho, que representa a entidade no Comitê Gestor da Internet
e o Brasil no Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Governança da
Internet.
O executivo participou, no Hotel Glória, da Conferência Ministerial regional
da América Latina e Caribe, preparatória da segunda etapa da Cúpula Mundial
sobre Sociedade da Informação, que será realizada em novembro deste ano, na
Tunísia. Bicalho revelou que o documento concluído pelo Comitê Gestor proclama
a identificação desse fórum apropriado. Destacou que a participação de duas
pessoas do Comitê Gestor no Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre
Governança da Internet permite acompanhar de perto as discussões,
possibilitando uma reação rápida sobre as questões que estão sendo colocadas.
Bicalho lembrou que essa discussão sobre governança da Internet foi inserida
no contexto mundial pelo Brasil e o País vem assumindo uma posição de
liderança global nesse tema, não só na discussão do modelo de governança, mas
mesmo na participação no modelo existente atualmente.
O Comitê Gestor da Internet é coordenado pelo secretário de Política de
Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes, e integrado
por representantes do Ministério das Comunicações e Anatel, entre outros
organismos governamentais, mas com predominância de membros da sociedade
civil.
Comitê Gestor da Internet - 31/05/2005 - 17:35:44
Comitê Gestor da Internet no Brasil completa 10 anos
[30/05/05]
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidade responsável pela governança da
rede no País, comemora seu décimo aniversário hoje (31), em solenidade às
19h30 em São Paulo (SP). Sua criação partiu de uma iniciativa dos ministérios
da Ciência e Tecnologia e das Comunicações, que decidiram, por meio de uma
portaria interministerial, atribuir a um comitê gestor o desafio de cuidar do
desenvolvimento da Internet no Brasil. O foco era a efetiva participação da
sociedade nas decisões, envolvendo a implantação, administração e utilização
de seus recursos.
No ano passado, foi realizada uma eleição eletrônica e aberta para a escolha
dos representantes do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Foi a primeira vez
que representantes da sociedade civil foram escolhidos para integrar o comitê
e debater, junto com o governo, prioridades para a área.
"O Comitê Gestor vem desempenhando um papel fundamental para o desenvolvimento
da Internet no Brasil e passou por uma evolução significativa com a
democratização da eleição dos seus membros. Com representantes da indústria,
usuários e do terceiro setor, o processo de governança da Internet no País
ganhou maior legitimidade e transparência", avaliou o coordenador do comitê e
secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia,
Marcelo Lopes.
As competências do Comitê Gestor da Internet incluem a gestão e administração
de nomes de domínios e números IP, gestão do tráfego Internet (interconexão de
redes nacionais e internacionais), segurança operacional da rede e a
representação da Internet brasileira junto aos organismos internacionais
vinculados à operação e funcionamento da internet no mundo.
Esse modelo, criado no início da comercialização dos serviços de Internet no
Brasil, garantiu várias conquistas que não foram possíveis em muitos outros
países como, por exemplo, a separação operacional e legal entre os serviços de
Internet e a infra-estrutura de telecomunicações. Além disso, cabe ao Comitê
Gestor o crédito pelo incentivo às primeiras redes metropolitanas e à
interconexão nacional das backbones (espinhas dorsais), de modo a otimizar o
tráfego nacional da rede.
Segundo Marcelo Lopes, a principal questão estratégica neste ano é levar o
modelo brasileiro de governança da Internet para a Cúpula da Sociedade da
Informação, que será realizada em novembro, na Tunísia. A intenção é fazer uma
avaliação do modelo brasileiro e verificar a possibilidade de vir a ser
adotado mundialmente.
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