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Padrão para TV Digital
Brasileira: o Limite do Sistema Canal de |
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Autores: Marcus Aurélio Ribeiro Manhães e Pei Jen Shiehs (*) |
Padrão para TV Digital
Brasileira: o Limite do Sistema Canal de
Interatividade
Autores: Marcus Aurélio
Ribeiro Manhães e
Pei Jen Shieh (*)
Resumo
Este trabalho pretende colocar em debate questões fundamentais para a
viabilização de um Sistema Canal de
Interatividade no SBTVD. Fazendo parte de uma série de artigos sobre o mesmo
tema, cada um enfocando um
determinado aspecto do Canal de Interatividade, este artigo irá abordar pontos
concernentes ao Canal de Descida
– fluxo de informações no sentido emissoras/programadoras para usuários - e
tecer considerações e proposições
para a efetiva implantação de um Sistema Canal de Interatividade.
Sumário
1. Introdução
2. Compromisso básico de um Padrão a ser adotado
3. Arquitetura de análise para TV Digital
4.
Composição do TS
5. Plano de canalização: cobertura de um sistema de TV Digital
6.
Premissas
7. Conclusão
1. Introdução
Ao discutir a constituição do Sistema Canal de Interatividade junto ao Sistema
Brasileiro de Televisão Digital,
acabamos por incitar a construção de uma série de artigos que partem de
informações básicas e conceituais para,
então, estabelecer discussões mais especificas. Mantendo o percurso, neste
artigo pretendemos tratar da importante
dependência do Sistema Canal de Interatividade em relação ao padrão de
televisão digital a ser adotado no Brasil,
que deverá refletir significativamente na taxa de transmissão de dados
específica para tal sistema. Inevitavelmente,
abordaremos assuntos com enfoque técnico, mas com o intuito de contribuir para
o debate pertinente à tecnologia a
serviço do homem - interesses sociais, pretendendo manter, portanto, uma visão
do aspecto técnico em nível mais
superficial, sem nos abstermos de informações técnicas relevantes.
Para uma melhor compreensão e contextualização do tema, sugerimos as leituras
prévias dos artigos:
• Canal de Interatividade: Uma Visão de Futuro [1]
• Canal de Interatividade: Conceitos, Potencialidades e Compromissos [2]
Seguindo nossa elaboração, desenvolveremos nos capítulos de 2 a 5 conceitos
técnicos fundamentais para que
possamos estabelecer premissas, para então concluirmos nosso raciocínio.
Assim, passo-a-passo, em cada tema
destacaremos as características que pretendemos admitir, aplicando uma forma
didática para explicitarmos nosso
ponto de vista.
2. Compromisso básico de um Padrão a ser adotado
A partir do Decreto Presidencial 4.901, de 26 de novembro de 2003, que
instituiu o Projeto do Sistema Brasileiro de
Televisão Digital – SBTVD, inúmeras instituições têm desenvolvido esforços
para a sua realização. A discussão
mais perene centraliza-se na determinação de um padrão a ser adotado no país,
seja inovador ou não. Determinados
padrões internacionais, já em operação, constituem-se como referenciais
importantes, no que tange ao desempenho
tecnológico e aos modelos de negócios que os sustentam, mesmo com alguns ainda
incipientes. São relevantes a tais
padrões, à sua adoção no Brasil, as implicações econômicas e pagamentos de
direitos autorais correlacionados.
No Brasil, algumas instituições já realizaram testes comparativos de
desempenho entre os principais padrões
referenciais:
- o norte-americano Advanced Television Systems Committee - ATSC,
- o europeu Digital Video
Broadcasting, Terrestrial - DVB-T e
- o japonês Integrated Services Digital
Broadcasting, Terrestrial – ISDB-T.
Interesses de emissoras de televisão, opiniões de especialistas e de
fabricantes de equipamentos, dentre outros,
permeiam o cenário de escolhas, onde muitos argumentos técnicos e econômicos
vêm sendo colocados e analisados
com a devida profundidade.
Entretanto, compreendemos que determinados aspectos
muito relevantes à interatividade
estão sendo considerados num plano secundário de importância.
Conforme temos afirmado, “o Sistema Brasileiro almeja se estabelecer como a
porta de entrada para o mundo da
informação para uma parte significativa da população brasileira, ainda sem
acesso às facilidades da informática e da
Internet, portanto enquanto agente de inclusões digital e social.” [1].
Uma
forma de viabilizar tais intenções é garantir
a interatividade entre usuários e um sistema de sustentação de serviços e
aplicações, ou seja, o Sistema Canal de
Interatividade, constituído através da aproximação entre as redes de televisão
com as redes de telecomunicações.
Neste sentido, é pertinente considerar, dentre os critérios de escolha de um
padrão, aqueles que se referem às
possibilidades do Sistema Canal de Interatividade pois, conforme temos
atentado, tal discussão é fundamental para o
cumprimento dos objetivos colocados no Decreto Presidencial 4.901 [3], tal qual
um compromisso básico do padrão
a ser adotado.
A figura 1 ilustra o Sistema Canal de Interatividade, como resultante da união
das redes de televisão e de
telecomunicações, que se estabelece principalmente no lócus do usuário do
sistema, convergindo também junto à
emissora.
Figura 1: Diagrama simplificado do Canal de Interatividade
Nesta figura podemos observar que a solução de Canal de Retorno é provida por
redes de telecomunicação, onde
múltiplas tecnologias podem ser adotadas e, em sua totalidade, podem fornecer
uma capacidade muito significativa,
em capilaridade, cobertura e capacidade de transmissão – tráfego e taxas. No
entanto, o Canal de Descida está
comprometido com a área de cobertura do sistema irradiante do radiodifusor e
com a capacidade de transporte de
dados que o modelo de exploração e o padrão adotados permitirem.
(*) Sobre os autores:
Marcus Manhães (manhaes@cpqd.com.br)
Trabalha no CPqD desde 1984; obteve o titulo de mestre em educação pela
Universidade Estadual de Campinas -Unicamp em 2003.
Na Fundação CPqD vem participando de pesquisas e desenvolvimentos em projetos
de telecomunicações wireless, passando por sistemas de rádio digital,
telefonia celular e televisão digital. Realizou inúmeros trabalhos de
certificação internacional em equipamentos de telecomunicações, além de ter
desenvolvido metodologias para testes de interoperabilidade, benchmarking
e otimizarão em redes de telecomunicações celulares CDMA e GSM. Atualmente
está envolvido no desenvolvimento do Sistema Canal de Interatividade para a
Televisão Digital brasileira.
Pei Jen Shieh
(pei@cpqd.com.br)
Possui graduação em Bacharelado em Física pela Universidade de São Paulo
(1981) e mestrado na Área de Tecnologia Nuclear/Crescimento de Cristais pelo
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (1984).
É Pesquisadora em Telecomunicações da Fundação Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações; trabalhou na área de Dispositivos
Ópticos, passando depois para a de Gerência de Redes.
Sua presente atuação é na área de TV Digital, principalmente no tema Canal de
Interatividade.